N.A.: Antes de tudo, feliz dia das Mães!! Não é que essa vibe me fez resgatar um pouco do espírito da minha antiga escrita? Estou bem satisfeita com este capítulo, pois não foi escrito de forma corrida e deu pra explicar algumas coisas até o ponto exato em que achei necessário. Aproveitando para lembrar que este é o primeiro dos 10 últimos capítulos deste livro. Que começem a contagem regressiva e boa leitura!!!
≈ ❤ ≈
A L I S S A
Então estou seguindo o mapa me guia até você.
(Maps – Maroon 5)
Não é que eu odeie Cristal, mas eu também não consigo gostar dela. Algo sobre essa garota me faz ficar com uma pulga atrás da orelha. E juro que não é simplesmente o fato de ela ter pernas graciosas e bem torneadas e uma bunda irritantemente perfeita.
– É aqui – ela diz, parando em frente a um quadrado minúsculo de tijolo e concreto sem pintura alguma que eu não tenho certeza se pode ser chamado de casa.
A rua não é pavimentada e está parcialmente lamacenta, talvez por causa da chuva que caiu na madrugada. O céu ainda está cinza, mas isso não intimida as pessoas que sentam nas portas das casas ou passam caminhando para lá e para cá através da rua em seus afazeres diários. A maioria olha com curiosidade para a presença inusitada das duas estranhas bem vestidas. Eu e Cristal.
Não achei que podia estar arrumada demais até descer aqui, onde todo mundo tem um ar tão humilde e cansado, como se estivessem ocupados demais trabalhando para conseguir sobreviver que não sobrasse tempo para pensar no que vestir. Algo me diz que é isso mesmo e eu me sinto um pouco culpada.
– O nome dela é Mara – Cristal interrompe mais uma vez meus devaneios e me faz focar no que está a nossa frente. O quartinho feio onde supostamente mora a pessoa que viemos procurar.
Dois adolescentes passam numa moto, sem capacete e sem camisa, e Cristal instintivamente segura sua bolsa de couro com mais força. Eu me sinto extremamente deslocada, e acho que as pessoas que nos observam também pensam isso.
Um homem vestindo uma camisa da seleção brasileira de futebol se aproxima. Ele é negro, barbudo, e sua barriga é talvez grande demais para seu próprio tamanho.
– 'Cês tão procurando o quê aqui? Ou será que se perderam?
Os olhos castanhos esverdeados de Cristal vacilam do homem para mim e ela joga uma grande mecha do cabelo longo, loiro e ondulado para trás, endireitando a postura.
– Estamos procurando uma pessoa que mora nessa casa.
– E 'tão esperando o quê? – o homem questiona, ainda desconfiado.
– A gente não tem certeza se essa pessoa mora aqui mesmo.
– Só chamando pra saber.
Eu troco o peso de um pé para o outro, insegura. O homem pousa o olhar sobre mim e me avalia de cima a baixo, depois se volta para Cristal.
– Quem vocês estão procurando?
Como sempre, antes de responder, ela olha para mim, buscando algum tipo de segurança que eu não estou certa se tenho para dar.
– Uma mulher chamada Mara – Cristal entrega, por fim.
O homem se aproxima ainda mais e eu recuo um passo para trás. Ele grunhe, provavelmente ofendido, mas passa reto por mim, indo direto até a porta de madeira que evitamos bater.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Afogados
Ficțiune adolescenți‣ LIVRO 2 DA SÉRIE SUBMERSOS. Daniel e Alissa já ouviram canções melhores e navegaram por mares mais calmos. Calmos porque, se pensam que o barco em que estavam passou pelo pior, estão enganados. A tempestade mal começou e com ela vem grandes estrag...