Capítulo Vinte e Sete

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Miguel e Maite estavam num restaurante badalado do centro da cidade que costumava funcionar no horário de almoço e também no jantar.

Eles terminavam de almoçar, quando ela tocou no assunto:

— O que a Annie queria que você me contasse?

— Uma coisa que eu deveria ter te contado há muito tempo... desde que soube de tudo.

Maite estranhou o tom sério e o semblante fechado do amigo.

— Ai... fala logo! Tá me deixando ansiosa!

— É sobre o Christian...

Maite olhava para a entrada do restaurante.

— Christian!

— Sim, ele mesmo.

— Não, não... o Christian está vindo pra cá agora mesmo.

Miguel riu de nervoso.

— Que maravilha! O circo está todo armado, começando pelo malabarista!

— Malabarista? – Maite perguntou.

— Sim... alguém que consegue manter duas relações ao mesmo tempo tem que ter muito equilíbrio...

Maite corou na mesma hora, pensando que amigo se referia a ela.

— Do que está falando? Eu só beijei o Ucker uma vez! – se defendeu.

— Não tô falando de você... é o Chris... ele... ele...

Nesse momento, Christian parou em frente a mesa deles, atrás da cadeira onde Miguel estava sentado. Maite abriu um sorriso e o estilista sorriu constrangido.

Perfeito.

— Oi, Mai! Oi, Miguel...

— Que coincidência, Chris... estávamos falando de você agora mesmo. – Miguel alfinetou.

— Nem tanto, Miguel. Eu vim aqui porque passei na agência e as meninas da recepção disseram que vocês tinham vindo almoçar...

Maite mordeu o lábio inferior e ajeitou o cabelo. Estava um pouco constrangida. Não atendera as ligações do namorado e nem respondera suas mensagens, envergonhada demais pela traição... nem imaginava que Miguel também não vinha respondendo nada que viesse de Christian.

— Precisamos conversar, Mai. – ele continuou e ela assentiu. — Eu adiei esse momento o máximo que pude, mas você não merece mais ser enganada. E eu não vou deixar o Miguel assumir uma responsabilidade que é minha em te contar tudo.

— O que diabos está rolando aqui?

Christian respirou fundo.

— Eu sou gay, Maite.

— O quê? – ela abriu a boca, mas só aquilo saiu.

— Não tem como eu dizer isso sem te magoar, então que seja de uma vez; é o que ouviu, eu sou gay.

—E nós estamos juntos. – Miguel acrescentou.

Maite ficou ainda mais boquiaberta.

— Vocês o quê? Mas eu...

— Me perdoe, Mai, e não fique brava com o Miguel. – Christian apoiou a mão no ombro do namorado. — Ele só foi descobrir tudo na semana passada no aniversário da Dulce e estava me ignorando desde então.

— O malabarista... – Maite sorriu sarcástica, juntando as peças do quebra-cabeças.

— O quê? – Christian perguntou.

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