Capítulo Cinquenta e Um

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Os dias nunca passaram tão devagar quanto nas semanas que se seguiram. Mas ao mesmo tempo, eles não pareciam parar. Os gêmeos continuavam crescendo e de desenvolvendo. A menina saiu antes da encubadora do que o menino. Era estranho chama-los assim, mas Alfonso não tivera cabeça para escolher seus nomes e se fosse sincero, estava fora de cogitação realizar uma escolha tão importante sem a presença da mãe. Ela tinha que estar ali, ao lado deles, olhando em seus olhinhos, para que juntos pudessem decidir como chama-los.

Mas ela não estava.

Todos os dias, Maite e Dulce se revezavam em seu lugar no hospital. Não raramente elas eram obrigadas a tirá-lo de lá a força, o que não resolvia muito, já que Alfonso retornava a apartamento Airbnb que havia alugado após o parto e internação da esposa, tomava uma ducha rápida, pedia alguma comida de qualidade duvidosa da rua e voltava para o leito de Anahí no hospital de Madri.

Miguel e as outras funcionárias da #BFF seguraram as pontos o quanto foi possível, mas após a quarta semana do coma de Anahí, Dulce precisou voltar para garantir que a agência não saísse dos trilhos e também para estar ao lado do filho. Ela voltara a confiar em seus pais, mas sabia que Julian era sua responsabilidade e não deles.

Quando Anahí finalmente foi acordada pelos médicos, Alfonso e Maite estavam ao seu lado. Cada um segurava um dos gêmeos nos braços. Ela não despertaria imediatamente, o médico havia explicado. Após um doloroso mês sob a influência de remédios pesados, ela demoraria para despertar completamente e recobrar os sentidos, mas Alfonso queria que os bebês estivessem ali quando ela despertasse. Anahí mal pudera segurar seus filhos no colo como qualquer mãe faria e aquilo fazia o coração de Alfonso se apertar e lágrimas subirem aos seus olhos.

— Ela está viva, Poncho. – Maite segurou o braço do amigo em um gesto de conforto. — E está voltando pra nós.

O menino sorriu no colo da decoradora e Alfonso suspirou, voltando a encarar o monitor se batimentos, rezando silenciosamente para um Deus que ele não tinha certeza se existia ou não. Talvez aquele momento o convertesse.

As pálpebras de Anahí começaram a se mexer, assim como seus pés e mãos; ela abriu os olhos com um pouco de esforço e o azul cruzou com o castanho esverdeado de maneira fulminante. Lágrimas escorreram por seu rosto, quentes. Ela tossiu um pouco, antes de dizer:

— Quanto tempo fiquei apagada? Não. Não respondam... podemos falar disso depois, quero segurar meus bebês. Poncho...

— Amor...

Os lábios de ambos se uniram com sofreguidão, as mãos frágeis de Anahí segurando a nuca do namorado. O beijo era doce e saudoso, mas não durou muito. Embora sentisse o peito ser esmagado sob o peso da saudade que sentia dela, Alfonso sabia que a namorada precisava de um momento com os filhos. Eles teriam todo o tempo do mundo para eles. Eles teriam a vida inteira.

— Aqui estão, Annie. – Maite entregou o menino, enquanto Alfonso apoiava a menina no colo da mãe. — Ah, minha amiga, estamos todos tão felizes em ter você de volta. Sempre soube que você aguentaria firme.

— Obrigada por tudo o que fez por mim. Mesmo acordando agora, eu sei que você cuidou dos meus filhos e do cabeça dura do pai deles. Nunca terei como retribuir.

— Retribua sendo feliz e cuidando dos meus sobrinhos.

Alfonso mantinha a mão apoiada ao ombro da namorada, enquanto olhava encantado para a cena diante de si. Ele soube o que precisava fazer naquele instante.

— Mai, poderia nos deixar a sós por um momento?

— Claro. Vocês precisam de privacidade. – ela assentiu. — Vou aproveitar para avisar todo mundo. Estou tão feliz!

Anahí suspirou, abraçando os gêmeos o mais apertado que sua condição ainda fraca permitia. Eles eram perfeitos. A menina envolveu sua mãozinha em torno do indicador da mãe, enquanto seu irmão apenas a encarava curioso. De alguma forma, ela sabia que eles sentiam a mesma conexão. Eles sabiam quem ela era. Oh, Deus! Ela tinha perdido tanto. Só de olhar para eles, ela podia imaginar que no mínimo algumas semanas tinham se passado... mas aquilo era passado. Ela estava ali. Estava viva e teria a vida toda para cuidar de seus filhos.

Assim que a porta se fechou, deixando apenas os quatro ali, Alfonso se pôs de joelhos. Uma ruga se formou na testa de Anahí. O que diabos ele estava fazendo?

— Poncho...

— Só me escute por um instante. – o jornalista limpou as palmas das mãos suadas nas calças. — Quando o médico disse que você precisaria se recuperar e entrar em um coma forçado, eu só pensei em uma coisa.

— Que coisa?

— Na verdade, foi mais como um arrependimento. Eu me arrependi de não ter te feito minha. Minha esposa. Você tinha acabado de dar a luz aos nossos filhos e eu sequer podia te chamar de minha mulher, você quase morreu no processo e eu nunca tinha te visto andar até mim vestida de noiva. – Anahí abriu a boca para falar, mas Alfonso a interrompeu, pressionando os dedos levemente em seus lábios. — Eu sei o que vai dizer... que nós não somos assim, que não ligamos para formalidades, mas foi o que eu senti. Eu precisava tirar isso do meu peito, Annie. Todo esse tempo que você esteve em coma, tudo o que eu mais queria era ter você ao meu lado, era levar você e os gêmeos para casa, era construir um lar com vocês. Você me deu uma família, Stanford. Esse sempre foi o meu maior sonho. E por um tempo, eu achei que tivesse enterrado esse sonho pra sempre, só porque eu estava sonhando com a pessoa errada. Mas você me provou que vale a pena esperar pela pessoa certa. Você mudou tudo em mim e me deu meu maior presente... à esperança. Eu sei que não te mereço, mas eu prometo passar todos os dias da minha vida de hoje em diante, tentando te merecer. Eu te amo como um louco, você aceita ser minha para sempre?

Anahí puxou o namorado pela gola da camisa social branca que ele vestia e colou seus lábios nos dele. Um beijo rápido, mas cheio de promessas. Suas testas não se afastaram, nem mesmo quando ela respondeu:

— Eu seria a mulher mais louca do mundo se recusasse. Eu acho que eu já sei a agência que nós podemos contratar...

Os dois riram juntos, colando seus lábios novamente e os gêmeos acompanharam. Os quatro juntos naquele quarto de hospital eram o mais puro retrato de uma família. Alfonso olhou para cima, sobre a cabeceira da cama, um quadro peculiar: um anjo sorrindo, inclinado sobre uma nuvem branca. O jornalista riu ainda mais, o peito transbordando de um sentimento que agora era comum para ele... amor.

NOTA DA AUTORA

Oi, gente! Sei que estou em muita falta com vocês!! Nem vou justificar, porque foram muitas coisas seguidas nos últimos meses, mas eu jamais poderia deixar uma história sem finalização. Esse é oficialmente o último capítulo de #BFF, mas claro que nos próximos dias, eu postaria um epílogo! Até porque precisamos descobrir os nomes dos gêmeos, né?

Enfim, espero que curtam essas últimas emoções da fic e que eu possa dar sequência nas outras! Estou motivada pra terminar todas e se o universo conspirar agora vai! Aliás, quem não se motivou depois do reencontro RBD, né não? Eu fiquei MUITO feliz em ver que eles se reencontraram e provavelmente acertaram muitas arestas entre si. Eu pouco me importo com esse lance de tour e etc, pra mim o mais importante é ver que como seres humanos eles se reconectaram.

OBRIGADA!!! PELA PACIÊNCIA!!!! ❤️

Amo vcs! ❤️❤️❤️😻😻😻

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⏰ Última atualização: Jan 15, 2020 ⏰

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