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Mason não era o tipo de pessoa que fica horas sentado no sofá com um café nas mãos falando sobre a vida. Definitivamente não era. Mas naquela tarde, isso foi tudo que fez.

E pode parecer algo muito confortável à primeira vista, mas foi uma das coisas mais difíceis que teve de fazer.

Era diferente das madrugada que passou com Emma, tagarelando entre beijos, toques e risadas. Quando estava com ela, eram só os dois e o resto era apenas plano de fundo.

Mas ali, frente a frente com tudo o que mais temia, não tinha escapatória. Era o foco principal.

No começo, falaram das coisas boas.

Lauren e Bianco eram noivos. Se conheceram há dois anos e moravam juntos há um. Eles haviam se conhecido em um grupo de leitura e, de acordo com Lauren, a conexão foi imediata, como se não conseguisse tirar os olhos dele no segundo em que o viu.

— Não te contei do Bianco porque sei que a morte do Greg mexeu muito com você. Tive medo de você ficar zangado. Tudo que não contei, Mason, foi por medo de perder você ainda mais.

Odiava isso. Porque ele provocou essa situação. Ele nunca disse a ela o que realmente acharia se ela seguisse em frente. Como ela poderia saber?

— Tia... — suspirou — Eu quero que você entenda isso agora. Eu nunca quis que ficasse presa ao passado. Eu jamais ficaria bravo por você procurar a felicidade. Jamais. Eu quero que você seja feliz. O tio Greg não pôde fazer parte disso, mas você ainda pode e deve construir uma vida. Sei que ele iria querer isso também. Eu estou, honestamente, muito feliz por você ter achado alguém.

E era verdade. Sentia-se mal só de pensar em todas as vezes que ela recusou um encontro com medo do que ele iria pensar.

No final, a tentativa de se fragmentar de sua própria história, falhou. Ele foi embora de Minnesota, mas todo o resto ficou.

Ainda na parte boa, Lauren mostrou as fotos do ultrassom. Era uma menina. E se chamaria Luisa.

Mason lhe perguntou se Luisa foi um acidente. Ela disse que não. Que sempre quis ter filhos e ela e Bianco se planejaram para isso.

— O tio Greg não queria? Por isso não tiveram?

O olhar dela mudou. Aquele mesmo olhar que fazia há anos. Aquele de quando Mason a confrontava e ela não sabia o que dizer ou como mentir.

— Eu e seu tio nunca te contamos isso... Nunca contamos muitas coisas por medo de você se sentir... Bom... Seu tio era estéril.

Ele entendeu tudo.

— Então vocês não queriam que eu soubesse disso porque eu pensaria que vocês só me criaram por não ter outra opção?

— Exatamente.

Suspirou. Pensaria isso mesmo. Já havia pensado algumas vezes. E era estranho estar certo sobre isso. Ele torcia muito para, na verdade, estar errado sobre tudo que achava.

— Mas não é verdade! Tanto que fizemos questão de que você soubesse que éramos seus tios. Você não era um tapa buraco. Você era nosso sobrinho e por mais que amássemos você como um filho, não te usamos para suprir nossos desejos de paternidade.

Era agora. Estava decidido.

— Por que, então, tia? Por que ficaram comigo? Quem diabos são meus pais? — levantou.

Ela ficou assustada. Era o Mason revoltado de alguns anos atrás. Seus olhos se abriram. As pupilas dilataram.

Bianco desceu as escadas ao ouvir a pergunta feita de maneira um tanto mais brusca. Ele sabia da história. Sabia sobre Mason e toda a sua rebeldia.

Uma História Sobre RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora