22 - O AÇOUGUEIRO

36 18 2
                                    


     ─ Ele está fraco, vejam. ─ o palhaço vinha descendo as escadas, com o seu peito estourado e mesmo assim com um sorriso enorme na boca enquanto balançava lentamente a cabeça de um lado para o outro, mas quando eu me aproximei da escada e apontei a doze para ele, simplesmente fugiu correndo de costas, todo desengonçado, cena sinistra! ─ Ele só quer nos colocar medo, mas está fraco nesse momento!

     ─ Marcos, você lembrou que a arma estava sem munição não é? Você podia ter morrido cara, como sabia que ele não ia te atacar?! ─ Almir, com o braço direito envolta do pescoço daquela linda mulher, que negão sortudo da porra!

     ─ Sim eu sabia, mas de alguma forma eu sei que após ele estar ferido, que ele fica muito fraco, incapaz de agir direito... é como se ficasse vulnerável, sabe? ─ disse enquanto caminhava de um lado para o outro.

     ─ Então talvez possamos usar isso contra ele! Vamos planejar algo depois, agente pode não matar ele, mas quem sabe prende-lo em algum lugar onde não possa sair! ─ Almir, enquanto olha bem dentro dos olhos da Julha.

     ─ Exato! Mas onde podemos prende-lo, onde ele jamais poderia sair?! ─ perguntei enquanto olhava para o rosto de todos.

     ─ Eu acho que sei, onde. ─ disse o Severino com as sobrancelhas em pé.

     ─ Porra! Fala logo paraíba! ─ Almir dá um tapa de leve na nuca dele.

     ─ Sem agressão bombado, ôxi! Na câmara frigorifica da cozinha, ela só abre por fora, e a porta é de ferro muito grosso.

     ─ Eu acho perfeito! ─ Dricka pela primeira vez sorri de verdade.

     ─ Droga! Pessoal, o açougueiro cansou de esperar pelo seu lixo! ─ João, vai caminhando para trás com muito medo.

     ─ Lixo?! ─ me virei para ver do que ele tinha tanto medo.

     ─ Sim, lembra das regras? Ele é o verdadeiro motivo do porque não podíamos deixar de levar o lixo todo para fora. ─ ela aponta na direção dele. ─ Por algum motivo, ele gosta de ficar fuçando o lixo! ─ a Julha fala com cara de nojo.

     ─ Ele realmente tem uma cabeça de porco enorme?! E aquele cutelo de açougueiro nas mãos, ele já tentou usar contra vocês? ─ perguntei.

     ─ Até hoje ele só se importou com o lixo, e nunca havíamos deixado de dar o que ele queria, justamente por medo dele resolver querer usar! ─ Severino, ele já está atrás do senhor João, que se encontra quase na sala da chefia.

     ─ Ele usa uma cabeça de porco ou uma mascara?! ─ perguntei curioso.

     ─ CARALHO MARCOS, QUE DIFERENÇA ISSO FAZ?! Se é cabeça ou mascara, olha o tamanho daquele cara?! ─ Almir se altera, e vai recuando com a Julha para a sala dela.

     ─ Calma gente não precisa correr, eu não acho que ele vá entrar... ─ eu estava olhando para eles, quando me virei. ─ Mas que boca maldita eu tenho!

     O açougueiro estava entrando pelas grades que ele acabou de envergar com as mãos, eu rapidamente corri e me juntei aos outros na sala da Julha.    

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora