brigar

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No final ele foi mesmo à festa. Se sentiu confortável num ambiente que combinava com ele. Com pessoas que combinavam com ele. Riu. Conversou. Nem parecia o mesmo Mason que fugira apressado de uma conversa desconfortável com o irmão da garota dela.

Emma voltou ao apartamento, dessa vez muito diferente da pessoa que era quando saiu de lá. Mais leve, mais disposta.

Seu irmão também parecia melhor. Sorriu ao vê-la entrar, com seu macacão jeans gasto e o coturno que ganhara do pai. Emma tinha a beleza da família, com certeza.

Ainda com um sorriso simpático nos lábios, Dillan disse:

— A despedida é a parte mais cruel, não é?

E Emma sorriu. Sabia que, agora sim, conversariam como nos velhos tempos.

Dillan usava uma camisa Polo verde e calças jeans escuras. Tinha os cachos bem baixinhos, como gostava. E seus óculos pareciam mais gastos do que da última vez que se viram.

— Nem tanto. Ele sempre volta.

Riu, distraída, sentando ao lado dele no sofá.

— E pra onde é que ele foi?

Dillan sempre curioso.

— De início, a uma festa. Mas sabe-se lá onde estará no começo da manhã... — repousou o corpo todo no sofá e fechou os olhos, apoiando a cabeça na parede — Se você ouvisse as histórias dele... Todos os lugares que foi, as pessoas que conheceu. É encantador.

Dillan a encarou, mesmo ela não podendo ver seu olhar de confusão sobre ela.

— Ele faz muito isso? Passa a madrugada em festas com estranhos?

— É... Até que faz bastante. — abriu os olhos e encarou o teto — É um aventureiro da cidade! — riu, boba.

Estava tão anestesiada de amor depois do momento com Mason no corredor que nem se deu conta de que estava dizendo coisas que não queria dizer.

— E se ele, sei lá, ficar tão bêbado ao ponto de ficar com outra?

Foi a vez de Emma encará-lo.

— Sabe, Emma? Você não disse que estava namorando.

— É porque não estou.

— Ele não pediu ainda?

— Não. Nem vai. Porque nós somos... É...

Droga! Às vezes não saber como os nomear era um empecilho.

— São o quê?!

— Sei lá, Dillan! Somos amigos que...

Não deixou com que ela terminasse.

— Deus! Amigos que transam?!

— Dillan!

Levantou. A conversa que queria evitar acabava de começar.

— É óbvio, Emma! Por que está fazendo isso? Perdendo o seu tempo assim. Você sabe que essa coisa de amizade colorida não dá certo.

— Não é amizade colorida. Não chame assim.

— Então o quê? Chamo como?

— Não precisa ter nome.

Dillan revirou os olhos. Ela também

— Você e suas coisas alternativas de jovens dinâmicos...

Emma colocou a mão sobre os olhos e respirou fundo. Paciência. Paciência.

Uma História Sobre RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora