Capítulo Sete

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Quando Maite chegou ao Joe's, Alfonso já estava esperando há alguns minutos, mas o atraso dela não pareceu o incomodar, pois assim que a viu, abriu um sorriso e puxou a cadeira para ela sentar-se.

— Desculpe pelo atraso... o trânsito estava uma loucura! – disse, apreciando o cavalheirismo dele. — Te fiz esperar muito?

— Oh, não! Eu estava tomando um vinho seco de uma safra excelente, recomendação exclusiva da casa, nem vi o tempo passar. – ele assegurou, com um sorriso nos lábios. — Você está linda!

— Obrigada... você também não está nada mal!

Os dois jogaram conversa fora enquanto esperavam o garçom trazer o menu, conversando sobre tudo desde carreira até o casamento de Angelique que estava cada dia mais próximo.

O Joe's era um restaurante agradável, não muito sofisticado, descolocado o bastante para trazer uma clientela jovem e não lotar muito, mesmo nos fins de semana. Os pratos também eram leves e apetitosos. Uma boa pedida para um primeiro encontro e Maite estava feliz por Alfonso ter escolhido aquele lugar. Tudo corria perfeitamente até Alfonso pedir licença para ir ao banheiro. No tempo em que ele ficou ausente, Maite viu uma movimentação diferente na entrada do restaurante e não demorou muito para reconhecer Miguel e Anahí entrando pela porta conversando e rindo. Maite não acreditou em seus olhos. Sua vontade naquele momento era matar os dois amigos e colegas de trabalho, ela, porém limitou-se a tirar o celular da bolsa e mandar uma mensagem rápida para Anahí perguntando o que diabos os dois faziam justamente no Joe's. Não podia ser coincidência! A resposta de Anahí foi sorrir e piscar pra ela, acenando da mesa onde ela e Miguel haviam se sentado. Aquela seria mesmo uma longa noite.

— Aconteceu alguma coisa? – Alfonso perguntou assim que sentou-se a mesa novamente. — Eu te vi de longe com uma cara meio triste. Foi algo que eu disse?

— Não! – ela respondeu prontamente, com medo que ele entendesse mal. — São os meus amigos...

— Seus amigos? – Alfonso franziu a testa sem compreender.

— Anahí e Miguel... eles estão aqui também.

— Você quer chamar os dois pra sentar com a gente? – ele perguntou solicito. — Por mim não tem problema algum.

Maite balançou a cabeça negativamente.

— Estamos nos conhecendo... não acho que seria oportuno. – ela explicou.

— Como quiser. – ele deu de ombros, olhando a direção onde Maite dissera que seus amigos estavam. Ele a viu primeiro. Ótimo. Ela usava um casaco de paetê preto, com uma mini-saia de couro da mesma cor, seus cabelos estavam soltos caindo pelos ombros e cingindo sua cintura. A maquiagem no rosto era fraca, exceto pelos olhos que estavam bem esfumaçados com sombra preta. Ela ria desinibida com uma taça de qualquer coquetel alcoólico em uma mão, enquanto a outra mão se apoiava casualmente na perna do homem que a acompanhava. O homem em questão vestia uma camisa branca colada ao corpo, deixando seu físico  musculoso em evidência e sorria junto com a sua companhia, sem nem notar que o olhar pesado de Alfonso caía sobre eles. Involuntariamente Alfonso sentiu seu punho fechar-se e olhou para a direção oposta. — Aquela é a sua sócia, não é?

— É sim, a Annie! – ela respondeu, e ele arqueou a sobrancelha, vendo que os dois pareciam cada vez mais próximos, enquanto riam de alguma piada que o tal de Miguel havia contado. — Ela fica preocupada comigo... deve ter o arrastado pra cá pra poder me vigiar. Que vergonha!

— Não... não fique assim. – Alfonso riu tentando tranquilizá-la. — Amigos podem ser... um pouco intrusivos às vezes, mas eles não fazem pensando no nosso mal! Eu tenho alguns amigos assim também, não precisa se envergonhar. Aliás, como sabe que não foi uma coincidência? As vezes, eles só resolveram vir aqui também.

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