54 - NO ABRIGO REBOLÇAS

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     ─ Levantem-se e sequem-se logo, precisamos chegar a torre de transmissão. Com sorte Almir e a Julha conseguiram pedir socorro. ─ diz Maria, enquanto veste a sua roupa em um dos quartos.

     ─ Que fogo rapaz! Eu estou todo doído! ─ Severino estatelado no chão do banheiro, ao lado do Bruno que se levanta e pega os óculos encima da pia.

     ─ Não fala assim dela não que eu não gosto! ─ colocando e ajeitando com a ponta do dedo os óculos, enquanto se olha no espelho. ─ Ela tem razão, quanto mais tempo ficarmos aqui mais perigo corremos! ─ vestindo a sua calça.

     ─ Olha, vê se não vai se apaixonar em seu nerd! Hun! ─ o cearense levanta-se e veste a sua roupa as pressas. ─ Como será que estão os outros hein?!

     ─ Espero que todos estejam bem! Precisamos nos reunir, separados somos mais vulneráveis. ─ vestindo a camisa.

     ─ Vocês não acabaram ainda?! Vamos, eu sinto que corremos perigo aqui! ─ ela disse, enquanto olha para a porta do abrigo fixamente, com muito medo.

     ─ Eu acabei, só vou dar um trato no black aqui com as mãos mesmo. ─ ele passa as mãos no cabelo e o joga de lado, para esconder a sua calvície. ─ Eu sinto tanta a falta do meu boné, pena que acabei esquecendo de por na mochila.

     ─ Seu cabelo está bom cara, vamos. ─ Severino pega a sua sacola e sai, juntando-se a Maria no corredor.

     ─ Pronto, vamos. ─ Bruno sai ajeitando a sua mochila nas costas.


     Nesse momento a porta abre de repente, como se estivesse sendo arrombada.


     ─ É aqui que está rolando uma festinha do arromba?! ─ a voz do palhaço, no seu melhor estilo zombeteiro.

     ─ Meu Deus, dai-me forças! ─ Maria pega a sua garrafa de água benzida e fica esperando ele entrar.

     ─ Sabe, eu trouxe uma amiguinha de vocês para a festa! Diga oi para os seus amiguinhos! ─ nesse momento o palhaço estica o seu braço direito e mostra a cabeça da Suzy a suspendendo pelo cabelo, e com a mão esquerda ele manipula seus lábios.

     ─ Oi seu safadinho, curtindo uma festinha e não me convidou é?! ─ o palhaço simulando a voz de Suzy.

     ─ Por favor me dê a cabeça da minha esposa, deixe-me enterra-la junto ao seu corpo! ─ Bruno pede, mais é totalmente ignorado.

     ─ Calma, minha querida! Ainda haverá muitas festas para você e a sua outra amiguinha que veio também. ─ nesse momento ele puxa a cabeça da Suzy e permanece fora do campo de visão.

     ─ Oi amiguinhos, não me diga que a festinha já acabou?! ─ dessa vez ele estica a cabeça da Luzia, e fica fazendo gestos com a boca dela, tentando imitar a sua voz.

     ─ Demônio, eu vou te mandar de volta para o Inferno! Em nome do pai, do filho e do Espirito Santo... ─ ele não deixou ela concluir, a interrompendo.

     ─ Ahhhhhhh isso significa que a festinha já acabou?! Não se preocupem, eu vou apresentar vocês duas ao meu amigo porquinho! Agora digam adeus. ─ o palhaço estica as duas cabeças e fica balançando-as.

     ─ Tchau Bruno meu amorzinho, a gente se vê em breve! Algo me diz que você será o próximo! Ah, ah, ah, ah, ah... ─ ele riu ao acabar de falar a frase, representando a voz de Suzy, balançando somente a cabeça dela.

     ─ Tchau pessoal, espero conhecer logo o novo amigo porquinho! ─ ele riu novamente, após imitar a voz da Luzia dessa vez, balançando a sua cabeça.

     ─ Espere, pode ser uma armadilha! ─ Severino preocupado com a Maria, pois ela vai se aproximando da porta aberta para jogar a sua água benzida nele.    

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora