72 - SEGREDOS REVELADOS

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     Julha está perdida em meio a ventania causada pelo tornado, ela caminha com dificuldades, procurando abrigo até que encontra uma das montanhas mais famosas do parque...



     ─ Ah não! Estou muito longe do Abrigo Rebolças, esta é a montanha das prateleiras se não me engano. ─ ela para enfrente a montanha por alguns segundos, pensativa. ─ Ao menos, agora eu sei onde fica o abrigo mais próximo, a casa do pai do Miguel. ─ ela vai caminhando seguindo uma trilha que leva por dentro de uma mata.


     Ao avistar a casa, ela nota um casal de idosos chegando, eles estão vestidos com roupas belíssimas, parecem de seda, o homem de roupa toda preta e a mulher de roupa toda vermelha. Julha espera que eles entrem, então ela se aproxima e olha de fininho pela janela.


     ─ Meu Deus, o senhor Gustavo! ─ ela se assusta ao ver o homem e a mulher entrando no cômodo que parece a sala e abaixa-se rapidamente, ficando ali para ouvir a conversa dos dois.

     ─ Então foi você quem o matou? ─ pergunta a misteriosa mulher.

     ─ Não foi preciso, hun... ─ um sorrisinho sacana brota em seu rosto. ─ O filho dele apareceu aqui, só tive que dar uma faca bem afiada a ele, soprar em seu ouvido meia dúzia de palavras e pronto, está feito! Ele morreu enquanto dormia nesse sofá sujo, depois demos o maluco para o nosso mais recente visitante.


     ─ Meu Deus! O dono do hotel está envolvido com eles! ─ a Julha pensa , enquanto tampa a sua boca com as duas mãos, ela parece desesperada e muito surpresa.


     ─ O que faremos agora, chefe? ─ o velho pergunta.

     ─ O Primordial me pediu para subir a montanha agora, quero que venha comigo, ele disse que o Bruno conseguiu enviar um sinal da torre mesmo com a luz cortada. Ele está furioso com você, já que você afirmou que cortando a luz, eles nunca conseguiriam pedir socorro! ─ a velha ri enquanto balança a cabeça.

     ─ Mas... mas como que aquele nerd lesado, conseguiu isso?!

     ─ Não sei, mas se não subirmos a montanha agora, ele manda aqueles dois nos matar! Vamos logo! ─ a velha vai na frente.

      ─ Calma aí, eu preciso pegar a minha arma que escondi aqui lembra? Foi para isso que viemos. ─ ele vai em direção a cozinha.

     ─ Você sabia que todas as mulheres sobreviventes do hotel estão grávidas? ─ diz a velha.

     ─ Estou sabendo agora, então está tudo conforme o planejado! ─ responde ele da cozinha.


     ─ Grávida eu?! ─ Julha pensa consiga mesma, enquanto põe as mãos na barriga.


     ─ O Primordial me disse também que a única maquina capaz de fazer eles sentirem nossas emoções, sentirem de verdade o mundo físico, é o nosso cérebro! ─ ela abaixa-se, ergue o lençol e olha o rosto do defunto. ─ Ao menos esse aqui serviu para alguma coisa, o livro que ele pegou para nós, é a peça chave para reabrir o portal.

     ─ Estas criaturas são muito poderosas! Márcia, você confia realmente que ele vai deixar você no comando da Terra e de todos os humanos?! ─ Augusto sai da cozinha e coloca a sua arma nas costas, dentro da calça.

     ─ Fizemos um acordo, ele foi direto em afirmar que me daria vida eterna e me tornaria jovem outra vez, com isso eu serei imortal! Ele me mostrou direto em minha mente seus planos... ─ ela bate em sua cabeça, com o dedo indicador. ─ Ele quer nos usar para alcançar outra raça de seres, onde em seu mundo não há mais magia alguma, eles vivem da ciência para a ciência, são completamente apegados ao plano físico, e desejam ver tudo a partir de seu planeta evoluir tecnologicamente! Mas nem sempre foi assim, o planeta deles é o que o Primordial chama de raríssimo, ele nunca mais encontrou outro como este, lá a magia é 100 vezes mais forte devido a energia vital do planeta! Por isso o Primordial deseja devorar e assimilar o Marcos, de alguma forma, ele consegue absorver a consciência dos seres que ele devora e a consciência de algumas de suas gerações passadas. Ele deseja saber tudo o que a mãe e o pai do Marcos sabiam, cada poder mágico, cada feitiço, cada conhecimento e só há um meio dele obter isso... devorando o meu sobrinho! ─ ela termina de falar e os dois saem da casa, seguindo a trilha até um carro que estava parado afastado de lá.


     ─ Minha nossa, ela é a tia do Marcos! Eu preciso correr, tenho que avisa-lo para que dê um jeito de ficar a salvo! ─ ela vai caminhando com dificuldade, por causa da ventania. ─ Eu não vou conseguir chegar a tempo nunca, mal consigo caminhar direto. ─ ela retorna e entra na casa. ─ É lógico! O radio de comunicação. ─ de cara ela vê um radio enorme verde, bem encima da mesa.    

Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETOOnde histórias criam vida. Descubra agora