N.A.: Este capítulo na verdade é um presente, um grande spin-off que conta a história de Hanna e Leo, pais do Daniel, e tem como objetivo explicar algumas questões sobre esse casal tão complicado que pôs um dos nossos protagonista no mundo. Espero que gostem da história, da playlist e dos personagens. ♡
SOB AS ONDAS
CAPÍTULO 1. CREEP - RADIOHEAD
Janeiro de 1993
O jeito que eu a conheci foi o mais louco de todos. Foi no meio da festa do Jota, que era rico pra caralho e deu a festa na casa de praia dos pais dele. O negócio é que eu tava de rolo com a Dora, mas ela me deu o toco no meio da festa pra ficar com outro cara que eu nem lembro mais o nome. Mentira, eu lembro sim. O nome do cara era Alex e ele basicamente roubava toda mina que eu começava a ficar. Juro, não tô de marcação, o cara era um mala.
O negócio é que eu fiquei na maior deprê e fui sentar perto do mar junto com meus dois melhores amigos, o Cabeça e o Binho. O Cabeça tinha esse apelido porque ele era muito antenado em tudo, o cara mais inteligente que eu já conheci. E Binho era o Binho, acho que nunca soube o nome verdadeiro dele. Era só um maluco que andava com a turma.
A gente tava lá numa boa dando um tapa quando eu notei uma coisa estranha no mar.
- Cês tão vendo o que eu tô vendo? - Perguntei, já meio grilado. - Tem um negócio pulando no mar.
- Cê tá viajando mais longe que o normal, cara. - O Binho me respondeu e deu logo pra ver que ele não tava nem se importando, mas eu tentei de novo mesmo assim:
- Se liga, Cabeça, ali na frente.
- Tô de boa. - Ele disse.
Aí eu me levantei, porque tava vendo mesmo uma coisa muito errada. Era uma pessoa. Uma pessoa se afogando. Qual a sua primeira reação ao ver uma pessoa se afogando? Você pede ajuda, certo? Foi o que eu fiz. Mas a galera tava meio longe de onde a gente tava sentado e o Cabeça e o Binho ficaram tão nervosos quando sacaram que tinha mesmo alguém se afogando que começaram a se agitar da forma errada, andando pra lá e pra cá e sacudindo os braços pro alto como se fossem eles que estivessem precisando de socorro. Duas bestas quadradas.
Então eu corri pro mar e entrei de vez pra tentar salvar a pessoa. Foi difícil pra caralho. Primeiro porque tava escuro praquelas bandas, depois porque a mina - era uma garota, era ela - tava tão em choque que começou a se sacudir como se tivesse sendo agarrada a força ou algo assim. Ela me chutou umas dez vezes antes de sacar que eu era gente boa e me deixar fazer o salvamento direito. Aí foi quando eu consegui levar a gente de volta pra areia.
A garota caiu no chão e meio que desmaiou na hora, então eu tive que fazer aquele negócio de respiração boca a boca, o que foi muito estranho e ao mesmo tempo bem empolgante. Tipo assim, eu só salvei uma pessoa de se afogar no meio da noite e ainda fiz o que é praticamente um beijo.
Ela tossiu, se contorceu, ofegou umas duas vezes e abriu os olhos. Aí ficou me encarando. Eu encarei de volta. Pensei em perguntar se ela tava bem, mas ia ser meio ridículo, então fiquei quieto um momento, pensando no que dizer.
Foi o tempo do Binho e do Cabeça chegarem trazendo uma galera junto com eles. Gente que eu nem conhecia e dentre eles, a Dora, que me olhava com muita admiração.
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Afogados
Teen Fiction‣ LIVRO 2 DA SÉRIE SUBMERSOS. Daniel e Alissa já ouviram canções melhores e navegaram por mares mais calmos. Calmos porque, se pensam que o barco em que estavam passou pelo pior, estão enganados. A tempestade mal começou e com ela vem grandes estrag...