Capítulo Trinta e Um

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A mesa tinha sido posta e todos conversavam animadamente, exceto por Anahí e Samantha. A empresária podia sentir os dardos lançados pelo olhar da modelo cada vez que olhava em sua direção, mas preferia ignorar cada um deles. Por enquanto.

— Então, Anahí... já que nosso filho mal nos visita e não ficamos sabendo de nada sobre sua vida, me diga, no que você trabalha?

— Eu tenho uma agência de eventos com duas amigas. – respondeu sorridente a pergunta da mãe de Alfonso.

Aquilo era bom. Falar sobre trabalho era basicamente só o que ela fazia. Estava em território conhecido.

— Você é Anahí Portilla? Seu pai é Enrique Portilla? – o pai de Alfonso perguntou entusiasmado.

Seu pai, além de renomado empresário, tinha se lançado a candidatura pelo partido republicano certa vez, fato que ainda gerava pesadelos em Anahí.

— Acho que a reputação do meu pai me precede. Sou culpada desse crime, senhor Herrera.

Armando sorriu, tomando um gole generoso de sua garrafa de cerveja e disse:

— Sabia que estava te conhecendo de algum lugar... lembro de te ver em comícios na época da candidatura de seu pai. Para que cargo foi mesmo?

— Senador.

— Eu não votei nele, mas reconheço que é um bom homem, dos corretos! – o homem continuou. — Mas como uma Portilla foi cair na lábia do meu filho?

Alfonso sufocou um riso, quase engasgando com a salada de Couve de Bruxelas.

— Pai, por favor, não me embarrasse na frente da minha namorada!

Todos na mesa riram, exceto por Samantha.

— Sua rotina deve ser muito atribulada, não é verdade? Mal deve sobrar tempo para cuidar da relação, é por isso que ainda não está casada...

As palavras da modelo atingiram o alvo, porque Anahí ergueu o queixo na mesma hora. Era briga que Samantha queria? Ela lhe presentearia com uma guerra.

— Não, querida. Não sou casada, porque nunca tive vontade. – rebateu Anahí com um brilho malicioso no olhar. — Quanto a minha rotina, ela é uma loucura mesmo, mas amo meu trabalho... até porque ele me permite comer o que tiver vontade, sem ter que me preocupar com a balança e como já deve saber, Alfonso está trabalhando em uma reportagem sobre o dia-a-dia das noivas e nossa agência é o laboratório para sua produção... ou seja, nosso relacionamento nunca esteve melhor, passamos o dia todo juntos, não é, meu amor?

Antes mesmo dele responder, Anahí já segurava seu maxilar e tascava um beijão de tirar o fôlego em Alfonso na frente de todos. Quando se soltaram, Samantha tinha a boca aberta e os olhos fixos nos dois, Armando ria junto com os dois irmãos, tios de Alfonso e Ruth tinha uma expressão indecifrável no rosto.

— Foi assim que se conheceram? – quis saber a mãe de Alfonso, tentando driblar o climão.

— Mais ou menos... Annie organizou o casamento de Angelique e Sebastian. Nos conhecemos em um dos ensaios do casamento.

Os dois tinham concordado em contar uma mentira mais próxima da realidade possível e embora aquela relação como um todo fosse uma farsa. O primeiro encontro tinha sido naquele ensaio e Alfonso não negava que tinha se sentido atraído por ela desde o princípio, quando a vira entrar por aquela igreja como se fosse a dona do mundo, em sua roupa de executiva séria e ar de rainha.

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