Capítulo Nove

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A vontade de Anahí era não sair da cama, não abrir os olhos, não mover um membro do corpo pra levantar-se, mas infelizmente ela precisava pelo menos esticar o braço o suficiente para puxar o celular do criado mudo.

— Bom dia, flor do dia! – a voz de Miguel soava animada demais pra falta de humor de Anahí naquela manhã.

— Será que você pode ser menos... menos... você! – ela ouviu a risada escandalosa do amigo do outro lado da linha. — Eu preciso que avise as meninas que eu não vou hoje. Elas precisam ajeitar os últimos detalhes do casamento da Angelique sem mim. Está tudo nos conformes... minhas pastas estão na primeira gaveta de cima pra baixo da minha mesa.

— Annie... você está bem?

— Por quê?

— Você nunca falta ao trabalho... o que houve?

— Eu acordei com a minha cabeça pesando duas toneladas, meus olhos estão ardendo e eu estou muito enjoada. – ela listou. — Deve ser alguma virose.

— Ok, rainha! Vou avisar as meninas para acertarem tudo para o casamento da Angel.

— Certo. – Anahí sentia a cabeça voltar a latejar. — Qualquer coisa me ligue. Estou doente, mas não inválida.

— Descanse, honey. – Miguel aconselhou. — Nós nos viramos por aqui e esteja linda, loira e gostosa amanhã pro casamento da Angel! Ela não vai te perdoar se você não estiver lá!

— Eu vou estar lá. – Anahí garantiu. — Eu não perderia o casamento da Angel, nem que eu estivesse no soro.

— Essa é a Annie que eu conheço!

— Eu só não queria ter que olhar pra aquela cara de embuste do padrinho... o tal de Alfonso!

— O Poncho? – Miguel fez uma voz de inocente. Anahí sabia que de inocente ele não tinha nada. — Ele veio buscar a Mai aqui ontem... você já tinha saído.

— Ele o quê? – ela aumentou o tom de voz em uma oitava. — E desde quando você chama esse verme de Poncho? Onde estão as suas lealdades?

— Com os Targaryens, claro!

— Bom saber! Mas falo sério, Miguel, que porra é essa de ficar de intimidade com aquele caipira grosseirão?

— Annie, meu amor... – ele suspirou. — Você não se irrita assim com um homem a não ser que queira processá-lo ou dar pra ele.

— Pelo amor da deusa, Miguel! Você sabe que não é isso! – ela respondeu. — Eu só não aguento esse tipinho de homem que se faz de bom moço, mas que todos sabemos... não vale o prato onde come!

— Vamos deixar pra Mai decidir, né, rainha? – ele brincou. — E a senhora descanse! Amanhã precisamos a – r – r – a – s – a – r  nesse casamento! Você vai com o Paul?

— Claro que não, eu e Paul...

— São só amigos! – ele completou. — Essa música eu já sei de cor. Vê se corre, viu? Quem não cuida, abre pra concorrência.

— Que concorrência?

— Todas as mulheres solteiras de Santa Bárbara que adorariam bater uma roupa naquele tanquinho e sentar naquela máquina, né, meu bem! Eu se pudesse, sentava... mas como ele não joga no meu time, eu ficaria feliz em ver a minha melhor amiga com um cara que é digno dela!

— Eu te amo, Miguel... e eu sei me cuidar, assim como Paul sabe o tipo de relação na qual está.

— Tudo bem. – ele assentiu, mas ela percebeu que ele não estava seguro. — Vou desligar. Cuide-se!

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