65 - O MASCOTE

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     ─ Estou com a minha caneta plasmada nas mãos, como que eu faço para localizar o meu livro? ─ pergunta ele. ─ Eu nem sei como consegui me manter consciente fora do corpo, você é uma ótima professora.


     ─ Para de bobagem! A técnica usada que é muito simples, você só assistiu aquele vídeo uma vez e já foi capaz de fazer. O elo com o livro você já tem em mãos, já que escreveu algumas paginas dele com esta caneta, então basta desejar encontrar o livro e ele será revelado para você, assim saberemos exatamente onde está.

     ─ Você já havia me falado muito sobre o quanto é maravilhoso fazer a Viagem Astral! Eu nunca me interessei, foi um grande erro! ─ diz ele, enquanto os dois começam a se mover flutuando em direção a pequena represa do rio que fica enfrente ao abrigo.

     ─ Veja que interessante! A água é tão preciosa, mas tão preciosa para a maioria dos seres vivos, que ela pode ser vista ainda nesse plano! ─ eles vão passando flutuando por cima do rio.

     ─ Veja quanta vida envolta! ─ ela contempla as diversas espécies de insetos e animais envolta do rio, mas ela nota que há alguns sapinhos parados, são muitos e estão por toda a parte. ─ Venha ver!

     ─ São sapinhos de mais ou menos um centímetro e meio? ─ pergunta ele.

     ─ Sim, e este é o mascote do Parque Nacional de Itatiaia! Ele é chamado de sapo Flamengo ou Flamenguinho, devido a sua coloração preta por cima de seu corpo e vermelha por baixo. Ele é uma espécie relativamente esquecida pelo homem, a primeira descrição dele se não me engano foi por volta de 1920, quando lhe deram o seu nome cientifico. A principio essa espécie existe somente aqui.

     ─ Por que eles estão imóveis? Morreram de frio?!

     ─ A principio eles hibernam em determinados horários do dia, e acredito que em invernos muito rigorosos como este também, ainda mais com o frio absurdo causado pela neblina! ─ ela estica a sua mão por cima de um deles e senti as suas energias. ─ Interessante! Eles são venenosos, não o bastante para matar um animal grande, mas acredito que um peixe pequeno deste rio por exemplo que ingerir um, fatalmente morrerá em pouco tempo!

     ─ Ainda bem que são tão pequenos... mesmo assim pela quantidade deles, se pudessem se juntar matariam um gigantesco exercito! ─ ele de repente começa a olhar para o Pico das Agulhas Negras. ─ Veja Sonia, lá está o meu livro. ─ diz segurando firme a sua caneta na mão esquerda, e um intenso brilho vermelho pode ser visto no pico da montanha, o mesmo brilho irradia de sua caneta.


     Sonia fica repetindo em sua mente o que seu esposo acabou de dizer, sobre eles matarem um gigantesco exercito. Ela olha a quantidade absurda de sapinhos que podem ser notados em toda a parte do parque, principalmente nas proximidades das águas. São milhares deles.


     ─ Vamos logo meu amor, os outros podem estar correndo grande perigo! ─ Lucas, voa acelerado e ela vai atrás. Eles voam a uma grandíssima velocidade em direção ao brilho vermelho, que agora mais parece um raio saindo do Pico das Agulhas Negras e indo em direção ao espaço.


     Na torre.


     ─ Vamos, só mais um pouco. ─ eu estou me aproximando do Almir, já consigo ver o casulo.

     ─ O que está fazendo aqui cara?! ─ Almir ficou muito surpreso em me ver.

     ─ Quando Bruno me disse que você ainda estava vivo, eu não pensei duas vezes. ─ chegando no casulo, eu imediatamente comecei a soltá-lo com uma faca que peguei em minha mochila.


     Nesse ponto da torre existe uma plataforma e uma escada que leva a antena propriamente dita, o corpo de Almir caiu nessa plataforma ao ser retirado da gosma vermelha do casulo. O estranho é que ele está completamente pelado.


     ─ Veste este short e essas camisas vai, acabei de ter uma visão do inferno agora! As camisas estão um pouco úmidas, mas vão aquecê-lo um pouco.

     ─ Marcos, eu já disse... o quanto você é... maluco?! ─ ele consegue vestir e depois sentar-se, mas parece respirar com dificuldades. Seu cabelo está todo branco do gelo que se formou nele.

     ─ Já. ─ eu preciso arrumar um meio de descer com ele, e no momento eu só consigo pensar em uma forma, terei de amarrar a corda na cintura dele e descer com ele amarrado em mim. ─ Relaxa cara, o socorro já deve estar vindo a essa hora. ─ preparando a corda para a descida e colocando a minha mochila aberta na frente de meu corpo, se algo der errado e eu tiver a chance de pegar o álcool... fogo neles!

     ─ Marcos, tem alguma coisa dentro de mim cara! Acho que esse frio todo a manteve dormindo, mas eu estou com muito medo cara! ─ ele está todo encolhido, se tremendo de frio, então eu retiro um dos meus casacos e... Nossa Senhora está realmente muito frio, insuportável! ─ dei a ele e esperei ele vestir.

     ─ Presta atenção, o socorro está chegando, tudo o que temos de fazer é sobreviver por apenas mais uma hora! Dá para fazer isso?! ─ ele responde com a cabeça que sim, quase chorando. ─ Então, eu amarrei você em mim e agora nos vamos descer mas de inicio precisarei de sua ajuda, você pesa muito e como dizia o paraíba, lembra? Você é um bombado e estes músculos todos pesam muito.

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora