Uma História Sobre Recomeços

o que acontece depois que você recomeça

Emma e Mason não acabaram naquele salão de festas. Na verdade, aquele salão foi apenas o começo de algo grande.

Decidiram ficar mais tempo por Minnesota. Até o final das férias. Ficaram cuidando da casa de Lauren enquanto ela e Bianco estavam em lua de mel.

Mason aproveitou para mostrar a Emma os lugares que mais gostava na cidade. Eram poucos, mas existiam.

No dia em que foram embora dividiram um Whisky enquanto observavam o pôr do sol na praça perto de sua antiga casa. Mason tinha o braço repousado nos ombros dela e ela tinha a perna esquerda sobre a perna direita dele.

Foi nesse momento que Emma quis envelhecer ao lado dele. Passar o resto da vida tendo o contato dele salvo como o Pequeno Príncipe Drogado. Encontrar ele no final do expediente. Não precisava casar com ele ou ser a única mulher na vida dele. Não precisava dele. Mas queria ele. E isso era muito mais forte que qualquer necessidade.

Mason trincou um dedo do pé no caminho da Rodoviária até sua casa, no dia em que voltaram para Los Angeles. Emma não estava com ele na hora mas foi correndo quando ele a ligou desesperado. Dillan os levou ao hospital em seu carro e dessa vez não foi estranho. Emma ligou o rádio e quando perceberam estavam cantando o repertório inteiro da Lady Gaga.

Emma praticamente se mudou para a casa de Mason depois disso. Precisava cuidar dele. E quando digo precisava, precisava mesmo. Mason não tinha muita paciência — ou noção — com ossos fraturados e, se não fosse ela, ele teria arrancado o gesso do pé na primeira semana.

Foi nesse período de quarenta e cinco dias que Mason enxergou a médica incrível que ela era, conhecendo qualidades dela que não tinha visto ainda. Foi nesse período de quarenta e cinco dias que ele quis, pela primeira vez, que ela fosse a mãe dos filhos dele. Foi um pensamento rápido e logo ele se lembrou de que nunca quis ter filhos, mas foi importante pra ele porque ela fazia essa possibilidade não ser assustadora. Qualquer coisa parecia possível ao lado dela, até ser pai.

Quando ele voltou a caminhar normalmente e a rotina do trabalho o abraçou novamente, sentiu falta dela. Voltou pra casa e ela não estava lá. Saiu pra trabalhar de manhã e não beijou o rosto dela. Foi dormir e ela não foi a última coisa que ele viu. Não foi a última voz que ouviu.

No final de semana dormiram na casa de Bryan. Foi a festa de casamento dele com Rose e Emma e Mason foram os padrinhos. Tinham mais pessoas dormindo lá naquela noite. Emma e Mason dividiam um colchão no canto da sala.

— Acho que estamos indo a muitos casamentos — ele disse baixinho, debaixo das cobertas.

Mason ficava preocupado quando saíam com os amigos dele porque era um mundo que não era dela. Aconteciam coisas que ela não estava acostumada a ver.

Então a abraçou com todo o cuidado do mundo na hora de dormir, prometendo jamais deixar que nada de ruim acontecesse com ela. E foi nesse abraço que ele percebeu que, desde a primeira vez em que ela esteve nos braços dele, ele nunca mais quis solta-la. 

— Eu quero que você ainda seja a minha garota no dia que eu morrer, Em.

Ela não escutou. Já estava dormindo. Ainda bem.

Mason conheceu a família dela no natal. Foi apresentado como um amigo para os parentes mais distantes mas como o "cara com quem estava saindo" para os pais. E, estranhamente, eles gostaram dele.

Em Janeiro Emma e Mason passaram um final de semana em Nova York. E desde então eles conheceram o estado da Califórnia de cima a baixo, leste a oeste, norte e sul. Porque decidiram que iriam embora dele. Se mudariam para a cidade que nunca dorme.