Uma História Sobre Recomeços

caminhar

Emma acordou às sete da noite, enquanto Mason pagava o entregador de pizza.

Ela ficou olhando pra ele, ainda deitada, sem dizer nada.

O garoto estava sem camisa. Só com a calça Jeans meio caída, mostrando sua cueca. Tinha a pele branca. Parecia delicado, mas sabia que não era nem um pouco. Os cabelos estavam mais bagunçados. Ela quis bagunçar mais.

Enquanto o olhava, pensou em Louis. Sempre pensava nele quando tinha um bom momento com outro cara.

Sabia que, do jeito que era, o ex gostaria que ela seguisse em frente. Não se sentia culpada. Não era, culpa, o sentimento. Era insuficiência. Porque era tudo tão chato, tão pequeno, tão menor do que era com ele. Não tinha mais graça conhecer alguém, se apaixonar, ficar boba de amor. Primeiro que isso nem acontecia. Ela estava empacada. Já tinha desistido de amar de novo.

Mason notou que ela estava acordada. Sorriu pra ela enquanto fechava a porta. Levou a pizza até a cama. Emma sorriu de volta, ainda distraída em seus pensamentos.

Talvez fosse por isso que esta sendo tão divertido com Mason: não era mais uma tentativa desesperada em seguir em frente e se apaixonar. Se fosse, começaria fadada ao fracasso. Seria estranho, como foi com os outros caras.

Ela não sabia o que Mason seria. Um caso de uma noite. Um caso de uma semana. Um caso de dois dias. Um mês. Não importava. Ela só queria aproveitar o momento. Sem pressão. Viver aquilo enquanto os fosse cabível viver.

— No que tanto pensas aí, Alihür? Fica assim quando acorda?

Ela riu leve, sentando na cama.

— Pizza? Que gentil...

Tentou mudar de assunto. Ele percebeu. Fazia muito isso também. Deixou pra lá.

Emma passou um bom tempo dormindo. Ele até tentou dormir também, mas não estava acostumado a dormir com alguém. Tentou por um tempo, depois levantou.

Ligou pra tia. Quis dizer que sentia falta dela, mas Mason não se permitia sentir tantas coisas... Saudade era uma delas.

Quando deu seis horas e o céu começou a ficar escuro, ele saiu pro lado de fora. Sentou na calçada e ficou vendo aquela gente passar enquanto fumava e esperava o sol ir embora.

Momentos de Mason sozinho.

Há alguns anos, quando era um garoto revoltado, ele se deprimia em momentos assim. Pensava nos pais, no ponto de interrogação que eles eram. Sentia-se abandonando mais uma vez. E ficava com raiva. Saía e fazia basteira. Era sempre assim.

Hoje, não se permite mais pensar nisso. É melhor desse jeito. Mente silenciosa é melhor que mente assustada.

Momentos de Mason sozinho.

Hoje, ele fica tranquilo. Ali, sentado. Sentindo nada.

Voltou pra dentro do apartamento. Ela ainda dormia.

Mason não se cansava de pensar em como Emma era diferente. Que sorte ela tinha. Até dormindo se via: tinha uma paz muito grande ali. Se perguntou o que ela estaria sonhando.

Decidiu pedir pizza.

E agora ali estava ele, comendo pizza vegetariana ao lado dela.

— Sou o que você esperava? — ele perguntou.

A típica conversa sobre primeiras impressões.

— Em algumas coisas, sim. Em outras, não.

Mordeu sua fatia da pizza.