─ Ué cabra, faz melhor então! ─ entregando a arma para ele, logo após, cruza os braços e fica com aquela cara de carrancudo.
─ Tomem muito cuidado! ─ Julha puxa o senhor João pela mão. ─ Vamos nos trancar na minha sala, já que ela é a mais segura do hotel, qualquer coisa me mantenham informada pelo radio. Marcos, depois pega comigo a chave e o seu radio.
─ Ok, pego sim. Severino, você consegue mais armas? ─ perguntei.
─ Não, essa arma aí é do dono do hotel. Ele a escondeu embaixo da minha bancada, caso um dia alguém tentasse assaltar o local e eu tivesse a oportunidade de pegá-la, ele dizia para eu sentar o dedo que ele garantia depois. ─ falou enquanto caminhava até a portaria.
─ Ele deve ter se escondido, vamos ter que passar um pente fino em todos os andares, é o único jeito de pegar ele! ─ Almir, empunhando a arma como se fosse um caçador prestes a acertar a presa.
─ Como ele se move tão rápido? E como ele apagou a luz da escada, já que ele estava muito longe do interruptor? ─ olhei bem para a cara dele, que abaixou a arma.
─ Marcos, depois do ultimo eclipse solar, que ocorreu à um ano atrás, começaram a acontecer coisas sinistras nessa montanha inteira! A primeira coisa foi esse nevoeiro denso... ─ interrompi ele.
─ Quer dizer que esse nevoeiro que está acontecendo lá fora, não é natural? Digo, não é uma coisa que acontece aqui vez ou outra, de acordo com a época do ano?!
─ ... ─ ele só balança a cabeça negativamente, de um lado para o outro, enquanto olha para mim com os olhos bem arregalados.
─ Continue, me conta o que aconteceu.
─ Acredite, o problema mesmo não é o nevoeiro, mas o que veio com ele, e ficou aqui nas montanhas.
─ Mas o que veio com o nevoeiro? Fora esse frio de congelar e essa escuridão?! ─ depois que ele cobriu tudo lá fora, o frio parece que triplicou, me sinto um picolé, e como ele é muito denso, cobre completamente os raios solares transformando o dia em noite.
─ Isso aqui foi tudo que eu consegui. ─ Severino retorna, com uma lanterna e um facão de cabo branco nas mãos.
─ Me dá o facão. ─ peguei logo a arma, e a segurei bem firme enquanto olhava a sua lamina bem afiada.
─ Essa coisa não é desse mundo! Então tomem muito cuidado! ─ Almir indo na frente, ele se prepara para subir a escada, e nós vamos bem atrás dele.
─ Não é desse mundo?
─ Porra Marcos, você tem o raciocínio lento assim mesmo cara?! ─ o negão ficou revoltado do nada comigo. Nesse momento subíamos os degraus bem lentamente.
─ Ele é um demônio e não tem medo de nada, ele se alimenta do medo! ─ Severino ao falar, fica com tanto medo que falta a grudar nas minhas costas.
─ Afasta um pouco porra, está me estranhando?!
─ Desculpa.
─ Olha, eu aposto todas as minhas fichas como ele é o cara do 207! Com toda a certeza! Não tem nada de demônio nessa historia e se ele vier para cima, vou rachar o crânio dele.
─ É o que vamos descobrir Marcos em muito breve. ─ diz Almir concentrado na sua mira, pronto para disparar a qualquer momento.
─ TUM! ─ barulho de porta batendo.
─ Foi a porta da escadaria, vamos. ─ Almir corre, e nós também.
Ao chegarmos no segundo andar, vimos a Dricka segurando a porta, como se tenta-se manter algo do outro lado.
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
HorrorUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...