14 - A NEBLINA TROUXE A BAIXA VISIBILIDADE, A ESCURIDÃO E...

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     ─ Ué cabra, faz melhor então! ─ entregando a arma para ele, logo após, cruza os braços e fica com aquela cara de carrancudo.

     ─ Tomem muito cuidado! ─ Julha puxa o senhor João pela mão. ─ Vamos nos trancar na minha sala, já que ela é a mais segura do hotel, qualquer coisa me mantenham informada pelo radio. Marcos, depois pega comigo a chave e o seu radio.

     ─ Ok, pego sim. Severino, você consegue mais armas? ─ perguntei.

     ─ Não, essa arma aí é do dono do hotel. Ele a escondeu embaixo da minha bancada, caso um dia alguém tentasse assaltar o local e eu tivesse a oportunidade de pegá-la, ele dizia para eu sentar o dedo que ele garantia depois. ─ falou enquanto caminhava até a portaria.

     ─ Ele deve ter se escondido, vamos ter que passar um pente fino em todos os andares, é o único jeito de pegar ele! ─ Almir, empunhando a arma como se fosse um caçador prestes a acertar a presa.

     ─ Como ele se move tão rápido? E como ele apagou a luz da escada, já que ele estava muito longe do interruptor? ─ olhei bem para a cara dele, que abaixou a arma.

     ─ Marcos, depois do ultimo eclipse solar, que ocorreu à um ano atrás, começaram a acontecer coisas sinistras nessa montanha inteira! A primeira coisa foi esse nevoeiro denso... ─ interrompi ele.

     ─ Quer dizer que esse nevoeiro que está acontecendo lá fora, não é natural? Digo, não é uma coisa que acontece aqui vez ou outra, de acordo com a época do ano?!

     ─ ... ─ ele só balança a cabeça negativamente, de um lado para o outro, enquanto olha para mim com os olhos bem arregalados.

     ─ Continue, me conta o que aconteceu.

     ─ Acredite, o problema mesmo não é o nevoeiro, mas o que veio com ele, e ficou aqui nas montanhas.

     ─ Mas o que veio com o nevoeiro? Fora esse frio de congelar e essa escuridão?! ─ depois que ele cobriu tudo lá fora, o frio parece que triplicou, me sinto um picolé, e como ele é muito denso, cobre completamente os raios solares transformando o dia em noite.

     ─ Isso aqui foi tudo que eu consegui. ─ Severino retorna, com uma lanterna e um facão de cabo branco nas mãos.

     ─ Me dá o facão. ─ peguei logo a arma, e a segurei bem firme enquanto olhava a sua lamina bem afiada.

     ─ Essa coisa não é desse mundo! Então tomem muito cuidado! ─ Almir indo na frente, ele se prepara para subir a escada, e nós vamos bem atrás dele.

     ─ Não é desse mundo?

     ─ Porra Marcos, você tem o raciocínio lento assim mesmo cara?! ─ o negão ficou revoltado do nada comigo. Nesse momento subíamos os degraus bem lentamente.

     ─ Ele é um demônio e não tem medo de nada, ele se alimenta do medo! ─ Severino ao falar, fica com tanto medo que falta a grudar nas minhas costas.

     ─ Afasta um pouco porra, está me estranhando?!

     ─ Desculpa.

     ─ Olha, eu aposto todas as minhas fichas como ele é o cara do 207! Com toda a certeza! Não tem nada de demônio nessa historia e se ele vier para cima, vou rachar o crânio dele.

     ─ É o que vamos descobrir Marcos em muito breve. ─ diz Almir concentrado na sua mira, pronto para disparar a qualquer momento.

     ─ TUM! ─ barulho de porta batendo.

     ─ Foi a porta da escadaria, vamos. ─ Almir corre, e nós também.

     Ao chegarmos no segundo andar, vimos a Dricka segurando a porta, como se tenta-se manter algo do outro lado.    

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora