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Emma e Mason passaram pelo saguão, rindo. 

Timody não estava mais em hora de serviço, mas por sorte passava por ali. Ficou mais tranquilo ao ver que a menina ria. Se preocupava com ela. Sabia que passava muito tempo sozinha, que ia de casa ao trabalho, que só via seus pais e os amigos de vez em quando. Não tinha pena dela. A achava forte. Por isso se preocupava.

Emma e Mason saíram do prédio. Foram para a esquerda e começaram a caminhada.

— Então a senhorita médica não vai se incomodar se eu fumar no caminho? — ele perguntou, tirando o cigarro do bolso.

— Fique à vontade.

Emma  tinha colocado um vestido preto, solto ao corpo. Tênis também pretos. Colocou as mãos nos bolsos do vestido. 

Mason concluiu que gostava de bolsos. E de pôr as mãos dentro deles enquanto andava. Estava certo. 

Emma pediu para acender o cigarro dele. Ele deixou.

— Estou ajudando a te matar.

— Obrigado — respondeu simplesmente.

Emma atrasou um pouco o passo. Queria vê-lo andar. Vê-lo fumar. 

Mason andava cheio de marra, mas ao mesmo tempo, parecia andar dentro do seu quadrado, sem incomodar ninguém. 

Ele virou para trás. Se perguntou o que ela estaria fazendo andando mais devagar. Parou para esperá-la. Ela continuou caminhando no mesmo ritmo. O ultrapassou. Continuou a andar. Ele sorriu. Caminhou depressa até ela. Segurou seu pulso. A puxou para si. Grudou seus corpos. 

A forma como ela simplesmente passou por ele lhe deu uma vontade incontrolável de pegá-la pra si.

Ela se deixou ser segurada. O coração batia rápido. Encarou os olhos dele, alguns centímetros acima dos seus. Ele encarava sua boca.

Ainda estavam na avenida em que Emma morava. Tinha gente passando na calçada. Sol sobre eles. Céu azul.

Mason colocou as mãos na cintura dela. Segurou com força. Ela sentia os dedos dele tocando sua pele sobre o vestido. Ele a prensou na parede. Sorriu vendo os olhos dela; eles lhe fitavam do mesmo jeito daquela madrugada. Agora ele entendia que aquele olhar tinha desejo e por isso ele tinha gostado tanto.

Tirou as mãos da cintura dela, devagar. Segurou-lhe o rosto. Inclinou os lábios dela em direção aos dele. 

A beijou. Ainda devagar. Conseguia ouvir as batidas do coração dela. Parecia música. O beijo foi ficando mais lento. Intenso. 

Ela beijava delicadamente. Com calma, sem pressa, como se tivesse todo o tempo do mundo. 

Ele beijava minuciosamente. Com cuidado, mas com maestria. Era bom nisso.

Emma colocou as mãos nos ombros dele, ainda de forma lenta, e desgrudou sues lábios dos dele, finalmente.

Os olhos claros de Mason pareciam mais escuros. Os olhos quase pretos dela, pareciam mais claros. Estavam se mesclando naquela parede.

Mason a soltou totalmente. Olhou em volta. Alguns olhares. Ele não se importava. Continuou a andar.

Emma também olhou em volta. Suas bochechas ficaram vermelhas. Sorriu, quase rindo. Estava se divertindo. Fazia tempo que não se divertia.

Só naquele instante reparou no céu. Tão azul, tão brilhante. Sem nuvens, sem pássaro. Sentiu falta da praia. O céu era infinito lá. 

Mason olhou pra ela, admirando o dia. Passou os braços em volta de seus ombros e passaram a andar colados.

Uma História Sobre RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora