pensar

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— Ele disse mesmo isso?

Riu. Ela também. Estavam cozinhando enquanto Emma lhe contava da discussão com Dillan.

— Sim. Teve uma hora que eu não aguentei. Ele ficou tagarelando e eu simplesmente...

— Gritou?

Colocou as mãos na cintura. Fez cara de ofendida.

— Você acha que eu, Emma Alihür Mendoza, sou algum tipo de descontrolada?

Ele encostou no balcão. Cruzou os braços. A olhou de cima a baixo. Ela continuava com o olhar sério, mas seus lábios tremiam tentando evitar a risada.

— Emma... — riram os dois — Você quebrou seis ossos, já mostrou os peitos em um protesto, derrubou uma garota da escada na quarta série e, com certeza, fez mais coisas que eu ainda não sei. Você é completamente maluca! Não duvido nada que tenha gritado.

Deu as costas a ele e disse:

— Droga!

Mason desligou o fogão e a abraçou por trás. Sussurrou algo em seu ouvido. A beijou no pescoço.

Ela ria, risonha. Abraçava os braços dele, em volta de si.

— Isso é estar casado? — ele perguntou.

— Não... — ela disse ficando de frente para ele. — Já estaríamos brigando a essa altura.

— E com ciúmes.

— E traições.

— E filhos.

— Não!

Se soltaram. Mais risadas.

— Sabe aquilo que você disse?

Ele recomeçou.

— Eu digo muitas coisas, Mason — respondeu pegando os pratos no armário.

—  Aquilo que disse sobre ter certeza de algo, mas alguém aparecer te questionando e você acabar se perguntando se a pessoa tem razão, como se suas certezas sumissem por um instante.

— Sei sim.

Ele colocou o macarrão nos pratos. Ela, o molho. Sentaram-se ao balcão.

— Aconteceu algo parecido comigo. Esqueci de contar.

Ela o encarou, semicerrando os olhos.

— Sobre nós? Te questionaram sobre nós?

— É...

Quem questionaria Mason? Ele não dava essa liberdade para qualquer um... Estranho.

— Como foi isso?

Colocou uma garfada na boca.

— Foi ontem. Quando fui embora. Encontrei uns amigos com o Bryan. Alguns deles já te viram naquele dia, então sabiam que você e eu... Bom, sabiam da gente.

Era estranho pra ele também, às vezes, o fato de não ter um nome para chamá-los. Era difícil de explicar qualquer coisa.

— Sabe a Linn?

— Aquela que você ficou no aniversário da Joy?

— Sim. Ela mesmo. Chegou assim, meio que no final. Perguntou de mim pra uns caras, eu cheguei bem na hora que eles estavam respondendo ela.

— E aí?

Colocaram o macarrão "para dentro" ao mesmo tempo.

— Um deles disse "não sei, não, Linn. Ele tá com uma garota agora", o outro completou dizendo "uma tal de Emma, médica, riquinha" e aí o primeiro disse mais uma vez "o tipo de garota que amarra o cara, daqui a pouco eles assumem o namoro".

Uma História Sobre RecomeçosOnde histórias criam vida. Descubra agora