Capítulo Vinte e Seis

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Era dia de evento na #BFF, o que em resumo significava mais correria, mais choro, mais trabalho do que o normal. Anahí tinha corrido de casa até à agência, mas não teve a sorte de chegar lá antes dos outros. As estagiárias aguardavam no pátio externo e Maite tinha uma expressão divertida no rosto. Ela desconfiava que aquilo tinha a ver com o seu cabelo molhado. Qual é? Não tinha dado tempo para secá-lo, era isso ou ir de cara limpa, porque tinha que escolher entre maquiagem ou secar o cabelo.

Anahí passou reto por Maite sem dar tempo pra amiga especular sobre a noite anterior. Assim que entrou em sua sala, sentou em sua poltrona de couro belga aliviada. Primeira fase concluída com sucesso! Passara por Maite sem maiores comentários, difícil seria conseguir passar por Miguel. Mas ela pensaria naquilo depois.

— Está decidido então, Candice? Vai ser "Because You Loved Me" da Celine Dion pra a homenagem e brinde ao noivo e "I Loved Her First" do Heartland para a dança com o pai da noiva? Ok, tudo bem, eu te ligo assim que os arranjos de flores estiverem prontos. Acalme sua irmã, diga que está tudo certo pro fim de semana!

Ela não viu quando a porta se abriu, dando espaço para Alfonso entrar, mas sentiu o cheiro do café fumegante. Droga!

— Latte com uma dose extra de creme e doughnuts.

Ele colocou o copo e caixa de doces sobre a mesa.

– Pra mim?

Ele revirou os olhos.

— Não, pro papa. Claro que são pra você.

Anahí desligou o telefone, antes de encará-lo. Ele tinha uma expressão difícil de se ler no rosto.

— Ok. Obrigada.

Ela não esperou ouvir a resposta dele e já estava se preparando pra fazer outra ligação,

Quando o ouviu perguntar:

— Isso é mesmo tudo o que vai me dizer?

— Eu tenho algo a te dizer?

Era esperar muito que Alfonso deixasse aquele assunto passar. Anahí se dava conta que tinha cometido um erro em ir para o apartamento dele na noite anterior. Seria insuportável aguentar a presunção de Alfonso pelo próximo século.

— Eu é que te pergunto isso. – ele cruzou os braços na altura do peito.

— Qual o problema, Herrera?

Alfonso riu de forma debochada. Com aquele sorriso largo que fazia Anahí ter vontade de socá-lo e depois beijá-lo e socá-lo novamente.

— "Qual o problema, Herrera!", isso é sério? Porque hoje de madrugada no meu quarto era "Me fode logo".

E lá vamos nós!

— Diferente de você eu não misturo minha vida pessoal com a profissional e estamos em horário de trabalho. Então, se puder sair da minha sala pra que eu comece o meu trabalho, eu ficaria muito satisfeita.

— Isso quer dizer que vamos conversar depois do expediente? – ele questionou.

— Eu não disse isso.

— Eu assumi. – ele rebateu. — Já que você me deve explicações.

Ele tinha razão, mas ela não iria admitir. Sabia que aquele era um jogo de poder que estavam disputando, mas não sabia como sair dele.

— Não vejo como.

— Por ter saído da minha casa pela manhã como uma ladra, sem sequer se despedir.

— Perdão? Desde quando isso é um problema? Vocês homens fazem isso o tempo todo e ninguém os julga.

Alfonso fez uma careta cômica, mas ela não riu em resposta.

#BFF  - A fábrica de sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora