Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO

66 - O SACRIFÍCIO

     ─ Você falou do paraíba a pouco, por falar nisso, todos os outros estão bem? ─ eu o levei até a escada e o coloquei nas minhas costas, mas ele pesa muito, e olha que está sem os dois pezões dele!

     ─ Infelizmente não! O Bruno me disse que um destes monstros puxou o Severino da beirada da montanha, o derrubando lá embaixo, e a Luzia teve a cabeça decepada! Só restou eu, você, Dricka, Maria, Bruno, a Sonia, o Lucas e a Julha. ─ nossa, ele pesa demais!

     Começo a descer a escada com ele nas costas, mas assim que coloquei o pé no primeiro degrau, puder ver do outro lado da torre de ferro, dois vultos que vinha subindo. Eles nos viram e começaram a dar a volta, um pela esquerda e o outro pela direita.

     ─ Você está vendo eles?! ─ disse bem baixo o Almir.

     ─ Sim, eles vão acabar nos pegando! ─ respondi.

     Nesse momento, ele agarra com as mãos os degraus da escada e começa a descer. ─ O que está fazendo?! ─ pergunto surpreso, já que ele não está em condições de fazer isso.

     ─ Eu consigo cara, só... vem! ─ disse ele, enquanto vai descendo. Eu tenho que descer logo pois estamos amarrados pela cintura, e a corda deve ter no máximo uns seis metros de distancia entre nós dois.

     Estávamos indo bem, só que depois de uns cinco minutos de decida, eu fui cercado pela esquerda e pela direita, a copia de Almir e o Miguel, por falar nisso, ele está horrível! Há um buraco enorme na barriga dele que vai até os peitos, e a coisa está bem neste buraco, com todos aqueles tentáculos apontados para mim.

     ─ HAAAA! A criatura me pegou! ─ a copia do Almir, lançou um de seus tentáculos e agarrou-se no meu braço esquerdo, aquela coisa tem muita força, estava prendendo o meu sangue. ─ HAAAA! ─ agora o Miguel lançou um tentáculo de dentro da sua barriga e agarrou o meu braço direito.

     ─ DROGAAAAAAAA! ─ Almir ficou furioso, talvez porque ele saiba que vamos morrer os dois, de qualquer maneira.

     As duas criaturas começam a nos puxar para o alto.

     ─ Marcos, eu tive uma ideia! ─ ele está tentando desatar o nó que eu fiz.

     ─ O que está fazendo Almir?! ─ olhei para baixo e o vi desesperado, tentando de todas as maneiras soltar o seu corpo. ─ Você vai cair cara! ─ o corpo dele está pendurado na corda, ele está deitado de barriga para cima, sendo puxado.

     ─ Estas coisas me querem vivo, por que eu sou um hospedeiro! Se o que eu estou pensando der certo... NÃO SE MOVA CARA! Eles virão atrás de mim e você conseguirá fugir.

     ─ Tem certeza que eu sou o maluco aqui?! ─ ao vê-lo desamarrar o nó.

     Ele está chorando, parece que está se despedindo com o olhar. As criaturas ao perceberem que ele ia soltar a corda, largaram meus dois braços e começaram a descer.

     ─ Eu sabia que daria certo! Marcos, diz para a Julha que eu a amo muito! ─ ele fala chorando e depois vai abrindo a sua mão direita lentamente, primeiro o dedo mindinho, depois o anelar, o médio, o indicador e o polegar.

     Ao cair, imediatamente ele virou-se de barriga para baixo.

     ─ MORRAAAAAAAAA SEU DESGRAÇADOOOOOO! ─ seu ultimo grito terminou quando o corpo dele se esborrachou no chão.

     A queda foi de uma altura de uns oito metros, sua cabeça abriu como uma melancia, seu cérebro ficou espalhado no gelo próximo a sua cabeça e seu corpo, que ficou todo quebrado. Mas a criatura que está na barriga dele não morreu, ela começou a estourar as costas dele, atravessando os seus tentáculos, o corpo dele todo fica se tremendo em grande velocidade, da boca dele saem vários tentáculos que ficam se arrastando pelo chão.