─ Precisamos encontrar comida, eu já estou faminto! ─ ele olhou no seu relógio de pulso. ─ Já são 19 horas?! ─ surpreso.
─ A hora voou mesmo, esquecemos até de comer! ─ Severino massageando as mãos por causa do frio.
─ Só existe uma venda nas montanhas, e se houver comida em algum lugar, esse lugar é lá! ─ Dricka, batendo os beiços.
─ Tem razão, e é bem perto do pico das agulhas negras. ─ Almir.
─ Podemos pedir ajuda pelo rádio da torre, se conseguirmos estaremos a salvo! ─ Bruno abre um largo sorriso.
─ O que estamos esperando? Vamos logo. Se soubéssemos iríamos direto para lá, ao invés de vir para a ponte! A venda fica só a uns quinze minutos do hotel, ou menos. ─ Suzy.
─ Eu não acho uma boa ideia ir até lá! ─ Maria para e segura o Severino pelo ombro. ─ Algo terrível aconteceu naquele lugar, eu posso sentir!
─ Sem comida, ficaremos fracos e seremos alvo fácil de ser caçados, ainda mais com esse frio que só aumenta. ─ Dricka está congelando, ela e Luzia são as únicas sem casacos.
─ Meu bem... ─ Bruno faz um gesto com a cabeça, enquanto olha para a sua esposa, como se apontasse para as duas desprevenidas nesse frio.
─ Eu acho que tenho um casaco sobrando aqui, é velho mas muito quente. ─ Suzy abre a sua mochila e vasculha, puxando do fundo um casaco colorido. Ela o cede para a Dricka e depois desfaz a bolsa que carregava, arrumando os equipamentos dentro do espaço na mochila.
─ Muito obrigado Suzy, minhas mãos congelaram e olha que estou acostumada ao frio daqui.
─ Pegue Luzia, esse é o meu casaco reserva, não é tão quente mas nesse frio todo, é melhor que nada. ─ Bruno retirou de sua mochila um casaco preto, e deu para ela. Ele conseguiu colocar todos os itens de sua sacola dentro de sua mochila também, eliminando totalmente as bolsas que ele sua esposa carregavam.
─ Mais um motivo para irmos para a vendinha, lá tem uma loja de agasalhos em frente, estamos sem roupas para suportar este frio todo, podemos procurar armas, ou qualquer coisa que sirva de arma.
─ Vocês só entenderão quando virem com seus próprios olhos, o que aquela coisa é capaz de fazer! Aquele soldado do diabo! ─ Maria fica com um sorriso sádico estampado na face.
─ Está se referindo a terceira coisa? ─ Almir a pergunta.
─ Sim. Ela está a um nível acima dos dois primeiros, ela é bem mais poderosa e se a virem pela frente corram, porque a lentidão dela é a sua única desvantagem!
─ Ela está vindo para cá! Direto para nós! ─ Sonia, parece que está tendo uma visão, ela aponta para a direção do hotel.
─ Crack! ─ um barulho de galho quebrando bem a frente deles, dentro da nevoa densa, na direção em que a Sonia aponta sem parar.
─ Cuidado pessoal, alguma coisa vem vindo! ─ Severino.
─ Que venha! ─ Bruno saca de suas costas uma pistola, e aponta para silhueta misteriosa que começa a se formar a frente deles.
─ Calma, não atira! ─ Almir.
─ Hoooooo calma com isso aí, hô barbudo! ─ Marcos caminhando, com as duas mãos para cima.
─ Marcos! ─ Dricka corre e o abraça bem apertado.
─ O que eu te disse? Minha carne é muito fraca menina, me ajuda a não se aproximar mais de você, por favor tentação! ─ ele cochicha em seu ouvido e depois a empurra levemente, com as bochechas vermelhas.
─ Que bom te ver vivo, meu amigo! ─ Almir o cumprimenta, apertando a sua mão.
─ É como dizem, vaso ruim não quebra fácil! ─ sorri enquanto olhava a todos, do grupo.
─ Como conseguiu sobreviver, cara?! ─ Severino não acredita que ele esteja vivo.
─ Poxa paraíba, falando assim até parece que você queria me ver morto!
Na verdade aqueles longos anos praticando judô me ajudaram bastante, já que eu usei rolamentos para me manter afastado da criatura e catei o facão dele que estava caído, joguei sujo com ele, e com isso arranquei a sua mão. Mas... ─ ele se recorda da expressão da cabeça de porco, e parece que trava.
─ Mas o que?! E... quer dizer que vocês o deixaram lá lutando sozinho contra aquelas coisas? Enquanto nós fugíamos completamente a salvos?!─ Dricka ficou furiosa ao saber a verdade. Ela voltou em suas memórias e imaginou o sofrimento dele lutando pela vida naquele quarto.
─ Eu tive a chance de picotar o açougueiro se eu quisesse, mas... eu senti toda a dor... é tanta dor, tanta... dor! ─ as lagrimas escorrem pelos meus olhos, chorei copiosamente, mas ninguém entendia nada e ficaram todos com cara de assustados.
─ Mais um louco não, por favor! ─ Bruno, enquanto abraçava sua esposa.
─ Fala para mim, fala! ─ Dricka, puxa o meu rosto e olha bem nos meus olhos.
─ Eu senti todo o mal que fazemos as outras espécies! Matar por prazer, matar uns aos outros por papel, matar! Maltratar, pisar, destruir! Aquela coisa me mostrou que talvez a nossa raça, mereça ser extinta! ─ disse enquanto caminhava de punho fechado, erguido até a minha face.
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
HorrorUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...