5 - MEU GERENTE, PRIMEIRA GRANDE SURPRESA!

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     A Kombi havia me deixado bem próximo ao Palace Hotel, eu atravessei a ponte e segui por mais alguns minutos e logo avistei o prédio, era bem menor do que imaginei, e aquela cor laranja... achei de péssimo gosto, mas fazer o que não é mesmo?! Segui até o portão e ao avistar o zelador, acenei para ele.

     ─ CALMA AÍ SENHOR! ─ gritou ele com um sotaque nortista.

     Ele estava no telefone e segundos depois desligou o aparelho e veio com um molho de chaves nas mãos.

     ─ O senhor quer o que aqui? ─ perguntou de uma certa distância do portão.

     ─ Meu nome é Marcos, minha tia Márcia, me enviou para a vaga de Auxiliar de Limpeza.

     ─ Tudo bem, então é você que a gerente está esperando. Me desculpa pelos modos é que você sabe, a violência no Rio de Janeiro está aquele absurdo de sempre e cada vez pior. ─ disse sem graça enquanto abria o portão.

     ─ Não me diga que vocês aqui também sentem na pele o que passamos lá embaixo?! ─ perguntei com uma cara de espanto, enquanto abria os braços, aguardando a resposta.

     ─ Vez ou outra, alguns turistas são assaltados, até mesmo aqui em cima. Mas tudo indica que são pessoas que às vezes sobem com eles mesmos, turistas assaltando turistas. Deve ser devido às drogas, não é mesmo? ─ ele segue andando e acena para eu segui-lo.

     ─ Já que vamos trabalhar juntos, qual o seu nome mesmo? ─ estico minha mão direita para ele, que olha meio desconfiado por uns segundos.

     ─ Desculpa, eu ando com a cabeça cheia de preocupação nesse momento. Me desculpa mesmo, o meu nome é Severino, o seu é Marcos não é isso? ─ apertamos as mãos, bem firme.

     ─ O gerente é gente boa? ─ coloquei as mãos nos bolsos, enquanto perguntava. ─ Rapaz, faz frio aqui viu!

     ─ O gerente? ─ risos. ─ Bem, espere aqui que vou chamar o gerente, depois você me diz o que achou dele, ok? Prefiro que tenha essa surpresa. ─ ele me apontou uma poltrona em uma sala, atrás da recepção e saiu com um riso sacana na cara, esfregando uma mão na outra. Sabe criança, antes de aprontar umas das boas? Era essa cara que ele fazia.

     ─ Poc, Poc, Poc... ─ barulho de salto alto no chão, se aproximando.

     ─ É uma mulher então! Filha da put.... ele podia ter me avisado. ─ nesse momento enquanto eu cochichava comigo mesmo bem baixo, passa o Severino rindo.

     ─ Severino, peça a ele para vir. ─ ela retornou para a sua sala e fechou a porta.

     ─ Marcos, o gerente está te chamando lá. ─ ele para na porta e balança a cabeça com aquele riso de safado na cara, enquanto eu me levanto.

     ─ Onde é a sala dela? ─ perguntei ao chegar no corredor.

     ─ É a última sala a esquerda. Marcos, boa sorte. ─ nesse momento ele ficou sério, e após falar foi para o seu posto na recepção.

     ─ Nossa, ela tem a voz tão linda, meiga... ela deve ser uma baranga! Com certeza! ─ pensei, no momento em que cheguei na porta. Respirei bem fundo e a maldita ansiedade que já estava me matando, agora me entupia de gases. Bati na porta e aguardei.

     ─ Entre. ─ disse com a voz de um anjo.

     ─ Oi!!!!!!!!!! ─ quando a vi, gelei dos pés à cabeça, meu coração disparou, eu pensei que fosse passar mal de tão forte que ele batia em meu peito. Ela é tão linda com aquele cabelo enorme, castanho-claro, amarrado atrás (me lembrou muito a Aeris de Final Fantasy VII) olhos da cor de mel, toda vestida de rosa, pele branca e unhas grandes pintadas de vermelho, que inclusive era também a mesma do seu batom! Eu levei alguns segundos parado na porta sem ação, até que de repente eu a fechei e me sentei, como ela ao se levantar me apontou o assento. Nesse momento pude ver a sua cintura, que mulher é essa?!

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora