Capítulo Trinta e Quatro

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Já passavam das seis e Anahí estranhou Alfonso não ter buscado algumas pastas que tinha deixado em sua sala no dia anterior, ele não era normalmente tão esquecido... será que tinha acontecido alguma coisa com ele? Depois de fechar o computador, Anahí voltou-se para sua bolsa e retirou dela seu celular. Não era surpresa nenhuma que o número dele estivesse no topo das chamadas recentes. Sorrindo, Anahí apertou sobre a última chamada e esperou. Logo ele atendeu... ou não era ele?

— Alô, Poncho?

— Olá, Anahí! – a voz de Samantha respondeu.

A empresária sentiu uma bola se formar na garganta e uma terrível vontade de gritar e ficar em silêncio ao mesmo tempo.

Você...

Um suspiro do outro lado da linha penetrou seus ouvidos, irritando-a mais ainda.

— Sim, sou eu... Samantha. – ela quase podia ouvir a risada que a modelo provavelmente tinha nos lábios enquanto falava aquilo. — Poncho não pode atender agora, está no banho... mas se quiser deixar recado...

O que falaria? Que ligou na esperança de convidá-lo pra pegar uma sessão de clássicos do Hitchcock no cinema, mas percebeu tarde demais a besteira que fizera? Não... ela jamais poderia... Eles não tinham nada. Não de verdade... mas então, por que doía tanto?

— Eu só... bem... ele esqueceu uma pasta aqui. – olhou sobre a mesa, aquela parecia a desculpa perfeita. — Achei que pudesse ser importante, mas já que não é...

Aquela altura do campeonato, não sabia se ainda falava da pasta ou de outra coisa. Deixou cair o celular, sem se importar em se despedir e segurou o choro que apertava sua garganta e deixava seu peito pesado. Do outro lado da linha, Samantha sorriu. Tinha vencido aquela batalha e conseguido o que queria: Alfonso era todo dela agora.

Ops! – ela desligou o celular.

Menos de cinco minutos depois, Alfonso entrou no quarto já vestido.

— Quem era no telefone? – questionou.

— Sua namorada... digo, ex namorada!

Alfonso a encarou como se ela fosse louca.

— Do que está falando?

— Anahí.

— Oh... – os lábios dele se curvavam pra baixo... quase como se ele tivesse ficado triste em ouvir o nome dela. — O que disse a ela? O que ela queria?

Samantha se espreguiçou na cama e sorriu:

— Parece que você esqueceu alguma coisa na agência dela... algo assim.

Ela estranhou quando o jornalista olhou de um lado pro outro, procurando alguma coisa e sentou-se na cama, observando-o.

— Me passe o celular... vou ligar pra ela. – ele disse e ela não pode acreditar nos seus ouvidos.

— Você vai o quê? – sua voz já estava uma oitava mais alta que o normal.

— Você ouviu... vou retornar a ligação!

Samantha balançou a cabeça e escondeu o celular sob o edredom.

— É claro que você não vai fazer isso!

— Posso saber porquê?

— Porque ela é a sua ex!

Alfonso suspirou e passou a mão pela nuca.

— Eu escolhi voltar com você, não foi? – ele a encarou, puxando o celular. — Alguma vez te dei motivos pra desconfiar de mim quando estávamos juntos? Eu estou fazendo um... trabalho muito importante naquela agência, Sam. Confie em mim.

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