⌜⌞ Capítulo Quarenta e Sete ⌟⌝

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Aquele encontro mostrou-se um fiasco lá pelas nove e quarenta e cinco, quando Chenle já estava cansado e a peça encerrou-se por completo. Como o chinês não tentara nenhuma conversa, Jisung começou a desconfiar daquele péssimo encontro. Mesmo assim, não tinha desistido de Chenle e nem do que sentia por ele. Ou talvez do que pensava sentir.

  — Chenle, o que acha de jantarmos juntos? — propôs.

— Pode ser — o outro apressou-se para deixar o teatro.

Pararam na loja de conveniência mais perto dali, mas Chenle reclamara que não iria comer comidas embaladas nem morto. Aquilo desestimulou um pouco o garoto, pois ele amava lojas de conveniência e julgava-as uma das coias mais úteis que conhecia.

  — Ah, é que o dinheiro do meu cofrinho só dá para a loja de conveniência — explicou-se o Abelha.

Chenle respirou fundo.

  — Então façamos uma vaquinha e vamos comer em algum lugar decente! — Chenle deu uma ideia melhor e Jisung apenas concordou. 

Chenle conhecia um lugar e chamou um carro por um aplicativo, negando os pedidos de SungBee para irem de ônibus. O caminho fora silencioso e sem vida, mas Jisung sentiu que o coração ia sair do peito quando vira o restaurante que Zhong tanto falara. A verdade é que se Jisung vendesse todas as suas peças de roupa e o seu celular, ele conseguiria somente beber um gole de água naquele estabelecimento.

  — Chenle, o que estamos fazendo aqui? — segurou-o pelo braço.

  — Agora é você quem está com amnésia? — revirou os olhos e afastou o braço da mão do inseto.

  — É muito caro! — exclamou — Vamos dar no pé antes que pensem que vamos comer!

  — E a gente veio para quê, afinal? Aish... — caminhou até a entrada e desejou uma boa noite para o funcionário que abrira a porta para ambos.

Era um lugar chique e requintado. SungBee não sentia-se parte dali, mas Chenle aparentava estar habituado com aquele ambiente. Acostumado com comida embalada e sentar-se nas escadas de uma loja de conveniência, Melzinho achava-se um erro dentre tantas pessoas de tão belas vestes e modos.

  — Jesus Cristo... — pediu ao Salvador para não ter um ataque cardíaco naquele momento, pois acabara de abrir o menu e aquilo tinha uma surrealidade inimaginável. Não poderia beber nem um golinho de água — Céus!

  — Que foi? — Chenle afastou os lábios do copo cheio d'água que pedira e inclinara-se na direção do mais novo.

— O que eu tenho não dá nem pra pagar um pratinho daqui — sussurrou.

— Relaxa, eu pago tudo — Zhong riu com o desespero do outro — Tudo bem por você?

  — O que posso fazer? Você... quer que eu te pague depois?  

  — Não tem problema, Abelhudo. Eu trouxe o cartão do papai — deu uma piscadela para o coreano e sorriu. — Vamos tirar uma selca porque eu preciso atualizar o meu feed!

SungBee animou-se com o que fora falado e logo carregou os seus melhores aegyo para as fotos. Zhong abriu a câmera e, juntos, paticamente fizeram uma sessão de fotos. Chenle selecionou as melhores e, enquanto esperavam o pedido, editou-as e postou. Agora Jisung sentia-se muito importante por estar no Instagram do seu chinês favorito, com eles extremamente fofos num restaurante italiano.

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora