Julha está perdida em meio a ventania causada pelo tornado, ela caminha com dificuldades, procurando abrigo até que encontra uma das montanhas mais famosas do parque...
─ Ah não! Estou muito longe do Abrigo Rebolças, esta é a montanha das prateleiras se não me engano. ─ ela para enfrente a montanha por alguns segundos, pensativa. ─ Ao menos, agora eu sei onde fica o abrigo mais próximo, a casa do pai do Miguel. ─ ela vai caminhando seguindo uma trilha que leva por dentro de uma mata.
Ao avistar a casa, ela nota um casal de idosos chegando, eles estão vestidos com roupas belíssimas, parecem de seda, o homem de roupa toda preta e a mulher de roupa toda vermelha. Julha espera que eles entrem, então ela se aproxima e olha de fininho pela janela.
─ Meu Deus, o senhor Gustavo! ─ ela se assusta ao ver o homem e a mulher entrando no cômodo que parece a sala e abaixa-se rapidamente, ficando ali para ouvir a conversa dos dois.
─ Então foi você quem o matou? ─ pergunta a misteriosa mulher.
─ Não foi preciso, hun... ─ um sorrisinho sacana brota em seu rosto. ─ O filho dele apareceu aqui, só tive que dar uma faca bem afiada a ele, soprar em seu ouvido meia dúzia de palavras e pronto, está feito! Ele morreu enquanto dormia nesse sofá sujo, depois demos o maluco para o nosso mais recente visitante.
─ Meu Deus! O dono do hotel está envolvido com eles! ─ a Julha pensa , enquanto tampa a sua boca com as duas mãos, ela parece desesperada e muito surpresa.
─ O que faremos agora, chefe? ─ o velho pergunta.
─ O Primordial me pediu para subir a montanha agora, quero que venha comigo, ele disse que o Bruno conseguiu enviar um sinal da torre mesmo com a luz cortada. Ele está furioso com você, já que você afirmou que cortando a luz, eles nunca conseguiriam pedir socorro! ─ a velha ri enquanto balança a cabeça.
─ Mas... mas como que aquele nerd lesado, conseguiu isso?!
─ Não sei, mas se não subirmos a montanha agora, ele manda aqueles dois nos matar! Vamos logo! ─ a velha vai na frente.
─ Calma aí, eu preciso pegar a minha arma que escondi aqui lembra? Foi para isso que viemos. ─ ele vai em direção a cozinha.
─ Você sabia que todas as mulheres sobreviventes do hotel estão grávidas? ─ diz a velha.
─ Estou sabendo agora, então está tudo conforme o planejado! ─ responde ele da cozinha.
─ Grávida eu?! ─ Julha pensa consiga mesma, enquanto põe as mãos na barriga.
─ O Primordial me disse também que a única maquina capaz de fazer eles sentirem nossas emoções, sentirem de verdade o mundo físico, é o nosso cérebro! ─ ela abaixa-se, ergue o lençol e olha o rosto do defunto. ─ Ao menos esse aqui serviu para alguma coisa, o livro que ele pegou para nós, é a peça chave para reabrir o portal.
─ Estas criaturas são muito poderosas! Márcia, você confia realmente que ele vai deixar você no comando da Terra e de todos os humanos?! ─ Augusto sai da cozinha e coloca a sua arma nas costas, dentro da calça.
─ Fizemos um acordo, ele foi direto em afirmar que me daria vida eterna e me tornaria jovem outra vez, com isso eu serei imortal! Ele me mostrou direto em minha mente seus planos... ─ ela bate em sua cabeça, com o dedo indicador. ─ Ele quer nos usar para alcançar outra raça de seres, onde em seu mundo não há mais magia alguma, eles vivem da ciência para a ciência, são completamente apegados ao plano físico, e desejam ver tudo a partir de seu planeta evoluir tecnologicamente! Mas nem sempre foi assim, o planeta deles é o que o Primordial chama de raríssimo, ele nunca mais encontrou outro como este, lá a magia é 100 vezes mais forte devido a energia vital do planeta! Por isso o Primordial deseja devorar e assimilar o Marcos, de alguma forma, ele consegue absorver a consciência dos seres que ele devora e a consciência de algumas de suas gerações passadas. Ele deseja saber tudo o que a mãe e o pai do Marcos sabiam, cada poder mágico, cada feitiço, cada conhecimento e só há um meio dele obter isso... devorando o meu sobrinho! ─ ela termina de falar e os dois saem da casa, seguindo a trilha até um carro que estava parado afastado de lá.
─ Minha nossa, ela é a tia do Marcos! Eu preciso correr, tenho que avisa-lo para que dê um jeito de ficar a salvo! ─ ela vai caminhando com dificuldade, por causa da ventania. ─ Eu não vou conseguir chegar a tempo nunca, mal consigo caminhar direto. ─ ela retorna e entra na casa. ─ É lógico! O radio de comunicação. ─ de cara ela vê um radio enorme verde, bem encima da mesa.
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Terror nas Montanhas do Itatiaia - COMPLETO
TerrorUm homem aceita uma vaga para trabalhar como auxiliar de limpeza em um hotel de turismo no interior do Rio de Janeiro. Tudo corre bem, até que uma neblina misteriosa cobre toda a montanha e coisas sinistras começam a acontecer...