Enquanto comíamos algumas frutas e pegávamos as que queríamos para comer depois, eu olhava cada corpo morto por aquela coisa e imaginava ela ali retirando a vida de todos, com aquele zumbido que parece de alguma forma afetar a mente.
Alguns minutos depois, todos estão com as suas bolsas cheias de mantimentos, muito bem agasalhados e com algo nas mãos, que escolheram como arma.
─ Eu gostei da pá, tive sorte da última vez com uma, então... ─ eu disse com o meu velho sorriso na boca.
─ Você é supersticioso? ─ Dricka.
─ Muito! ─ respondi.
─ Eu queria encontrar munição para isto... ─ mostrando a doze. ─... mas, vou ter que me contentar com isso. ─ Almir, pegou uma corda e fez um laço.
─ Você é cowboy?! ─ Bruno.
─ Eu já fui, eu trabalhei em um rodeio durante anos antes de trabalhar aqui.
─ Eu já tenho uma arma. ─ Bruno mostra a sua pistola. ─ Mas só tenho um pente carregado.
─ Meu marido me arrumou este cabo, é uma arma de longa distancia, eu gostei. ─ Suzy, mostrando o cabo de uma enxada.
─ Eu peguei uma peixeira da boa, vixe! ─ Severino manipulando a peixeira no ar.
─ Eu decidi que a melhor arma aqui, seriam estes extintores de pó químico. Com a ajuda do Marcos, nós improvisamos um suporte feito com bolsa de couro, para as minhas costas.
─ Eu usarei estes detergentes como arma. ─ Julha erguendo dois galões de dois litros e meio.
─ Como assim?! ─ Severino erguendo os dois ombros e apontando.
─ Severino, isso aqui se colocado em pontos estratégicos, derruba um elefante, pois escorrega muito! Pense como pode ser útil em nossa parada no Abrigo Rebolças? ─ ela responde a ele.
─ Nossa você foi inteligente mesmo! ─ Severino, impressionado com a escolha dela.
─ Na verdade foi o meu negão que me ajudou a escolher! ─ ela passa a mão nos peitos do Almir, o negão ficou meio rosa de vergonha.
─ Hunnnn negão! ─ Severino ameaça passar a mão nos peitos dele também.
─ Se tu fizer isso, eu quebro a tua mão paraíba! ─ ele disse bem sério.
─ Calma bombado, é só uma brincadeira. ─ disse ao se afastar rapidamente.
─ Eu escolhi isto como arma. ─ Lucas mostra algumas caixas de velas, uma caixa de fósforo e um pedaço de tijolo.
─ E eu complemento os itens do meu marido com isto. ─ Sonia, abre a sua bolsa de feira e retira um livro negro grande de dentro, o seu livro das sombras, e um pacote de sal.
─ Sem armas para atacar vocês serão inúteis, e ficarão mais indefesos também! Tem certeza que não vão utilizar nenhuma ferramenta como arma? Um pedaço de madeira ou sei lá! ─ disse para eles, mais eles não me deram ouvidos.
─ Quando chegar a hora, você verá que a nossa arma é a mais poderosa de todas contra estas coisas! Todos verão. ─ Sonia guardando tudo na bolsa.
─ A minha vocês já estão vendo, achei lá fora este pedaço de madeira enorme e bastante resistente. Prefiro manter distancia destas coisas! ─ Luzia, com um pedaço de madeira não muito grosso todo envernizado, de mais ou menos uns três metros.
─ Nada disso pode mata-los, somente a água benta pode feri-los mortalmente e bani-los de volta ao Inferno! Enquanto se empanturravam, eu rezei ao senhor para que derrama-se a sua gloria sobre esta água. ─ ela mostra uma garrafa de um litro de água e depois a guarda em sua bolsa.
─ Se eu fosse você não contava muito com isso não! Essa água benta aí, não vai servir de nada. ─ Sonia.
─ Você é uma pecadora, como ousa?! Desdenha de Deus, daquele que tudo criou, que deu o sopro da vida a todos os seres?! ─ Maria ficou furiosa, a sua feição mudou.
─ Todos nós pecamos, inclusive você! Eu nunca desdenhei de nenhum deus, nem do seu e nem o de ninguém. ─ Sonia, pega a sua bolsa.
─ Eu já disse isso a ela, quando me chamou de pecadora. ─ Dricka cochicha no meu ouvido.
─ Hoje é o dia do juízo final, em breve todos queimarão no Inferno, só aqueles que tiverem o perdão de Deus, subirão aos céus! ─ ela envolve o seu terço nas suas mãos, juntando-as e olha para o alto.
Luzia não se meteu em momento algum, mais não conseguiu evitar de ficar olhando bem na cara de Maria o tempo todo, e ficar balançando a cabeça negativamente. A reação dos demais, foi como se não soubessem o que dizer, afinal é quase uma discussão religiosa que a Maria impõe.
─ Gente pela velocidade em que se move aquela coisa, já era para ela ter chegado aqui! ─ eu disse enquanto fui caminhando até próximo a placa, e não vi nenhum sinal dela.
─ Não sabemos como para-la, é melhor irmos descansar um pouco e depois correr para a antena, a não ser que nós nos dividimos quando chegar lá. Por exemplo; eu, o Marcos e o Bruno podemos ir na frente tentar a torre, o que acham?! ─ Almir sugere.
─ Se aquelas coisas vierem juntas para cima da gente, nós não teremos chance alguma, até porque o Severino está mancando. Ele nem consegue correr. ─ Julha parece não ter gostado da ideia.
─ Ela tem razão. Vocês descançarão umas quatro horas, eu e Almir revezamos em turnos de duas horas cada, para vigiar o local. Vamos pessoal já perdemos tempo demais aqui! Já vai dar 21 horas! ─ fui na frente com a Dricka, que conhece o caminho e o pessoal veio atrás.
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
HorreurUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...