12 - QUE CEARENSE MAIS FILHO DA PUTA!

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     ─ Sinto muito! ─ ele fecha o elevador e aperta o botão.

     Que vontade de matar aquele cearense filha da puta, olho para ele com esperança dele abrir a porta, mas ele me deixou com aquele palhaço assassino com um facão enorme nas mãos, acho inclusive que ele se mijou nas calças, aquele covarde desgraçado!

     Quando me virei para trás, vi o palhaço correndo a toda velocidade enquanto abria a boca, ele vinha girando o facão no ar como se fosse uma espada, desenhando o símbolo do infinito. Rapaz, meu coração parecia que ia saltar pela boca, quando me dei conta eu já estava descendo as escadas correndo e na minha mente, eu só pensava em matar o Severino.

     Chegando no primeiro andar, encontro o Severino com o rádio na mão, a chefona e o João conversando bem próximo a recepção do hotel.

     ─ Julha, era o palhaço! Eu vi com os meus próprios olhos ─ ele diz quase chorando, e as calças estavam molhadas.

     ─ Mas... desde que isso tudo começou ele nunca saiu antes das 22 horas! Nunca! ─ ela coloca as duas mãos na cintura, e olha para cima, como se pensasse em alguma resposta.

     Me aproximei deles, nesse momento...

     ─ SEVERINO! PORQUE NÃO ABRIU A PORRA DA PORTA CARA?! ─ eu o peguei pela gola da camisa, furioso e o joguei na parede.

     ─ Me desculpa! Eu estava apavorado, e só pensei em ficar vivo, pelos meus filhos cara! ─ ele chorou nesse momento.

     ─ Calma! ─ o senhor João, coloca a mão em meu ombro. ─ Olha, ele só teve medo, não dá para prever a reação de alguém diante do medo de morrer, não dá. Vamos nos acalmar e pensar muito bem no que fazer. ─ nesse momento ele olha para a Julha, e faz o sinal de sim com a cabeça.

     ─ Solta ele por favor Marcos! ─ nossa aquela carinha que ela fez, me desmontou inteirinho, e eu por alguns segundos até esqueci a cena de horror que vivi a pouco. ─ Você viu para onde ele foi?! O palhaço!

     ─ Não, ele vinha correndo atrás de mim... eu estava paralisado de medo, mas de repente corri e desci as escadas. Eu acho que ele ficou com medo de descer e encarar todos nós juntos. ─ olhei para o rosto de cada um, enquanto falava e erguia o meu punho.

     ─ Ele não tem medo! Você não sabe de nada! ─ o cearense, desesperado com as duas mãos na cabeça, andando de um lado para o outro.

     ─ Então, acho bom vocês me contarem tudo e agora! Já que pelo que vejo, já faço parte disso. ─ fiquei ali esperando eles me contarem tudo, mas eles só ficaram olhando uns para os outros, como se não tivessem coragem de contar.

     ─ Vejam, é o Almir. ─ Julha aponta para o negão, que acaba de abrir o portão do prédio com a sua chave. Atrás dele nota-se uma nevoa muito densa se formando.

     ─ Olha, eu quero uma chave dessas e se possível um rádio desses que vocês possuem. ─ disse, olhando bem para o rosto da Julha.

     ─ Sim, eu ia te dar depois, o rádio e a chave que era do Felipe. ─ respondeu ela. ─ Eu vou pegar na minha sala.

     ─ CUIDADO JULHA! ─ Almir grita quando se aproximava de nós.

     A Julha ficou paralisada igual a uma estatua, ao ver o palhaço parado na escada, ele parece que quebrou a luz, pois estava bem escuro naquele momento e seus olhos vermelhos brilhavam, iluminando bem a sua face assustadora. Ele ficou ali com um sorriso enorme na boca, enquanto nos olhava, parecia muito feliz em nos ver com medo, como uma serpente diante de varias presas, escolhendo quem ia matar.

     ─ Se ficarmos todos juntos, esse maluco psicopata, não terá chance! ─ disse tentando elevar a moral de todos, e nos dar confiança.

     ─ Não! ─ o porteiro não aguentou olhar o palhaço de frente e correu para dentro de sua sala.

     ─ VOLTA AQUI SEVERINO, SEU COVARDE! ─ gritei para ver se mexia com a hombridade dele, mas ele não retornou.    

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora