Me virei para olhar e vi o Miguel correndo todo desengonçado. Ele estava chegando ao portão do prédio, ele o abriu com uma chave, a deixou cair no chão e foi em direção da rua, a neblina densa não me deixou ver mais nada. Quando virei novamente para olhar o açougueiro, ele já não estava mais lá. Eu não podia deixar aquele portão aberto, apesar de que o gordão havia aberto um buraco enorme na grade de ferro, pensei por alguns segundos, fui até a recepção e havia alguns pôsteres do Severino lá, a maioria de mulher nua, tipo aqueles calendários que mecânicos adoram colecionar, sabe quais não é? Então.
─ Severino seu pervertido! Onde você está cara? ─ falei ao radio, mas não obtive resposta durante alguns segundos, peguei os quatro maiores pôsteres e uma fita crepe, que estava encima do balcão da recepção.
Sai rápido do prédio e tampei o buraco do lado de fora da grade com dois pôsteres, fiz o mesmo do lado de dentro. Depois me abaixei, peguei a chave e tranquei o portão.
─ Ao menos a coisa que está lá fora ainda não sabe dessa passagem. ─ pensei enquanto ia caminhando pelo corredor.
─ Julha na escuta? ─ chamei no radio.
─ Estamos dentro do corredor ainda, aquela coisa ligou o frigorifico, porque ela faria isso?! ─ A Julha falou baixinho no radio, tentando abafar o máximo a voz. ─ Você sabia que o açougueiro troca de cabeças?!
─ Sim, eu o vi trocando a cabeça de porco pela do João, foi muito sinistro! Droga, lembrei! O Severino deve estar escondido dentro do frigorifico.
─ O quê? Mas por que diabos ele entraria lá dentro?! ─ Almir.
─ Eu estou indo, esperem eu chegar para sair daí. Esse açougueiro já matou o João, não vamos querer que ele mate mais ninguém. Nós juntos seremos três contra ele, e ele está sem a sua arma no momento.
─ Cara, ele está com o facão de cortar carne da cozinha. A faca para você ter uma ideia, é tão grande que parece a espada do Conan! ─ Almir fala desesperado.
─ Caralho! Quando a gente pensa que não pode piorar! ─ após falar isso enquanto, eu passava perto do elevador, senti uma presença, meus pelos estavam todos arrepiados e apontavam para lá.
Era o maldito palhaço, eu sabia, mas sabe quando você tem medo de algo, mas você precisa comprovar que tem algo realmente lá?! Então, era mesmo o maldito palhaço tentando me pegar de surpresa, e quando cheguei perto o bastante ele saltou de dentro do elevador, que já estava com a porta aberta e quase me acertou seu facão. A sorte é que sentir a presença deles, me mantem em alerta máximo, e eu abaixei na hora, ele bateu na parede, nesse momento agarrei seu braço direito e mandei ver com o cutelo afiadíssimo bem no seu pescoço.
─ AHHHHHHHHHHH! ─ tive que dar vários golpes, mas dessa vez separei a cabeça dele do seu corpo.
Ver aquela cabeça no chão me olhando e ainda esboçando o seu sorriso, foi aterrorizante! Então eu dei-lhe uma bicuda e a joguei dentro do elevador, ele me deu um chute também na altura da barriga que me jogou no chão e ficou tentando me esfaquear, mas estava ceguinho sem a sua cabeça. Com muito cuidado eu consegui apertar o numero 4 do elevador, ele subiu.
Não sei explicar o porque, mas vencer o palhaço e ainda meio que o deixa-lo por algum tempo fora de combate, me deu uma porção de coragem extra! Que venha o açougueiro!
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
HororUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...