Bruno é salvo pela sua corda de segurança e rapidamente segura-se na torre soltando a corda, foi ele fazer isso e a criatura derruba o gancho, mais uns segundos e estaria morto. Ele parece que já havia planejado tudo em sua mente, pois correu até a escada da torre e desceu escorregando nela, chegando ao fio partido ele conseguiu conectar um fio nas duas partes rompidas e desceu deslizando em grande velocidade a escada.
─ Ahhhhhrg! ─ ao chegar lá embaixo, ele assopra as mãos, pois elas estavam queimando.
─ O que houve Bruno?! ─ Maria corre até ele.
─ Fuja, o mais rápido que puder! AGORA! ─ ele corre, entra na cabana e liga o equipamento de radio. ─ Funcionou! ─ um largo sorriso brota em seu rosto.
─ Eu vou esperar por você! ─ ela insiste.
─ Fuja agora Maria, eu vou pedir socorro. Se você fugir e se esconder talvez sobreviva! O Almir era um monstro, essa coisa nova copia a forma dos seres vivos... dos humanos, pensa igual a eles, imita perfeitamente as suas atitudes! ─ ajustando a frequência do radio.
─ Meu Deus, como vamos saber quem é ou não é essa coisa?! ─ Nós vamos sair juntos daqui, eu espero você.
Bruno passa uma mensagem de SOS em Código Morse.
─ Por que você não fala?
─ Não há energia suficiente para falar, só dá para enviar um SOS em Código Morse mesmo, e ainda assim tenho que torcer para as torres mais próximas captarem o código. ─ Bruno gira o botão de radio e envia a mesma mensagem para diversas frequências.
─ O que houve?! Apagou o LED?!
─ Ele está chegando! CORRA!
─ EI PESSOAL! ─ Marcos que vai chegando em frente a cabana com a Dricka, feliz ao ver os dois vivos.
─ CORRAM! ─ Maria desesperada passa por eles dois. ─ O Bruno conseguiu pedir socorro pelo radio, não há mais nada para fazer aqui. ─ ela virasse para eles enquanto vai caminhando rápido em direção a descida da montanha, depois corre a toda velocidade novamente.
─ O que está havendo?! ─ Marcos segura o Bruno pelos ombros e pergunta. ─ Vimos rastro de sangue ali atrás!
─ E o corpo do Miguel?! Havia um corpo bem onde está o rastro. ─ Bruno ajeitando os seus óculos.
─ Sem corpo, só o grande rastro de sangue. ─ Dricka.
─ O Severino e a Julha?! Onde estão os dois? ─ só agora eu dei falta deles.
─ A Julha desceu a montanha as pressas e o Severino... caiu da montanha, caiu não, foi puxado por uma dessas coisas! ─ Bruno apontando.
─ Meu Deus, não! Nós precisamos sobreviver até o resgate chegar, precisamos ficar todos unidos a partir de agora! ─ eu disse enquanto olhava bem para ele, que parecia pensativo no momento.
─ Ela infecta a vitima, cria a copia dela e ainda a transforma nessa... coisa! ─ apontando para trás.
─ Que coisa, diga homem?!
─ PRAAAA! ─ forte barulho de algo caindo no telhado.
─ Nessa coisa! ─ Bruno vira-se para trás e eles três avistam no telhado o corpo de Almir aberto ao meio.
Da cintura para cima a parte do corpo dele está caída, a direita e a esquerda, desfalecida como um boneco sem vida. O meio do corpo está enorme, inchado quase como uma bola, na parte de cima dessa coisa está uma enorme boca gigantesca e dessa boca saem os seus vários tentáculos. Existe um olho enorme exatamente no local onde deveria haver o umbigo dele. A coisa caminha lentamente com as suas duas pernas, vindo na direção deles, enquanto seus tentáculos que atingem uns três metros de distancia, ficam se debatendo para todos os lados.
─ Marcos, temos que fugir! ─ Dricka tenta puxa-lo, enquanto Bruno corre desesperado.
─ Como isso é possível?! ─ eu tento processar as imagens que eu estou vendo, mas aquilo é sinistro demais.
─ Essa coisa nova que atravessou o portal, é um monstro que possui a capacidade de copiar outros seres vivos! Ela os mata e copia a sua forma, infectando também a vitima que depois levanta-se e faz a mesma coisa com outros seres e assim por diante! Se essa coisa descer a montanha... ─ Bruno parou de correr e disse sem virar para trás, no fim, ele não consegue completar a frase, pois chora muito. ─ O Almir ainda está vivo lá encima da torre, preso em uma espécie de casulo! Ele implorou para que eu o mata-se, disse que havia alguma coisa dentro dele! ─ ao acabar de falar ele corre chorando.
─ Não olha assim para mim! Você me prometeu! ─ Dricka ao vê-lo virar-se para ela.
─ Eu sei que eu prometi, mas eu não posso deixar ninguém para trás! Eu não consigo Dri, eu sei que ele não me deixaria para trás também! ─ ao acabar de falar eu começo a procurar algo dentro da mochilal.
─ Eu vi uma coisa muito importante, naquela hora em que estávamos na mente da criatura lá na cachoeira! ─ ela vai recuando em direção a descida. ─ É o meu sonho Marcos, eu não posso mais me arriscar, você entende?!
─ O que você viu? Qual é o seu sonho? ─ eu perguntei enquanto olhava a criatura que acabou de pular do telhado e cair a uns seis metros da gente. ─ Achei! Lembra das garrafas de álcool que encontramos enquanto pegávamos material para a escalada, na hora eu soube que isso poderia ser muito útil! ─ pego a garrafa de álcool e os fósforos, me afastando da criatura, fui em direção ao rastro de sangue no gelo.
─ Enquanto você vasculhava por respostas, houve um momento em que eu vasculhei também e assim descobri coisas... ─ Dricka olhando para o grande rastro de sangue no gelo, pois eu estava tacando um pouco de álcool bem encima dele.
─ Não temos tempo agora! Depois conversamos, se você correr alcança o pessoal descendo, vai! ─ ela em fim virou-se contrariada e começou a andar rápido.
─ HARRRRRRGH! ─ a criatura começou a gritar de dor e se contorcer toda, deu para se ouvir outros gritos pelo parque, pelo ao menos mais uns dois.
A coisa chegou a cair no chão e se estrebuchar por vários segundos até que o frio apagou o fogo do rastro de sangue do Miguel. ─ Eu sabia! DRI AVISE AOS OUTROS, O FOGO MATA ESTA COISA!
─ OK! ─ responde ela com a voz distante e abafada pela tempestade.
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
HorrorUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...