⌜⌞ Capítulo Cinquenta ⌟⌝

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Jisung andava putamente pelos corredores do colégio. Não queria conversar com ninguém, tampouco ter de lidar com os mesmos olhares tortos na sua direção. Decidiu que à aula não iria, então pôs-se a enfiar-se entre aquela mesma porta que levava misteriosamente para fora do colégio, para cima daquela pequena colina florida e verdinha. Aquele era o seu lugar. Seu único lugar para pensar. Seu lugar especial.

Então por que raios Minhyung estava ali, como quem não queria nada?

— Bom dia! — o canadense abriu um sorriso brilhante — Como foi ontem?

— A maior desgraça da minha vida — bateu o pé forte no chão, com raiva, e então arrancou da mochila a última carta recebida do falso Chenle. — Ah, e quer saber? Caguei pra você, Mark!

E então, enfurecido, rasgou-a bem na frente do mais velho. Este ficou atônito com tudo aquilo. Seu sorriso aluiu, seu brilho de outrora esmaeceu-se e a brisa fresca de uma manhã pré-invernal deixou de ser admirada pelo rapaz.

— O... O que houve? — levantou-se, tendo o cuidado de limpar a calça das gramas soltas.

— Você devia saber que isso aconteceria de um jeito ou de outro — SungBee encolheu os ombros largos ao mesmo tempo que curvava os lábios numa expressão de nojo — Como você é burro!

Mark engoliu em seco depois daquilo. Sua vontade era de abraçar Jisung e implorar para que o desculpasse, mas o máximo que conseguiria fazer seria assisti-lo te humilhar.

— Eu não tive a intenção... — resmungou, sendo a segunda voz da discussão.

— Todas as maiores merdas foram feitas com amáveis intenções — o loiro proferiu, evitando olhá-lo nos olhos. Era a sua filosofia de vida.

Mark abaixou a cabeça, já sabendo o que raios Jisung estava se referindo. Sentia vergonha de si mesmo, pois sentia que desde o início iria dar em merda. E se não bastasse, ainda estava apaixonado pelo garoto que naquele momento parecia odiá-lo.

— Desculpe — sussurrou.

— Eu não preciso das suas desculpas — jogou o papel rasgado ao meio no peito do Lee e deu um passo para trás.

Mas Minhyung só queria abraçá-lo naquele momento, afagar seu cabelinho loiro, beijar seus lábios de Piu-Piu, contemplar suas bochechinhas rosinhas de raiva, olhar no fundo de seus olhos. Porque SungBee era tudo o que Mark mais amava, senão sua família. Queria apenas elogiar sua longa meia listrada de amarelo e preto, o short preto que deixava à mostra aquelas perninhas pálidas e longas e o casaco de mangas longas também listrado. Queria apenas conversar com ele, não brigar.

— Eu também não preciso de você — continuou SungBee — Não mais.

E então deixou-o sozinho.

Yellow Black | MarksungOnde histórias criam vida. Descubra agora