43 - FINALMENTE ALIMENTADOS E DE CERTA FORMA, ARMADOS

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Enquanto comíamos algumas frutas e pegávamos as que queríamos para comer depois, eu olhava cada corpo morto por aquela coisa e imaginava ela ali retirando a vida de todos, com aquele zumbido que parece de alguma forma afetar a mente.

Alguns minutos depois, todos estão com as suas bolsas cheias de mantimentos, muito bem agasalhados e com algo nas mãos, que escolheram como arma.

─ Eu gostei da pá, tive sorte da última vez com uma, então... ─ eu disse com o meu velho sorriso na boca.

─ Você é supersticioso? ─ Dricka.

─ Muito! ─ respondi.

─ Eu queria encontrar munição para isto... ─ mostrando a doze. ─... mas, vou ter que me contentar com isso. ─ Almir, pegou uma corda e fez um laço.

─ Você é cowboy?! ─ Bruno.

─ Eu já fui, eu trabalhei em um rodeio durante anos antes de trabalhar aqui.

─ Eu já tenho uma arma. ─ Bruno mostra a sua pistola. ─ Mas só tenho um pente carregado.

─ Meu marido me arrumou este cabo, é uma arma de longa distancia, eu gostei. ─ Suzy, mostrando o cabo de uma enxada.

─ Eu peguei uma peixeira da boa, vixe! ─ Severino manipulando a peixeira no ar.

─ Eu decidi que a melhor arma aqui, seriam estes extintores de pó químico. Com a ajuda do Marcos, nós improvisamos um suporte feito com bolsa de couro, para as minhas costas.

─ Eu usarei estes detergentes como arma. ─ Julha erguendo dois galões de dois litros e meio.

─ Como assim?! ─ Severino erguendo os dois ombros e apontando.

─ Severino, isso aqui se colocado em pontos estratégicos, derruba um elefante, pois escorrega muito! Pense como pode ser útil em nossa parada no Abrigo Rebolças? ─ ela responde a ele.

─ Nossa você foi inteligente mesmo! ─ Severino, impressionado com a escolha dela.

─ Na verdade foi o meu negão que me ajudou a escolher! ─ ela passa a mão nos peitos do Almir, o negão ficou meio rosa de vergonha.

─ Hunnnn negão! ─ Severino ameaça passar a mão nos peitos dele também.

─ Se tu fizer isso, eu quebro a tua mão paraíba! ─ ele disse bem sério.

─ Calma bombado, é só uma brincadeira. ─ disse ao se afastar rapidamente.

─ Eu escolhi isto como arma. ─ Lucas mostra algumas caixas de velas, uma caixa de fósforo e um pedaço de tijolo.

─ E eu complemento os itens do meu marido com isto. ─ Sonia, abre a sua bolsa de feira e retira um livro negro grande de dentro, o seu livro das sombras, e um pacote de sal.

─ Sem armas para atacar vocês serão inúteis, e ficarão mais indefesos também! Tem certeza que não vão utilizar nenhuma ferramenta como arma? Um pedaço de madeira ou sei lá! ─ disse para eles, mais eles não me deram ouvidos.

─ Quando chegar a hora, você verá que a nossa arma é a mais poderosa de todas contra estas coisas! Todos verão. ─ Sonia guardando tudo na bolsa.

─ A minha vocês já estão vendo, achei lá fora este pedaço de madeira enorme e bastante resistente. Prefiro manter distancia destas coisas! ─ Luzia, com um pedaço de madeira não muito grosso todo envernizado, de mais ou menos uns três metros.

─ Nada disso pode mata-los, somente a água benta pode feri-los mortalmente e bani-los de volta ao Inferno! Enquanto se empanturravam, eu rezei ao senhor para que derrama-se a sua gloria sobre esta água. ─ ela mostra uma garrafa de um litro de água e depois a guarda em sua bolsa.

─ Se eu fosse você não contava muito com isso não! Essa água benta aí, não vai servir de nada. ─ Sonia.

─ Você é uma pecadora, como ousa?! Desdenha de Deus, daquele que tudo criou, que deu o sopro da vida a todos os seres?! ─ Maria ficou furiosa, a sua feição mudou.

─ Todos nós pecamos, inclusive você! Eu nunca desdenhei de nenhum deus, nem do seu e nem o de ninguém. ─ Sonia, pega a sua bolsa.

─ Eu já disse isso a ela, quando me chamou de pecadora. ─ Dricka cochicha no meu ouvido.

─ Hoje é o dia do juízo final, em breve todos queimarão no Inferno, só aqueles que tiverem o perdão de Deus, subirão aos céus! ─ ela envolve o seu terço nas suas mãos, juntando-as e olha para o alto.

Luzia não se meteu em momento algum, mais não conseguiu evitar de ficar olhando bem na cara de Maria o tempo todo, e ficar balançando a cabeça negativamente. A reação dos demais, foi como se não soubessem o que dizer, afinal é quase uma discussão religiosa que a Maria impõe.

─ Gente pela velocidade em que se move aquela coisa, já era para ela ter chegado aqui! ─ eu disse enquanto fui caminhando até próximo a placa, e não vi nenhum sinal dela.

─ Não sabemos como para-la, é melhor irmos descansar um pouco e depois correr para a antena, a não ser que nós nos dividimos quando chegar lá. Por exemplo; eu, o Marcos e o Bruno podemos ir na frente tentar a torre, o que acham?! ─ Almir sugere.

─ Se aquelas coisas vierem juntas para cima da gente, nós não teremos chance alguma, até porque o Severino está mancando. Ele nem consegue correr. ─ Julha parece não ter gostado da ideia.

─ Ela tem razão. Vocês descançarão umas quatro horas, eu e Almir revezamos em turnos de duas horas cada, para vigiar o local. Vamos pessoal já perdemos tempo demais aqui! Já vai dar 21 horas! ─ fui na frente com a Dricka, que conhece o caminho e o pessoal veio atrás.

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora