#22

9.7K 845 143
                                    

4K! VOTEM COMENTEM E CHAMEM GERAL PARA LER TBM!

Scar narrando:

Estou com frio, uma coisa nova já que eu moro no Rio de Janeiro desde de que eu nasci, e o único outro estado que eu já fui, foi São Paulo.

Esse frio que estou sentindo já devia ter parado, já faz horas que eu sai daquele maldito cômodo. Mas parecia eu estava ainda lá.

Sinto alguém se sentar ao meu lado da arquibancada. Não preciso olhar para saber quem é, o seu perfume já o entregou. Sorri abaixando a cabeça.

Gabs: você não acha que está muito tarde para uma linda e jovem moça ficar andando por aí, sozinha?_ olho para ele, o vejo sorrir.

Scar: estou numa escola que é impossível de se entrar e sair. Acho que não devo ficar com medo, está tranquilo._ sorrio, Gabs se levanta ajeita a camisa e estende a mão para mim, franzo o cenho.

Gabs: confia em mim, tenho uma surpresa para você._ pego a sua mão ainda um pouco desconfiada. Me levanto e Gabs me guia para dentro da escola, estávamos na arquibancada do campo de futebol da escola.

Caminhamos pelos corredores, até chegar no qual eu o conhecia muito bem, o corredor que dá acesso ao porão. Franzo o cenho, o que ele aprontou agora?

Scar: o que você fez?_ pergunto, em quanto já estávamos na frente da passagem secreta. Ficamos de frente um do outro, ele estica tocando aonde mostra a passagem.

Gabs: nada que você não vá gostar, bom, pelo menos eu espero._ me guia até o porão, e quando chegamos, me surpreendo quando vejo.

Coloco a mão na boca.

Gabriel narrando:

Só de ve-la com essa carinha de surpresa, me deixa com vontade de sorrir. Ela olha para mim, ainda sem acreditar na surpresa que eu fiz a ela. O porão, estava com uma lareira, fake, flores, ursinhos de pelúcia, alguns doces, e um teclado, um violão que pertence aos meus avós.

Scar me abraça, e eu a abraço de volta. Nos soltamos e eu a guio entre as almofadas e pelúcias, a deixo sentada ali, e vou em direção ao violão, sei que esse não é o meu instrumento favorito, mas estou treinando a muito tempo para fazer essa surpresa a ela.

Gabe:
Linda do jeito que é
Da cabeça ao pé
Do jeitinho que for
É, e só de pensar
Sei que já vou estar
Morrendo de amor
De amor
Coisa linda
Vou pra onde você está
Não precisa nem chamar
Coisa linda
Vou pra onde você está
Linda feito manhã
Feito chá de hortelã
Feito ir para o mar
Linda assim, deitada
Com a cara amassada
Enrolando o acordar
O acordar
Coisa linda
Vou pra onde você está
Não precisa nem chamar
Coisa linda
Vou pr aonde você está
Ah, se a beleza mora no olhar
No meu você chegou e resolveu ficar
Pra fazer teu lar
Pra fazer teu lar
Coisa linda
Vou pra onde você está
Vou pra onde você está

Quando termino, olho para Scar, que está com os olhos marejados. Ela não se meche, então eu deixo o violão de lado, e corro até ela, que pula em cima de mim, num abraço mais do que forte.

Scar: obrigada, obrigada por sempre estar comigo Gabs._ fala e deposita um beijo em meu pesco, isso é covardia. Sinto ela sorrir, o que me faz sorrir. Não sei como, mas ela me deixa feliz.

Gabe: não foi nada angelo._ sussurro. Aos poucos fomos nós deitando, e ficamos olhando para o teto. Assim, um do lado do outro, com o sorriso besta no rosto. Olho para ela, que em alguns segundos, olha para mim sorrindo._ Scar, o que você fez comigo?

Scar: o mesmo que você fez comigo._ beija a ponta do meu nariz.

[...]

Gabe: queria eu ela fosse para sempre, mas como tudo na vida, não era,_ falo com lágrimas nos olhos._ eu a amava, e sei que, Alice Albuquerque Saltiman amava cada um presente aqui._ falo olhando pra cara um, minha voz estava embarganhada, queria chorar até não aguentar mais. Mas eu precisava fazer isso._ Minha avó foi uma das maiores inspirações na minha vida, o mundo perdeu um anjo hoje._ falo e saio de perto do microfone, não estou me sentindo bem.

Não olho para ninguém, apenas vou para meu quarto, na minha casa. Não quero que ninguém me veja assim. Sei que estou sendo egoista com a minha irmã, sei que ela precisa de mim agora. Mas eu... eu preciso ficar sozinho.

Encosto na porta atrás de mim trancada, deslizando no chão. Me permitindo chorar pela minha perda, minha avó está morta, ela não vai estar na minha formatura, ela não vai dançar comigo, ela não vai ver eu me casar, ter meus filhos... ela não vai estar mais comigo.

Olho para o anel, que agora está em meu dedo, ela amava esse maldito anel. Mesmo com a vista embaçada, conseguia ver cada detalhe dele. Escuto batidas de leve na porta, encosto a minha cabeça, não quero ver ninguém.

Gabe: não quero ver ninguém!_ sou grosso, preciso ficar sozinho, é tão difícil de se entender?

Scar: sei como é perder alguém próximo, só deixa eu ficar perto de ti._ pede baixo atrás da porta, olho para o canto, não se devo abrir, mas eu preciso dela mais do que nunca na minha vida maldita. Me levanto, não enxugo as lágrimas, estou foda-se para elas. Abro a porta, e logo sinto o pequeno corpo me abraçando, como um sinal de que tudo vai ficar bem, mas não vai._ estou aqui.

Mais lágrimas caem, e eu a abraço de volta. Isso não podia ser verdade, eu não podia acreditar nisso. Não posso acreditar que ela morreu desse jeito. Abraço a Scar fortemente. Como se ela fosse um bote salva vidas ao meio de uma tempestade ao alto mar.

Gabe: me fala que isso é só um maldito pesadelo._ suplico ao meio do choro.

Scar: não posso, não posso mentir para você. Mas eu prometo, essa dor vai amenizar.

Gabe: ela não vai passar, não é?

Scar: não.

Um garoto tanto quanto BadBoy- L03Onde histórias criam vida. Descubra agora