Ter concordado em deixar Alfonso e seu amigo fazerem a matéria na agência começava a causar arrependimentos em Anahí. Porém, ela se considerava uma mulher de palavra e jamais voltaria a atrás. O que estava feito estava feito e só cabia a ela lidar com o mau humor que vinha de ter a presença desagradável do jornalista andando de um lado pro outro da sua empresa, como se estivesse em casa. O único ponto alto do dia é que finalmente haviam instalado a máquina de café e ela não precisaria esperar Miguel ir até o Starbucks mais próximo para degustar seu tradicional Latte.
— O Expresso Duplo da máquina de vocês é maravilhoso, parabéns! – Alfonso, exibia um sorriso, enquanto terminava seu copo. — Eu vou fazer mais um pra mim, quer que eu prepare o seu?
Anahí que se esforçava em ignorar a existência de Alfonso, viu-se respondendo:
— Latte com uma porção extra de creme.
— Não pensei que fosse o tipo de pessoa que toma Latte. – Alfonso não pode deixar de observar.
— Por quê? – ela fechou os relatórios que lia e o encarou, cruzando os braços.
— Não sei... você me parecia mais do tipo de pessoa que bebe seu café puro.
Anahí sorriu com desdém, mal movendo os lábios.
— Já que eu tenho que aturar sua desagradável companhia nessa manhã cinzenta, bem que um café puro não cairia mal. – ela adicionou sarcástica.
Alfonso encostou-se no balcão do café, debochado e completamente a vontade. Era curioso, porque geralmente a confiança era uma qualidade que Anahí apreciava nas pessoas com quem ela se relacionava; mas nele, aquilo só a irritava ainda mais.
— É uma promoção da #BFF?
— O que disse?
— Retire seu café e receba um insulto de brinde. – ele disse, retirando o café que ela pediu.
Ela riu daquilo e ele analisou seu semblante.
— Sim e você foi o nosso cobaia.
— Feliz em poder ajudar. – ele respondeu.
Anahí não respondeu, dando-lhe apenas um olhar atravessado e saindo da recepção.
Naquela sexta-feira, Alfonso estava encarregado de acompanhar as questões jurídicas da empresa com Dulce; com quem ele trocara algumas palavras na semana, mas ainda não tinha tido a chance de conhecer propriamente. Ela esperava poder encontrar alguma brecha na parte burocrática da agência, que pudesse se tornar um furo para a sua matéria.
— Então, você também cuida dos orçamentos? – Alfonso perguntou, enquanto via Dulce separar alguns papéis em pastas; uma delas entitulada "Orçamentos mensais".
— Annie... digo, Anahí acha tudo que envolva números um pouco aborrecido, por isso cuido dos orçamentos e também das contas da #BFF.
Dulce parecia mesmo ser mais na dela e reservada que as outras amigas e Alfonso não pode deixar de perceber tons de tristeza espalhados pelo quadro que compunha aquela personalidade. Ele se gabava de ler bem as pessoas e se sua intuição estivesse correta, Dulce era o tipo de pessoa que guardava tudo para si, o tipo de pessoa que escondia suas emoções. O tipo de pessoa que tinha segredos.
— Entendi. – ele assentiu. — Já te falaram que eu vou te acompanhar hoje? Espero sair daqui um craque nas finanças.
— Veio ao lugar certo! – ela sorriu, indicando que ele tomasse uma cadeira, enquanto ela preenchia algumas tabelas.
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#BFF - A fábrica de sonhos
Fiksi PenggemarSubir ao altar era o sonho delas e esse desejo tornou-se também seu negócio. Anahí, Maite e Dulce fizeram faculdade juntas e sonhavam com o príncipe encantado e o dia em que diriam "sim!", unindo seus potenciais decidiram abrir a #BFF, Agência de E...