Enquanto isso Julha e Almir estão na torre de transmissão...
─ E aí? Encontrou algum problema na fiação? ─ Julha pergunta para Almir, que a caba de entrar na porta da cabana, com a mão na cabeça.
─ Você está bem? ─ ela preocupa-se ao vê-lo com uma expressão de dor em seu rosto.
─ Eu desmaiei, perdi os sentidos por algum tempo... Ai, meu corpo todo dói, é como se eu tivesse levado uma surra!
─ É melhor descansarmos, a subida foi muito desgastante. Alem de só termos esta iluminação... ─ ela aponta para um lampião recarregável elétrico, que está encima da bancada. ─ ... ainda estava muito escorregadio, eu quase cai por diversas vezes!
─ Droga! Tanto esforço para chegar até aqui, para nada! ─ ele está furioso, batendo com o punho direito na bancada dos aparelhos de comunicação. Não há energia elétrica na cabana da torre, todos os aparelhos estão desligados.
─ Calma Almir, não adianta ficar assim! ─ ela o abraça por trás carinhosamente. ─ Que tal aproveitarmos que estamos sozinhos?! ─ ela vira o corpo dele de frente e morde os lábios, com um olhar sacana.
─ Julha, você não fica satisfeita nunca?! ─ ele a empurra de leve e fica balançando a cabeça, em seu rosto notasse a preocupação com o radio, já que ele não tira os olhos dele.
─ Você sabe muito bem que isso é uma doença, e você nunca reclamou disso antes, ao contrario! ─ ela o encara, enquanto fala bem serio.
─ Sim, mas no momento eu não tenho cabeça... Eu estou tentando pensar em algum meio de enviar um sinal de radio, mas não sei como! ─ ele leva as duas mãos ao seu rosto.
─ Estranho, até pouco tempo atrás você parecia estar tão tarado quanto eu!
─ Isso é verdade, aquela vontade louca passou. Me sinto normal de novo.
─ Ao menos agora você sabe como é. ─ fica de costas para ele, fazendo biquinho com a boca.
─ Hó minha Penélope Charmosa! Vem cá. ─ ele pega em sua mão e a puxa para perto de si, depois a abraça bem apertado.
─ Se ao menos houvesse um gerador aqui perto! ─ diz ela com um olhar de expectativa em seu rosto.
─ Eu já olhei tudo aqui dentro e no entorno da cabana, vamos esperar e rezar para que a energia volte. ─ Almir senta-se no chão e Julha faz o mesmo ao lado dele.
De repente um cachorro da raça Pastor Alemão fica de frente para eles, parado na porta.
─ Um cachorro, ele está ferido! ─ ela vai andando lentamente para cima do animal.
─ Não chega perto Julha!
─ Calma é só um cachorro, e você sabe que eu adoro animais! ─ ela estende a mão direita para ele que a lambe. ─ Ele está ferido e assustado.
─ Julha, estamos próximos ao pico da montanha... Não há cachorros aqui encima!
─ E o pesquisador que fica aqui, será que o cão não é dele? Será que ele se escondeu em algum lugar, e resolveu voltar para tentar pedir socorro pelo radio? ─ ela afaga o cachorro, que lambe o seu rosto carinhosamente.
─ Eu já falei para você se afastar dele! ─ Almir a pega pelo braço e praticamente a joga para trás. ─ Esse cachorro me parece familiar! ─ ele fica olhando o animal de perto, tentando se lembrar.
─ Seu brutamontes! ─ ela revira os armários. ─ Deve ter alguma coisa aqui, para fazer curativos nele.
─ Rorrrrrrrrrgh, roarrrrrrrrrrr! ─ o cachorro começa a rosnar para o Almir e vir para cima dele.
─ Tadinho! Você está assustando ele, seu grosso!
─ Vamos sair daqui, eu estou com um mal pressentimentos sobre esse cachorro! ─ ele virou-se para ela ao dizer.
─ Achei a caixa de primeiros socorros. ─ agachada, com a cabeça dentro do armário puxando a caixa branca lá do fundo.
─ ARGH! JULHAAA, CORRA!
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
HorrorUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...