Capítulo Vinte e Quatro

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Maite congelou onde estava quando viu o grande portão de ferro com detalhes em dourado.

— Senhor Uckerman, seus pais não o esperavam para o almoço. Aconteceu alguma coisa? – um dos seguranças vestido formalmente perguntou a Christopher.

Christopher jogou a chave do carro para o segurança que mais parecia um guarda-roupas e disse:

— Não aconteceu nada, Joseph. Só vim mostrar a estufa a minha... amiga.

Maite corou quando percebeu que o outro homem a encarava curioso.

— Tudo bem, senhor. – o homem já ia caminhando para o carro do patrão a fim de manobrá-lo. — Devo avisá-los que está aqui?

— Eu mesmo faço isso depois.

O homem assentiu e Christopher guiou Maite pelos jardins, passando por uma enorme fonte ornada por duas estátuas de mulheres (ou ninfas) que seguravam um vaso em suas cabeças de onde caía a água da fonte. Maite ficou levemente constrangida. Que tipo de casa tinha uma fonte? Não apenss uma fonte, mas a residência era toda cercada se luxo, a começar pela fachada que mais parecia de um Templo de Atenas, com suas colunas gregas.

Era sempre assim quando ela entrava em lugares luxuosos como aqueles. Sentia-se constrangida, mesmo tendo uma boa situação econômica. Era um trauma de infância como seu psicólogo havia explicado. Um trauma que parecia não ter conseguido superar ainda.

— A estufa é por aqui.

Christopher indicou um canto do jardim mais afastado e coberto de vegetação nativa. Havia alguns cactos na entrada.

— É lindo, Ucker! Nossa! Minha mãe adoraria um lugar desses. – ela disse, entrando na estufa. — Com certeza despertaria suas lembranças do México.

— Ela nunca voltou?

— Uma vez ou outra, mas ela sente falta do lar todos os dias.

Christopher escutava, enquanto buscava pelas rosas. Depois de algum tempo, avistou o que procurava.

— Maite... venha ver.

— Ah, Meu Deus! Pela Virgem de Guadalupe! São aquelas, Christopher! São as malditas Rosas Julieta!

Maite estava tão animada que pulou nos braços de Christopher, envolvendo seu pescoço com seus braços. Ele ficou surpreso, mas a apertou em seus braços, sentindo o cheiro do shampoo adocicado que ela usava.

— Ê melhor colhermos no dia.

Maite se desvencilhou de repente, envergonhada.

— Desculpe por isso. – ela falou sem levantar os olhos.

— Não fale isso! Você me ofende... estou feliz de ter podido te ajudar! – Christopher, se inclinou e tirou uma mecha de cabelo que caía no rosto da decoradora.

— Eu também! – ela abriu um sorriso imenso. — Nem sei como te agradecer. Você me salvou de verdade.

Christopher parecia pensar.

— Eu sei como pode me agradecer. Fique pra almoçar aqui.

— Não sei... nem conheço seus pais.

— Não será um problema.

Foi, de fato, um problema.

Christopher não tinha mãe; apenas o pai e a esposa dele viviam com ele. Ou melhor, ele vivia com eles.

Janet não era exatamente a mais amistosas das mulheres, principalmente quando o assunto eram as namoradas que o enteado trazia pra casa. Seu pai não ficava muito atrás naquele quesito.

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