Mason chegou ao prédio de Emma às oito e dezenove.
Tinha mais gente circulando pelas ruas e pelo próprio prédio dela. Chatice. Por isso ele gostava da noite. Vazia, silenciosa. Como ele.
Mason viu Timody falando com uma senhora. Presumiu que ele trabalhasse ali pelo uniforme.
Caminhou até ele. Se esforçou bastante para não parecer bêbado. Mesmo que àquela altura só estivesse um pouco aéreo.
— Com licença, senhor — disse ao homem.
Era estranho ser cordial.
— Em que posso ajudar? — Timody respondeu, atencioso, voltando-se à Mason.
Quando seus olhos caíram no rapaz, de roupa amassada e arranhão na bochecha, seu semblante mudou da água para o vinho. Ficou desconfiado. Timody o reconheceu da madrugada passada. O vira do lado de fora. E agora ele estava ali, ali dentro, com ele.
— A garota que mora aqui. Chegou essa madrugada. Cachos, sobretudo preto, olhos escuros... — tentou dizer todas as características que lembrava, mas nunca foi bom em descrever.
— Emma — a reconhecera pelos cachos — Você a conhece?
— É... Mais ou menos?
Timody arqueou as sobrancelhas. Não gostou nada dele.
De repente, o porteiro parecia um pai.
— E o que você quer, então? — indagou, já deduzindo o tipo que Mason era.
Mason suspirou. Não sabia bem o que dizer. Nem ele mesmo sabia o que queria. Queria vê-la. Sabia disso.
— Quero vê-la.
— Se você não a conhece, não posso passar informações. Mantemos nossos hóspedes em segurança neste prédio. O senhor deve me entender.
Mason revirou os olhos, ficando impaciente. Ele estava certo. Não sabia quem Mason era. E se ele fosse um pervertido?
— Okay. Interfone pra ela. Pergunte se posso subir.
Timody olhou Mason, agora com um olhar incompreendido.
"Por que ela deixaria um desconhecido subir?"
— Está bem... Mas não garanto nada. Só depende dela.
Emma acordou para usar o banheiro. Seu corpo acostumara-se com o horário e despertava cedo mesmo sendo final de semana.
Enquanto lavava as mãos e tentava lembrar do sonho que estava a ter, o interfone tocou.
Quem podia ser a uma hora dessas? Ela nunca recebe visitas, é sempre ela quem as faz.
Andou depressa ao interfone da parede, ao lado da porta. Apertou o botão.
— Sim? — disse com a voz rouca.
— Desculpe-me se a acordei, senhorita Alihür. Tem um rapaz aqui na recepção. Ele deseja subir.
Ela tinha acabado de acordar. Estava confusa. Um rapaz? Devia ser Jimmy, seu amigo de Hollywood. Mas não tinha certeza. Perguntou quem era.
— Mason.
Não conhecia nenhum Mason.
— Não conheço nenhum Mason.
— Ele disse que a senhorita o conhece.
Revirou os olhos. Conhecia nada. Se conhecesse, lembraria. Tinha uma ótima memória.
— De onde?
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Uma História Sobre Recomeços
RomanceEste livro não é uma história de amor convencional que narra a vida de um casal perfeito composto por pessoas perfeitas em busca de um final feliz (e perfeito). Este livro fala sobre duas pessoas que perderam as esperanças e aceitaram a monotonia de...