Capítulo Quarenta e Sete

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A médica aplicava o gel com calma sobre a barriga já bastante desenvolvida de Anahí. Ela tinha algumas suspeitas sobre aquela gravidez, mas preferia confirmar pelo ultra-som primeiro, antes de comunicar ao pais de primeira viagem.

— E os papais, como estão se sentindo? – ela perguntou, olhando a imagem que começava a se formar na tela. — Ansiosos?

— Eu queria esperar, mas ela quer saber o sexo do bebê agora. – respondeu Alfonso que segurava a mão de Anahí.

— É por curiosidade boba, doutora. – retorquiu a empresária sorrindo. — O gênero não muda nada... já decidimos por uma decoração neutra, só estou ansiosa pra saber se meu filho...

— Nosso filho. – Alfonso interrompeu, apertando a mão da namorada.

As vezes parecia um sonho imaginar que ele podia finalmente chamar Anahí de sua, sua namorada. E que de quebra, ela estava esperando um filho dele. Quando ele a viu pela primeira vez, toda orgulhosa e empertigada no ensaio do casamento de Angelique, jamais poderia supor que ela se tornaria a pessoa mais importante em sua vida. Sua amante, parceira e amiga.

— Se nosso filho está saudável. – ela assentiu, lançando-lhe um olhar caloroso.

A doutora olhava com atenção a tela do ultra-som e cada minuto de silêncio dela fazia a ansiedade de Alfonso aumentar. Após passar o aparelho algumas vezes pela barriga de Anahí, a médica suspirou.

— E então, doutora, está tudo bem com o bebê?

Ela parecia aflita. Alfonso temeu pela resposta.

— Ele está um pouco tímido. – a médica respondeu apontando para a tela. — Estão vendo aqui, nesse canto da tela? É a curva do bracinho direito.

— Ele é lindo! – Anahí tinha lágrimas nos olhos.

— Só vejo um borrão. – disse Alfonso, com sinceridade.

— Poncho! – repreendeu Anahí.

— Desculpa, amor, mas é verdade. Ainda assim, é o borrão mais lindo que eu já vi!

Alfonso se inclinou para depositar um beijo cheio de ternura na testa da namorada e ela retribuiu com um selinho casto.

— Tem algo de estranho aqui. – a médica comentou e os olhos de Alfonso e Anahí se voltaram para a tela, onde duas imagens difusas se apresentavam.

Seria possível que...

— O que foi, doutora? – interpelou Alfonso com uma expressão angustiada no rosto. — Algo de errado com nosso filho?

A médica obstetra sorriu, dissipando assim o medo do casal.

— Preparem os corações, papai e mamãe. Vocês terão emoção em dose dupla... serão pais de gêmeos!

Anahí arregalou os olhos enquanto se dividia em olhar para a tela do ultra-som, para a médica e para Alfonso que estava de queixo caído e tão perplexo quanto ela.

— Gêmeos? – ela perguntou, quando recuperou o poder da fala. — Tem certeza?

— Absoluta. – a médica assentiu.

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