⌜⌞ Capítulo Trinta e Dois ⌟⌝

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Mark deu play no segundo áudio.

— Olha, eu... Tenho que dizer que esse aplicativo aqui 'tá uma porra! — começara assim, e Mark nem se surpreendeu — Ni Hao, Mark! Eu queria lhe recomendar a série de livros: A Garota do Calendário! O meu preferido é março, meu mês. Você deveria ler também, é muito top!

Mark respirou fundo enquanto digitava a resposta. Se lembrou de algo que os seus amigos falaram, sobre Jisung abrir o guarda-roupa todos os dias e perceber que só haveria amarelo para vestir. Tentado pela curiosidade, ele se levantou e abriu o guarda-roupa de SungBee, sorrateiramente. Aquilo era mal-educado e desrespeitoso com a privacidade do garoto abelha, mas Mark jurou que seria apenas uma espiada e nada mais.

— Sua omma já lhe contou que isso não é educado, hyung? — parecia que o novo hobby de Jisung era assustar Mark.

— Desculpe. Só queria saber se você usa outras cores... — Mark largou a porta do guarda-roupa e virou-se para trás.

Mark sentiu o impacto do momento bem no seu coração.

— Era só me perguntar, ora! — SungBee proferiu, logo após rolar os olhos e fazer um biquinho inocente.

— I'm sorry. Às vezes é melhor ver as coisas com os próprios olhos. Não querendo ofender, ou lhe intitular como tal, mas as pessoas mentem — Mark se escorou nas portas amarelas do guarda-roupa enquanto assistia Jisung caminhar na sua direção.

As madeixas loiras estavam caindo sobre o seu rosto, enquanto algumas estavam grudadas em sua testa de tão molhadas. SungBee segurava firmemente a toalha enrolada no seu quadril, estava descalço e a única coisa que lhe cobria o corpo era aquela toalha amarela. Mark nunca pensou que o veria naquele estado.

— Nossa mente... — ele ergueu a mão livre e tocou com o dedo indicador na cabeça de Mark — Nossa mente nos engana também, sabia? Podemos ver coisas...

— Eu não sou insano — Mark estudou-o com o olhar.

— Pois eu sou — o Abelha Ambulante afastou Mark com o braço e abriu o guarda-roupa, tirando um óculos com lentes amarelas de dentro de uma gaveta branca — Eu vejo o mundo amarelo — disse logo quando colocou-o no rosto — Sou insano, huh?

— Se você é, também posso ser — Mark encolheu os ombros e comprimiu os lábios, um tanto nervoso.

— Hyung, admiro a sua admiração por mim, mas você não pode ser quem não é — Jisung se afastou de Mark e passou a procurar algumas peças de roupas no guarda-roupa que antes fora stalkeado pelo seu stalker.

— Mas você pode ser a minha abelha rainha... — Mark sentiu vergonha das tuas palavras, queria engoli-las de volta e fingir que nunca as tivera libertado.

— Mark-hyung, por acaso você ficou louco? — SungBee pôs a cabeça para fora e arqueou o cenho, um tanto confuso sobre os significados daquela frase e estranhando tal comportamento de Mark.

— Pensei que estivéssemos falando sobre insanidade — contou Mark, procurando pelo chão algum buraco para se esconder.

— Está estranho hoje, algo te mordeu? — voltou a sua busca pela roupa do dia.

Uma abelha me picou no coração, e ela me deixou entorpecido após enchê-lo de amor.

Mark apenas riu.

— O que foi? — o mais novo quis saber.

— É que dormimos juntos, e agora eu estou meio diferente, na sua visão, e você me perguntou quem me mordeu... — ele não conseguiu concluir o pensamento por conta dos risos.

— O quê? Está dizendo que eu te mordi?

Mark pigarreou.

— Estou insinuando que você me picou, já que você é uma abelha. — Mark sorriu para ele.

Jisung, ainda segurando a toalha e mais algumas peças de roupa sobre os ombros, olhou para Mark com um certo tédio no olhar e prosseguiu:

— Sabe aquele advogado filho da puta de Bee Movie? Sabe quando ele persuadiu as abelhas sobre o quão elas são perigosas para os humanos e o amigo de Barry, o Adam, ficou pistola e ferroou a bunda gorda daquele escroto?

Mark arqueou as sobrancelhas, surpreso.

— Anh... Sim?! O drama dele foi patético. Aliás, ele queria mesmo ser ferroado perto do c...

— É isso o que vou fazer com você se não entrar no banheiro em dez segundos — SungBee o interrompeu. — Dez... Nove...

Mark ficou perdido, então correu até a sua mochila e abriu-a, arrancando a toalha que havia guardado ali no dia anterior.

— ... Cinco... Quatro — continuava a contagem.

— Jisung, você está roubando! A contagem não saltou assim do nada, num nível tão crítico! — Mark corria até o banheiro.

— Quem está roubando são vocês, humanos, que roubam o meu mel! — SeungBee declarou assim que Min Hyung fechou a porta do banheiro.

Na verdade, aquilo ali era puro drama para fazer Mark deixá-lo sozinho no quarto para se vestir. Ficaria muito constrangido se pedisse diretamente ao hyung.

— Desculpe por consumir mel! — escutou-o gritar de dentro do banheiro. 

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora