─ Olha Marcos, o que aconteceu aqui hoje, não deve acontecer nunca mais. Você me levou a isso, quando me beijou e porque fez aquilo?! ─ Dricka, termina de se arrumar e fica me esperando, enquanto eu coloco a minha camisa.
─ Me desculpa, eu estou carente e confundi tudo! Eu tenho consciência de que você é muito nova para mim! ─ eu fiquei muito triste, pois achei de verdade que ela quisesse ter algo comigo, mas nesse momento meus pés voltaram a pisar no chão novamente, e agora posso me concentrar nos monstros que nos esperam dentro do prédio.
─ Olha, não é pela idade! Eu não ligo para isso, e nem pelo o que as pessoas pensam, eu acredito que o amor não tem idade. Só que eu acabei de te conhecer, isso não devia ter acontecido, não mesmo. ─ ela parece estar muito chateada consigo mesma, por ter deixado rolar.
─ Dri, eu nunca mais vou encostar em você, ao menos vou tentar, eu prometo! ─ segui andando pelo corredor, com o meu celular que só serve de lanterna mesmo, já que o lugar não pega sinal.
─ Dri?! ─ questionou enquanto esboçava um leve sorriso. ─ Está bem, vou confiar em você. ─ puxou meu braço e disse olhando na minha cara.
─ Só tenta me ajudar, não se aproximando tanto do meu corpo, por favor! ─ respondi, enquanto a empurrei bem levemente para longe.
Nesse momento ouvimos os gritos desesperados do Severino, e fomos correndo pelo corredor até chegarmos na saída, aquele cara enorme com a cabeça de porco, era forte e gordo ao mesmo tempo. Quando chegamos lá, olhamos pela fresta e vimos ele revirando as mesas, se aproximando do cearense que estava com a calça toda molhada.
─ Me ajuda aqui Dri, mas não podemos fazer barulho. ─ empurramos o armário e o fechamos com muito cuidado. ─ Ele não pode saber dessa passagem, em hipótese alguma.
─ Com certeza. ─ respondeu ela.
─ Eu vou ferrar com esse filho da puta! Observa bem. ─ peguei uma cadeira e fui caminhando por trás dele, nas pontas dos pés.
─ Graças a Deus vocês chegaram! ─ Severino não se contem e fala, enquanto olha para mim, que ainda fiz sinal de silencio com a mão esquerda, colocando o dedo indicador no meio dos lábios, mas ele já havia estragado a minha surpresa.
─ Ca-be-çaaaaaa! ─ ele virou-se para mim, e deu uma cafungada bem profunda.
Eu não fiquei esperando ele atacar primeiro não, rodei com a cadeira e lancei ela contra o corpo dele de lado, o golpe foi muito forte, mas aquela coisa só esticou o braço esquerdo e a cadeira se quebrou toda, como se estivesse batendo contra uma parede de concreto.
─ Cuidado com o cutelo dele, se tentar correr de costas ele joga e te mata! Foi assim que matou o João! ─ Severino, escondido atrás da bancada.
─ Obrigado por avisar, pois eu já ia correr. ─ puxei uma mesa e a coloquei na minha frente, ele continuava a vir para cima.
Enquanto isso a Dri dava a volta por trás dele, ela estava carregando o latão de lixo vazio. Quando chegou bem atrás, ela fez sinal para eu empurra-lo, na hora eu entendi tudo.
─ AGORA! ─ ela colocou o latão no chão e travou com o seu pé, o pressionando contra as pernas do açougueiro, assim o latão não correria.
─ AHHHHHHHHHHHHH! ─ levantei a mesa a segurando pelos pés e corri como se eu fosse um jogador de futebol americano, prestes a impedir um touchdown.
O plano da Dri deu certo e ele foi caindo para trás, ela se afastou na hora e eu ainda o vi tentando me matar, dando um golpe com o cutelo que atravessou a mesa e quase me acertou.
─ VAMOS SEVERINO, É A NOSSA CHANCE! ─ eu disse enquanto corríamos, em direção ao corredor do hotel, mas o cearense parece que havia se escondido e com certeza ele não falaria nada naquele momento.
Olhei para trás, vi aquele cabeça de porco rolando no chão e se levantando, ele pegou o seu cutelo.
─ Dri, eu não posso deixar ele matar o Severino! Vai e se esconde, antes vê se o Almir e a Julha ainda estão na sala da chefia. Qualquer coisa fica lá com eles, até eu voltar, ok? ─ disse segurando seus ombros, depois tentei seguir de volta.
─ Não! ─ dessa vez ela me puxou pelo braço e nesse momento o cutelo do açougueiro passou raspando pelo meu corpo e ficou fincado na parede. Se ela não me puxa-se eu fatalmente estaria morto, ou gravemente ferido. ─ Nossa! Essa foi por muito pouco Marcos! ─ olhávamos a enorme lâmina, meio enferrujada e ensanguentada, e de longe víamos o inimigo vindo andando pelas sombras para busca-lo. ─ O Severino está seguro, ele deve estar dentro do frigorifico agora, com certeza.
─ Dri, você salvou a minha vida! Eu nunca vou te deixar para trás, por causa disso! ─ acabei ficando com ela. ─ Mas o frigorifico fica desligado essa época do ano, não fica?
─ Acho que sim, o dono disso aqui é muito mão de vaca, duvido que deixasse algo gastando energia sem necessidade. ─ disse ela, enquanto chegávamos a sala da chefia.
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
KorkuUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...