16 - É MELHOR NOS DIVIDIR

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     ─ Quem te amarrou aqui?! ─ perguntou Almir, enquanto desamarrávamos ele.

     ─ O palhaço, o palhaço! ─ ele ficou se balançando, para a frente e para trás, bem rápido e batendo na cabeça com a mão direita.

     ─ Isso explica a morte do Felipe, ele não se matou, foi esse palhaço. ─ eu disse enquanto olhava para aquele homem perturbado da cabeça, parecia incapaz de fazer mal a alguém.

     ─ Miguel, tomou os seus remédios hoje? ─ Severino pergunta.

     ─ Não, o palhaço não sai da minha cabeça. Ele quer que eu o ajude a matar, matar pessoas! ─ ele faz uma expressão de medo, enquanto vira o rosto de um lado para o outro, como se tentasse dizer não, mesmo enquanto alguém o obriga a dizer que sim.

     ─ Quem ele quer matar agora? Diga vamos?! ─ Almir, o pega pelo pescoço.

     ─ Solta ele cara, que isso?! ─ empurrei o negão, ele estava fora de controle.

     ─ Se ele falar quem é a próxima vitima, talvez possamos chegar a tempo e ainda pegar ele.

     ─ O Almir tem razão, é a nossa melhor chance de pegar ele! ─ Dricka se mostra determinada a matar o palhaço também.

     ─ Pessoal, precisamos tentar consertar a luz, mas não podemos sair daqui sozinhos, pode ser uma armadilha. Está tudo bem com vocês? O palhaço fugiu? ─ Julha falando pelo rádio.

     ─ Ele quase matou o Miguel, o amarrou e quase o matou da mesma forma que matou o Felipe. Ele fugiu e pode estar em qualquer lugar. ─ Severino fala ao rádio, depois ele pega o vidro de remédios, separa um comprimido e dá para o Miguel tomar com um copo de água.

     ─ Cruzes! Então foi mesmo ele! Eu acho melhor vocês virem aqui, para que junto do João possamos tentar consertar a luz, o que vocês acham? ─ Julha.

     ─ O Miguel sabe quem pode ser a próxima vitima do palhaço, talvez por isso ele tenha tentado matar ele. Estamos esperando ele nos contar quem é a próxima vitima.

     ─ É importante recuperar a energia elétrica. Até porque só temos uma lanterna. ─ eu disse olhando bem para o rosto deles.

     ─ Sim, eu concordo. ─ Severino.

     ─ Eu acho que devemos pegar o palhaço agora, ou ele foge de vez, e não sabemos quando teremos outra chance! ─ Almir diz com os dentes trincados de ódio.

     ─ A bruxa! A bruxa! Ele disse que a bruxa sabe demais e tem que morrer! ─ Miguel se levanta ainda pelado, e fica de olhos fechados balançando a cabeça bem rápido, com aquela berinjela balançando de um lado para o outro, verdadeira visão do Inferno! Tive que tampar os olhos da Dricka para ela não ver.

     ─ Caramba, não sabia que o Miguel era bem-dotado! ─ o Severino não desviou os olhos.

     ─ Severino você é um pervertido do caralho seu desgraçado! Ainda é um manjador de rola, vê se pode?! ─ Almir não se contem e começa a rir, após falar.

     ─ Me surpreendeu agora hein Severino?! ─ eu também não me contive e ri muito. ─ Você é gay?! Pousando de machão, desde que cheguei aqui.

     ─ Na verdade sou Pansexual! Acho que é assim que definem pessoas como eu. ─ diz ele, erguendo os ombros.

     ─ Gente, a dona Sonia pode estar correndo perigo. ─ a Dricka nos alerta, enquanto puxa o lençol da cama e estica o braço para Miguel, que pega-o e enrola no corpo.

     ─ E aí, como vai ser? ─ pergunta Almir.

     ─ Bem, que tal nos dividirmos? Eu e você vamos atrás do palhaço, Severino, Dricka e Miguel se juntam a Julha e o senhor João, de lá vocês vão consertar a luz.

     ─ Ok. ─ eles respondem.

     ─ Antes de descer com ele, esperem ele se vestir pelo amor de Deus! Não quero nunca mais ver esta berinjela murcha! ─ todos rimos da minha piadinha, ninguém aguentou, nem mesmo o Miguel.    

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora