17 - CHEGAREMOS A TEMPO?

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     Eu e Almir saímos, peguei a lanterna do Severino e o radio, já que eles estavam indo provavelmente na direção oposta de onde o palhaço assassino estaria. Subimos as escadas para o terceiro andar, e logo ouvimos um grito de socorro, era a dona Luzia gritando. E quando chegamos lá, vimos as duas senhoras lutando com o palhaço, uma cena bizarra pelo fato de ser uma bruxa e uma macumbeira unidas pela vida, contra aquela coisa.

     ─ PARADO AÍ SEU DESGRAÇADO! ─ gritou Almir com uma voz bem grossa, ao chegarmos próximo.

     O palhaço havia jogado a Luzia contra a parede do corredor, e seu facão caiu nesse momento, mas ele sem tirar os olhos da bruxa, a jogou no chão com muita força para trás e pulou encima dela, mesmo após Almir mandar ele parar ele não parou, parecia em uma espécie de transe, totalmente focado em morder o pescoço dela, com a sua boca que se esticava cada vez mais e mais e seus dentes pareciam crescer e crescer também, a senhora estava indefesa, já que ele segurava as duas mãos dela, mas a Luzia foi muito rápida e ao se levantar pegou o facão dele e arrancou a sua cabeça, na verdade quase arrancou, já que mesmo após ela dar outro golpe no mesmo local, apenas deixou a cabeça pendurada ao pescoço, caída, mas pendurada. Aquele palhaço realmente não era humano. Almir ficou paralisado de medo, não conseguia nem correr e fugir, nem seguir adiante e mata-lo. Eu não pensei duas vezes, tomei a arma dele, ao ver aquela coisa de pé mesmo depois de ficar sem a cabeça. Ele dá um murro com a mão fechada na cara da Luzia que desmaiou, virou-se para nós e se abaixou para pegar o seu facão. Depois enquanto ria alto e sem parar, com aquele riso com voz de palhaço, ele pegou a sua cabeça ainda pendurada com a mão esquerda e a encaixou no pescoço, parece que surgiram pequenos tentáculos tanto no pescoço quanto na cabeça, que se grudavam, prendendo-a novamente ao corpo.

     ─ VEM PARA CIMA, SEU DEMÔNIO! VEMMMMMM! ─ se eu não tive medo? É lógico que tive e muito! Por dentro, eu só queria fugir e se manter vivo, mas na minha mente, se eu não reagisse ele mataria todo mundo ali, e acabei fazendo a coisa certa.

     Avancei lentamente e quando cheguei bem perto dele, acho que nem ele acreditou, ergueu seu braço para me esfaquear, eu dei o primeiro tiro certeiro bem no meio dos peitos dele, que foi arremessado para trás caindo a vários metros de distancia. Ainda tinha mais um tiro, mas eu sabia que não podia errar, então me contive em tentar defender as duas senhoras, me coloquei a frente das duas. Aquela coisa gritava, um grito sinistro de dor, com uma voz que se misturava entre aguda e grave, de repente ameaçou vir para cima de mim, mas quando eu levantei a mira e me mantive firme, ele parece que mudou de ideia e recuou flutuando para as sombras atrás dele. Desaparecendo de uma vez, como eu sei?! Eu não sentia mais a sua presença e todos os pelos do meu corpo, voltaram a ficar normais, pois estavam todos eles arrepiados na presença daquela coisa.

     ─ Cuidado meu jovem ele pode estar esperando para te atacar! ─ Luzia preocupada porque baixei a mira da arma.

     ─ Não se preocupem, ele já foi, está ferido e fraco nesse momento. ─ eu dei a minha mão para ela se levantar.

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora