⌜⌞ Capítulo Trinta e Oito ⌟⌝

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SungBee havia sumido na saída da escola, e também perguntar para as pessoas não seria de muita ajuda. O único jeito era ir à sua casa para encontrá-lo. Seria muito rápido: ele entregaria e sairia o mais rápido possível.

O plano era direto e simples, então Mark não tinha o que temer. Seu único problema seria ignorar as seguintes cartas vindas de Jisung, e para isso ele precisou treinar algumas desculpas no caminho da casa do abelhudo.

Não escondia o nervosismo, e suas mãos suavam quando ele apertou o botão para solicitar a parada ao motorista. Desceu devagar, pensando duas vezes antes de pisar no asfalto. Enfim, respirou fundo e apressou os passos para a casa do Garoto Abelha.

Tocou a campainha uma, duas, três vezes. Nem adiantava bater à porta ou gritar, pois seria tudo em vão. Mark deu as costas para a porta e começou a caminhar vagarosamente. Foi então que a porta se abriu e a mãe de Jisung apareceu.

— Mark? Mark! Venha, Mark! Desculpe-me a demora! — a mulher veio em sua direção e puxou-o gentilmente para dentro da casa.

— Senhora Park... eu vim aqui para entregar algo para Jisung. Ele está aqui? — quis saber, tentando ir contra aos pedidos da mulher para se sentar.

— Oh, ele está assistindo algum desenho lá em cima. Pode subir, ele não vai escutar se eu gritar — ela finalmente deixou-o ir — Depois desçam, pois eu estou assando biscoitos!

Mark sorriu em agradecimento e subiu as escadas da casa. Bateu à porta de Jisung, mas não recebeu resposta alguma. Decidiu abrir por conta própria, então pôs a mão na maçaneta e a girou.

O quarto estaria completamente escuro, senão pela luz que provinha da tela televisiva. Mark colocou a cabeça para dentro do quarto e encontrou um par de olhos focados no desenho sobre abelhas.

O volume estava demasiado alto, o que incomodava Mark de um jeito indescritível. Bateu o dedo no interruptor e ligou a lâmpada, chamando a atenção de SungBee para a sua pessoa.

— Mark? — SungBee sentou-se, segurando o prato de banana com mel que comia.

— Desculpa ter sido um merda hoje — falou o mais velho, entrando no quarto e fechando a porta.

SungBee diminuiu o volume da TV e ajeitou o short de pijama que usava. Não era para Mark vê-lo naquela condição, embora já o tenha visto assim.

— Bem... você não foi — deu de ombros, tentando se livrar daquele assunto.

— Vim trazer algo para você. Mas, logo aviso, Bee, será a última. Chenle, ele... acho que desistiu. — entregou a carta e deixou os ombros caírem.

Curioso e triste, SungBee pegou a carta e abriu-a para ler. Mark sentou-se de costas para ele, na pontinha da cama e tentando encontrar as palavras que iria proferir para se mandar dali.

— Hyung... — Jisung falou bem baixinho, antes de ler a carta.

Não foi uma despedida, em vista de que Mark escrevera antes de fazer a promessa à Jeno. Mas aquela carta era muito legal para ser a última.

"Bzzzzz,

SungBee, acho que você já deve ter percebido que tenho caído em amores por você já há algum tempo. Não sei bem como explicar sobre isso, pois eu fico muito idiota perto de você. Estou ansioso para o inverno, pois quero vê-lo fofinho espremido num casaco cheio de camadas. Suas bochechinhas ficam vermelhas e a ponta do seu nariz também. Queria saber se existe um chocolate quente amarelo, mas só para saber se você o bebe durante o inverno. Se não existir, eu invento. Invento tudo por você, é só dizer. Se você quiser, Sung, torno o mundo preto e amarelo. Mas, quer saber de algo? Eu prefiro o mundo assim mesmo, pois assim você é diferente e especial, e não como todo mundo. Esse é um dos motivos os quais eu gosto muito de você, abelhinha.

Ass: ———-"

As mãos de Jisung tremiam. Não só por ser a última carta, mas também por Chenle já saber que era ele quem enviava as cartas. Talvez soubesse desde o início, e isso causava grandes ondas elétricas no corpo do garoto. Ele estava animado demais. No entanto, também estava confuso por não ver o nome do Zhong na assinatura. Mas aquilo pouco importava, pois Zhong ChenLe estava apaixonado por Jisung e aquilo era um máximo.

— Mark! Mark! — ele se levantou e pulou na cama, depois tentou se acalmar enquanto comia mais um pouco da sua banana com mel. — Mark, você leu?

— Ah, se li... — resmungou ele, entredentes.

Estava meio decepcionado por Jisung não perceber que era ele quem havia escrito a carta, mas estava feliz por Jisung estar tão alegre.

SungBee adiantou-se para abraçar Mark por trás. Beijou-lhe as bochechas, a testa e até mesmo o pescoço, porém rapidamente. Abraçou-o forte, não cessando os beijos animados e recheados de alegria momentânea.

Foi então que Mark virou o rosto para SungBee, mas no mesmo segundo em que este pretendia beijar-lhe a bochecha. Mas o beijo não acabou sendo depositado na face do mais novo, e sim em seus lábios.

Jisung abriu os olhos, surpreso e assustado. Mark segurou a sua perna para não deixá-lo se afastar, e a outra mão foi à nuca do rapaz. Jisung ainda estava assustado e em pânico, mas ficou relaxado quando sentiu a língua do hyung em seu lábio inferior que, antes do beijo, estava melado de mel.

Jisung afastou um pouco o corpo, mas aquilo só fez Mark inclinar-se mais para si. Com o carinho na sua nuca e o quente da boca de Mark na sua, pedindo para conhecê-la melhor, SungBee fechou os olhos e conseguiu sentir e se entregar àquele beijo.

Fora inesquecível, pois era um beijo meloso melado de mel, assim como SungBee.

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora