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— E nesse tempo você nunca se envolveu com alguém de novo? Nunca tentou, sei lá, se comprometer...

Ela riu. As lembranças doídas passaram a ser engraçadas.

— Eu namorei um garoto por dois meses. Ele era gentil, bonito e... Uau! Ele era bom, se é que você me entende...

Mason riu. Ele entendia.

— E aí? O que ele tinha de errado?

— O que todos os outros tinham... — suspirou — Ele não era o Louis!

Mason riu. Ela continuou falando. 

— Mas por incrível que pareça, não foi por isso que terminamos. Eu realmente estava desesperada e queria "seguir em frente". — deu ênfase com os dedos.

— Então o quê?

— Ele me traiu. Com a ex dele. A garota pela qual era perdidamente apaixonado.

Mason riu, impressionado. Era a vez dele de rir com as histórias dela.

— Como isso te atingiu? E, como assim? Como você soube?

— Bom... Eu fui até a casa dele porque eu queria... É, eu queria me distrair.

— Sexo é uma ótima distração.

— Cala a boca! — riu, descontraída. — Ele morava sozinho, então eu fui entrando como sempre fazia. Quando cheguei no quarto dele, eles estavam deitados na cama, acariciando um ao outro com muita delicadeza ao som de The Only Exception.

Emma ficou em silêncio por um momento. Olhando para o nada com o olhar perdido. Imaginava a cena. Lembrava com perfeição de cada detalhe daquele dia.

— Foi nesse momento que percebi: eu era a pessoa que não deveria estar ali.

— O quê?! — levantou o tronco — Ele estava te traindo, Emma! Ela não deveria estar lá.

— Não... Não é bem assim. Eu não o amava, ele tampouco a mim. A forma como eles se olhavam, como tocavam um ao outro... Era um cuidado e um apreço que eu conhecia bem. Eles não estavam fodendo, estavam amando.

— Okay, okay. Eu entendo.

Ele não entendia.

— Mas poxa, ele estava com outra garota. Monogamia não é pra mim, mas se você entra num relacionamento desses, o mínimo que pode fazer é ter um pouquinho de consideração.

Consideração essa que ele teve com sua primeira namorada. Uma consideração demasiada forçada, mas que ele se orgulha de ter tido. Nunca traiu Andressa. Só o que fez de errado foi ter um coração vazio demais para conseguir amá-la como ela esperava.

— E eu não discordo disso. Ele não estava certo em me trair.

— Bom... — tentou se colocar no lugar dela — E o que você fez depois?

— Eu congelei! Fiquei olhando pra eles, quieta. Saíram do transe uns minutos depois, quando a música acabou e os dois finalmente me notaram. Ela disse algo como: "ah, meu deus" e cobriu os olhos, envergonhada. Ele levantou apressado e me pediu perdão, falou que conversaria comigo no dia seguinte sobre nosso término, que não queria me enganar e coisa e tal. Que era a primeira vez que isso acontecia.

— E então? — deitou-se outra vez.

— Eu comecei a chorar.

Arregalou os olhos, surpreso pela resposta.

— Mas eu pensei que você... — não deixou com que ele terminasse.

— Eles pensaram o mesmo que você: que eu estava chorando porque meu namorado me traiu. A garota era boa, eu sei disso. Ela não conseguia olhar pra mim porque se sentia culpada. Ele, pobrezinho, estava tão preocupado comigo, sentia-se um monstro... — riu, lembrando.

Uma História Sobre RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora