Capítulo Dezessete

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O sol a pino da Califórnia ardendo como o próprio inferno sobre a sua cabeça era todo o sinal que ele precisava pra ter certeza que o plano infalível de Alfonso ía dar com os burros n'água de novo. Não eram necessárias cartas de tarot, búzios ou previsões horárias; Christopher sabia tão bem quanto que 3.14159265359 era o número que chamavam de Pi, que seu amigo estava o fazendo caminhar pela corredor da morte. E ele caminhava sorrindo, com sua câmera a tira colo, afinal ele era um bom amigo. Uma merda de um bom amigo.

— Hey! – uma morena de olhos amendoados e acolhedores se materializou na sua frente. — Você parece perdido... precisa de ajuda?

— Você trabalha aqui? – ele perguntou e ela sorriu, aparentemente tirando onda com a cara dele, como diriam os surfistas que se amontoavam nas praias de Santa Bárbara. — Que idiota que eu sou! É claro que trabalha! Eu sou Christopher!

— Oh. – foi tudo o que a morena dos olhos acolhedores disse.

— Algum problema? – Christopher perguntou solicito ao ver a mulher abaixar os olhos, como se buscasse as palavras.

— Bobagem minha. – ela ajeitou o cabelo, colocando uma mecha para trás com delicadeza. — Você é Christopher Von Uckerman, jornalista na WWSB, não é?

— Sou eu mesmo... – ele sorriu mais à vontade. — Mas devo perguntar, como sabe de tudo isso!?

A morena fez uma cara cômica e Christopher a achou ainda mais encantadora.

— Se está achando que sou uma stalker, não é isso. – ela esclareceu gesticulando amplamente. — Poncho me falou de você. É o melhor amigo dele, não é?

— Pode se dizer que sim. – assentiu. — Peraí, você é Maite Perroni!

— Decoradora da agência, ao seu dispor! – ela brincou.

— Mil perdões, Maite. – Christopher disse. — Posso chamá-la assim?

Maite assentiu, sem entender ao certo ao que ele se referia.

— Perdão, pelo quê? Acabamos de nos conhecer. – ela deu de ombros, aproximando-se dele e colocando a mão sobre sua testa. — Você está bem?

Era pra ser uma brincadeira, mas Christopher não esboçou sequer um sorriso. Em vez disso, tirou a mão dela de sua testa com cuidado, deixando seus dedos deslizarem sem segundas intenções pelo braço da morena, que estremeceu ao contato, seus olhos presos ao dele.

— Meu amigo... – ainda segurava sua mão, enquanto ela o encarava sem reação. — Alfonso...uh, ele pode ser um canalha quando quer.

Maite riu pelo nariz, fazendo um som esquisito, porém engraçado.

— Ele é meu amigo, eu conheço o que há de melhor nele e podia ficar dias aqui listando suas qualidades e te entediando com a história de como ele nem sempre foi esse cuzão. – ele suspirou, vendo que tinha a total atenção da empresária. — Acontece que nada disso importa. No fim das contas, o que interessa é que ele a magoou.

— Isso é passado! – Maite contra argumentou.

— Não importa. – Christopher disse firme, mas doce. — Eu soube do que aconteceu no casamento e sinto muito por isso.

— Christopher... você não me fez nada, mas fico tocada que tenha decidido pedir desculpas pelo seu amigo. – ela respondeu sincera. — De qualquer maneira, eu já superei o que aconteceu e não desejo nenhum mal ao seu amigo, de forma alguma.

— Nem um mesmo? – ele brincou. — Nem uma desinteria assim pequena?

— Não seria uma má ideia.

#BFF  - A fábrica de sonhosOnde histórias criam vida. Descubra agora