56 - NA TORRE DE TRANSMISSÃO

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     Enquanto isso Julha e Almir estão na torre de transmissão...


     ─ E aí? Encontrou algum problema na fiação? ─ Julha pergunta para Almir, que a caba de entrar na porta da cabana, com a mão na cabeça.

     ─ Você está bem? ─ ela preocupa-se ao vê-lo com uma expressão de dor em seu rosto.

     ─ Eu desmaiei, perdi os sentidos por algum tempo... Ai, meu corpo todo dói, é como se eu tivesse levado uma surra!

     ─ É melhor descansarmos, a subida foi muito desgastante. Alem de só termos esta iluminação... ─ ela aponta para um lampião recarregável elétrico, que está encima da bancada.      ─ ... ainda estava muito escorregadio, eu quase cai por diversas vezes!

     ─ Droga! Tanto esforço para chegar até aqui, para nada! ─ ele está furioso, batendo com o punho direito na bancada dos aparelhos de comunicação. Não há energia elétrica na cabana da torre, todos os aparelhos estão desligados.

     ─ Calma Almir, não adianta ficar assim! ─ ela o abraça por trás carinhosamente. ─ Que tal aproveitarmos que estamos sozinhos?! ─ ela vira o corpo dele de frente e morde os lábios, com um olhar sacana.

     ─ Julha, você não fica satisfeita nunca?! ─ ele a empurra de leve e fica balançando a cabeça, em seu rosto notasse a preocupação com o radio, já que ele não tira os olhos dele.

     ─ Você sabe muito bem que isso é uma doença, e você nunca reclamou disso antes, ao contrario! ─ ela o encara, enquanto fala bem serio.

     ─ Sim, mas no momento eu não tenho cabeça... Eu estou tentando pensar em algum meio de enviar um sinal de radio, mas não sei como! ─ ele leva as duas mãos ao seu rosto.

     ─ Estranho, até pouco tempo atrás você parecia estar tão tarado quanto eu!

     ─ Isso é verdade, aquela vontade louca passou. Me sinto normal de novo.

     ─ Ao menos agora você sabe como é. ─ fica de costas para ele, fazendo biquinho com a boca.

     ─ Hó minha Penélope Charmosa! Vem cá. ─ ele pega em sua mão e a puxa para perto de si, depois a abraça bem apertado.

     ─ Se ao menos houvesse um gerador aqui perto! ─ diz ela com um olhar de expectativa em seu rosto.

     ─ Eu já olhei tudo aqui dentro e no entorno da cabana, vamos esperar e rezar para que a energia volte. ─ Almir senta-se no chão e Julha faz o mesmo ao lado dele.


     De repente um cachorro da raça Pastor Alemão fica de frente para eles, parado na porta.


     ─ Um cachorro, ele está ferido! ─ ela vai andando lentamente para cima do animal.

     ─ Não chega perto Julha!

     ─ Calma é só um cachorro, e você sabe que eu adoro animais! ─ ela estende a mão direita para ele que a lambe. ─ Ele está ferido e assustado.

     ─ Julha, estamos próximos ao pico da montanha... Não há cachorros aqui encima!

     ─ E o pesquisador que fica aqui, será que o cão não é dele? Será que ele se escondeu em algum lugar, e resolveu voltar para tentar pedir socorro pelo radio? ─ ela afaga o cachorro, que lambe o seu rosto carinhosamente.

     ─ Eu já falei para você se afastar dele! ─ Almir a pega pelo braço e praticamente a joga para trás. ─ Esse cachorro me parece familiar! ─ ele fica olhando o animal de perto, tentando se lembrar.

     ─ Seu brutamontes! ─ ela revira os armários. ─ Deve ter alguma coisa aqui, para fazer curativos nele.

     ─ Rorrrrrrrrrgh, roarrrrrrrrrrr! ─ o cachorro começa a rosnar para o Almir e vir para cima dele.

     ─ Tadinho! Você está assustando ele, seu grosso!

     ─ Vamos sair daqui, eu estou com um mal pressentimentos sobre esse cachorro! ─ ele virou-se para ela ao dizer.

     ─ Achei a caixa de primeiros socorros. ─ agachada, com a cabeça dentro do armário puxando a caixa branca lá do fundo.

     ─ ARGH! JULHAAA, CORRA!

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora