Capítulo Trinta

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Os dois subiram pela escada e seguiram o grande corredor até o fim na ponta dos pés. Alfonso não conseguia deixar de achar tudo aquilo divertido. Pareciam um adolescente se escondendo dos pais da namorada, o que era, no mínimo, um absurdo, já que antes de Samantha nunca tivera uma namorada e depois dela, seus relacionamentos não duravam mais que uma noite, ou algumas como tinha sido com Nadine e todas as mulheres com quem ele tinha se relacionado eram maiores de idade e bem resolvidas.

Ele sempre soube que com Anahí seria diferente e aquilo o enchia de medo na mesma proporção em que o excitava.

  — Tem certeza disso... não acha melhor eu ir embora?

Ela negou com a cabeça, abrindo a porta do quarto e o chamando com o dedo.

— Você me provoca e agora quer ir embora...

Alfonso riu e olhou ao redor. Aquele era mesmo o quarto dela... mas de adolescente.

Ele podia perceber pelo papel de parede floral e a decoração em tom pastel. Atrás da cama havia um grande espelho e nas paredes alguns quadros com frases positivas, o maior deles era uma imagem clássica da atriz Audrey Hepburn em seu figurino de Holly Goolightly, de Bonequinha de Luxo, com a piteira e tudo. Também havia uma escrevinha sob a janela, nela se destacavam alguns porta-retratos, um deles exibia uma mulher de longos cabelos loiros, vestindo um traje de festa; no outro uma menina sorridente (que ele imaginava que fosse a própria Anahí em uma roupa que parecia ser de alguma espécie de dança), segurando um troféu, ai lado de uma mulher mais velha, no terceiro um homem e uma menina se abraçavam sorrindo diante de uma árvore de natal, aqueles definitavamente eram Anahí e seu pai... além de algumas prateleiras cheias de livros. Não era exatamente como ele imaginava.

— Vai ficar aí parado me olhando com cara de bobo? – questionou ela, sentando-se na cama.

— Só estava vendo seus retratos... aquela menina com o troféu é você, né?

— É, sim. – assentiu, quando Alfonso sentou ao seu lado na cama. — Foi meu primeiro prêmio como dançarina... eu tinha seis aninhos.

— Você ainda pratica?

— O que?

— Dança. – respondeu Alfonso, vendo o rosto dela se fechar.

— Não... nunca mais.

— Mas por que? Você parecia tão contente nessa foto.

Anahí o encarou então e ele jurou poder ver uma cortina de dor sobre aqueles olhos tão bonitos.

— Eu não quero falar sobre isso, Alfonso... não foi pra isso que viemos aqui.

Ele se aproximou e depositou um beijo no rosto dela.

— Tudo bem... desculpe me intrometer.

Anahí apenas balançou a cabeça em resposta e o segurou pelo colarinho da jaqueta de couro, fazendo-o deitar-se sobre ela, enquanto o beijava com gosto, deixando ambos sem fôlego. Suas mãos já faziam o caminho entre seu peito e o zíper de sua calça, quando Alfonso sufocou um gemido e a deteve.

— Isso é estranho...

— O quê? – perguntou Anahí, com a respiração ofegante.

— Seu lençol florido, aquele relógio das princesas disney na escrivaninha, esse pijama de abelhinhas... e eu aqui todo vestido de preto e couro. – ele passou a mão no rosto, como se tentasse acordar.

Anahí então o pegou de surpresa e gargalhou, arcando a barriga e fechando os olhos de tanto rir.

— Ai, Alfonso... pra um canalha Casanova, as vezes você é muito puritano. – disse maliciosa, antes de apertar a ereção dele sobre a calça jeans. — Eu prometo que sou maior de idade, daddy.

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