63 - ... _ _ _ ... (SOS)

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     Bruno é salvo pela sua corda de segurança e rapidamente segura-se na torre soltando a corda, foi ele fazer isso e a criatura derruba o gancho, mais uns segundos e estaria morto. Ele parece que já havia planejado tudo em sua mente, pois correu até a escada da torre e desceu escorregando nela, chegando ao fio partido ele conseguiu conectar um fio nas duas partes rompidas e desceu deslizando em grande velocidade a escada.


     ─ Ahhhhhrg! ─ ao chegar lá embaixo, ele assopra as mãos, pois elas estavam queimando.

     ─ O que houve Bruno?! ─ Maria corre até ele.

     ─ Fuja, o mais rápido que puder! AGORA! ─ ele corre, entra na cabana e liga o equipamento de radio. ─ Funcionou! ─ um largo sorriso brota em seu rosto.

     ─ Eu vou esperar por você! ─ ela insiste.

     ─ Fuja agora Maria, eu vou pedir socorro. Se você fugir e se esconder talvez sobreviva! O Almir era um monstro, essa coisa nova copia a forma dos seres vivos... dos humanos, pensa igual a eles, imita perfeitamente as suas atitudes! ─ ajustando a frequência do radio.

     ─ Meu Deus, como vamos saber quem é ou não é essa coisa?! ─ Nós vamos sair juntos daqui, eu espero você.


     Bruno passa uma mensagem de SOS em Código Morse.


     ─ Por que você não fala?

     ─ Não há energia suficiente para falar, só dá para enviar um SOS em Código Morse mesmo, e ainda assim tenho que torcer para as torres mais próximas captarem o código. ─ Bruno gira o botão de radio e envia a mesma mensagem para diversas frequências.

     ─ O que houve?! Apagou o LED?!

     ─ Ele está chegando! CORRA!

     ─ EI PESSOAL! ─ Marcos que vai chegando em frente a cabana com a Dricka, feliz ao ver os dois vivos.

     ─ CORRAM! ─ Maria desesperada passa por eles dois. ─ O Bruno conseguiu pedir socorro pelo radio, não há mais nada para fazer aqui. ─ ela virasse para eles enquanto vai caminhando rápido em direção a descida da montanha, depois corre a toda velocidade novamente.

     ─ O que está havendo?! ─ Marcos segura o Bruno pelos ombros e pergunta. ─ Vimos rastro de sangue ali atrás!

     ─ E o corpo do Miguel?! Havia um corpo bem onde está o rastro. ─ Bruno ajeitando os seus óculos.

     ─ Sem corpo, só o grande rastro de sangue. ─ Dricka.

     ─ O Severino e a Julha?! Onde estão os dois? ─ só agora eu dei falta deles.

     ─ A Julha desceu a montanha as pressas e o Severino... caiu da montanha, caiu não, foi puxado por uma dessas coisas! ─ Bruno apontando.

     ─ Meu Deus, não! Nós precisamos sobreviver até o resgate chegar, precisamos ficar todos unidos a partir de agora! ─ eu disse enquanto olhava bem para ele, que parecia pensativo no momento.

     ─ Ela infecta a vitima, cria a copia dela e ainda a transforma nessa... coisa! ─ apontando para trás.

     ─ Que coisa, diga homem?!

     ─ PRAAAA! ─ forte barulho de algo caindo no telhado.

     ─ Nessa coisa! ─ Bruno vira-se para trás e eles três avistam no telhado o corpo de Almir aberto ao meio.


     Da cintura para cima a parte do corpo dele está caída, a direita e a esquerda, desfalecida como um boneco sem vida. O meio do corpo está enorme, inchado quase como uma bola, na parte de cima dessa coisa está uma enorme boca gigantesca e dessa boca saem os seus vários tentáculos. Existe um olho enorme exatamente no local onde deveria haver o umbigo dele. A coisa caminha lentamente com as suas duas pernas, vindo na direção deles, enquanto seus tentáculos que atingem uns três metros de distancia, ficam se debatendo para todos os lados.


     ─ Marcos, temos que fugir! ─ Dricka tenta puxa-lo, enquanto Bruno corre desesperado.

     ─ Como isso é possível?! ─ eu tento processar as imagens que eu estou vendo, mas aquilo é sinistro demais.

     ─ Essa coisa nova que atravessou o portal, é um monstro que possui a capacidade de copiar outros seres vivos! Ela os mata e copia a sua forma, infectando também a vitima que depois levanta-se e faz a mesma coisa com outros seres e assim por diante! Se essa coisa descer a montanha... ─ Bruno parou de correr e disse sem virar para trás, no fim, ele não consegue completar a frase, pois chora muito. ─ O Almir ainda está vivo lá encima da torre, preso em uma espécie de casulo! Ele implorou para que eu o mata-se, disse que havia alguma coisa dentro dele! ─ ao acabar de falar ele corre chorando.

     ─ Não olha assim para mim! Você me prometeu! ─ Dricka ao vê-lo virar-se para ela.

     ─ Eu sei que eu prometi, mas eu não posso deixar ninguém para trás! Eu não consigo Dri, eu sei que ele não me deixaria para trás também! ─ ao acabar de falar eu começo a procurar algo dentro da mochilal.

     ─ Eu vi uma coisa muito importante, naquela hora em que estávamos na mente da criatura lá na cachoeira! ─ ela vai recuando em direção a descida. ─ É o meu sonho Marcos, eu não posso mais me arriscar, você entende?!

     ─ O que você viu? Qual é o seu sonho? ─ eu perguntei enquanto olhava a criatura que acabou de pular do telhado e cair a uns seis metros da gente. ─ Achei! Lembra das garrafas de álcool que encontramos enquanto pegávamos material para a escalada, na hora eu soube que isso poderia ser muito útil! ─ pego a garrafa de álcool e os fósforos, me afastando da criatura, fui em direção ao rastro de sangue no gelo.

     ─ Enquanto você vasculhava por respostas, houve um momento em que eu vasculhei também e assim descobri coisas... ─ Dricka olhando para o grande rastro de sangue no gelo, pois eu estava tacando um pouco de álcool bem encima dele.

     ─ Não temos tempo agora! Depois conversamos, se você correr alcança o pessoal descendo, vai! ─ ela em fim virou-se contrariada e começou a andar rápido.

     ─ HARRRRRRGH! ─ a criatura começou a gritar de dor e se contorcer toda, deu para se ouvir outros gritos pelo parque, pelo ao menos mais uns dois.


     A coisa chegou a cair no chão e se estrebuchar por vários segundos até que o frio apagou o fogo do rastro de sangue do Miguel. ─ Eu sabia! DRI AVISE AOS OUTROS, O FOGO MATA ESTA COISA!


     ─ OK! ─ responde ela com a voz distante e abafada pela tempestade. 

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora