─ Que barulho são esses? O que ele está fazendo aí dentro?! ─ Dricka desconfia de algo e para.
─ Se entrarmos aí ele nos mata, vamos! ─ Severino puxa a sua mão em direção a escada.
─ Vamos de elevador, gente. ─ Lucas, espera a reação do pessoal.
─ Não, enchemos o elevador de sacos de cimento... qualquer peso excedente e ele cai! Venham logo pelas escadas, enquanto ainda temos como fugir daqui! ─ Almir, parece muito irritado.
─ O que houve? ─ Julha segurando a mão dele.
─ Não posso deixar meu amigo morrer, não posso! Não de forma tão covarde, ele nunca faria isso com a gente! Não mesmo! ─ Almir virou-se de costas e já ia subindo as escadas.
─ Você é a única chance que temos lá fora, se entrar naquele quarto o sacrifício dele terá sido em vão, talvez nenhum de nós escape dessa neblina e do mal que há dentro dela! Pense meu amor! ─ Julha o abraçando bem firme por trás.
Ele então com lagrimas nos olhos, recua novamente e vai com o pessoal, descendo as pressas as escadas.
A luta com o açougueiro é ferrenha, mas o monstro parece muito tranquilo, talvez por saber que eu não tenho como fugir dele, não dessa vez.
─ Maldito! ─ consegui acertar a mão esquerda dele, e na sequencia dar um golpe de baixo para cima, que pega bem no queixo da sua cabeça de porco.
─ Oink,oink! ─ ele revidou soltando o facão da sua mão esquerda e agarrando o cabo da pá, com a direita cortou o cabo quase onde eu segurava ele.
Eu fiquei desarmado, e ele sorriu na hora, enquanto eu chegava para trás encurralado.
─ Acho que dessa vez é o meu fim! Mas eu não vou me render seu desgraçado! ─ pensei enquanto olhei para o chão e vi o facão caído atrás dele.
Neste momento o meu maior pavor era o maldito cutelo voador, que a qualquer momento podia me partir em dois. Olhei bem para o monte de areia e para o facão, eu só teria uma chance...
─ Hó meu anjo da guarda, até aqui você se mostrou muito foda! Já me salvou e me ajudou em varias ocasiões durante toda a minha vida, onde tudo parecia perdido, lá estava você! Eu sei que está comigo aqui, agora! ─ depois de clamar por ajuda ao meu anjo da guarda, dei um rolamento de judô em direção ao braço desarmado dele, assim me mantive longe do cutelo, pois ele bem que tentou me acertar, mas por sorte a lamina passou raspando no meu corpo. Quando cai em pé, mais para o lado esquerdo do seu corpo, eu dei outro rolamento bem rápido e peguei o facão, enchi a minha mão esquerda de areia quase ao mesmo tempo, quando parei em pé de costas, virei rapidamente e larguei toda a areia dentro dos olhos dele, que havia acabado de se virar para trás.
─ OINNNNNNNNNNK, OINNNNNNNNNNK! ─ este grunhido me lembrou muito o choro dos porcos antes de serem abatidos, monstruosamente nos matadouros!
Com lagrimas nos olhos, eu decepei a mão direita dele com um golpe apenas, e eu travei completamente como se estivesse matando um porco indefeso, não consegui mais corta-lo. Ele começou a me mostrar coisas, a maldade humana em relação aos animais e eu chorei muito por dentro, as lagrimas rolaram pelos meus olhos, enquanto ele olhava para mim! Eu então corri saindo do quarto, pois a fumaça começava a entrar, as chamas espalhavam-se muito rapidamente pelo prédio todo e já lambiam o teto do corredor.
─ Opa, nem pensar! ─ quase que eu entro no elevador, mas recuei e fui pela escada.
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
HorrorUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...