Cap.17 - My Sweet Caroline..

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Avistei a Dona Ilda sentada numa cadeira ao pé de uma porta, que penso ser onde Caroline está. Assim que se apercebeu da minha presença correu a abraçar-me. E ambas caímos num profundo choro. Para ela a Caroline significava muito, não sei porque bem, porque no fundo todos do orfanato são especiais mas a Caroline ela tratava de outra forma.

D.Ilda: Katherine - soluçou - desculpa - afastei-a olhando-a confusa.

Kat: porque?

D.Ilda: por não poder ter evitado o acidente. Eu podia, sei lá, ter protegido ou lançar-me para cima dela para a afastar, não fui a tempo. Sou uma incompetente. - começou a chorar compulsivamente e eu lancei-me para cima dela dando-lhe um forte abraço.

Kat: não teve culpa Dona Ilda, foi um acidente, ninguém contava com isto, você é a melhor pessoa que conheço. - afastei-a sorrindo e ela sorriu de volta.

D.Ilda: obrigada - sussurrou.

Caminhei até á porta do quarto de Caroline, e respirei fundo. Não sei se devo entrar. Tenho tanto medo do estado em que ela possa estar, de não aguentar vê-la assim. Eu preciso de vê-la, mas bem.

Não ia adiantar de nada também ficar nesta situação. Abri a porta com coragem, e no mesmo momento os meus olhos encheram-se de lágrimas, fazendo-me levar a mão á boca.

Kat: oh meu deus. - sussurrei aproximando-me da cama lentamente.

Ela estava tão mal. Toda ligada ás maquinas, com máscaras de oxigénio e gesso. A pancada deve ter sido mesmo forte. Se eu apanho o filho da puta que lhe fez isto, eu MATO-O, Juro.

Ajoelhei-me ficando á altura da sua cara, e peguei na sua mão.

Kat: Caroline, minha princesa guerreira. - comecei e as lágrimas também vieram aos olhos - tu és o meu exemplo de força. Mesmo com 4 anos, ou quase 5, tu consegues ser forte, por não teres pais, nem ninguém da tua família, viverem num orfanato e pelo teu passado horrível. Eu não aguentaria nem metade do que tu aguentaste. E tu.. aguentas a situação com um enorme sorriso, sempre com os pés na Terra, e consegues ser feliz mesmo assim. Tu não és uma criança para mim, és uma adulta num corpo de criança. E quando te conheci, tudo para mim mudou, tornei-me melhor por dentro, apenas por ti. Sei que continuo injusta com as outras pessoas mas tu percebes que é a minha personalidade, não há como mudá-la. Mas faço de tudo para te ver feliz. Eu fiz-te uma promessa e vou cumpri-la - pausei - eu vou adotar-te e fazer de ti a filha mais feliz do mundo. - as lágrimas saíram compulsivamente e as palavras começaram a atrapalhar, não me consigo controlar, eu não me estou a sentir bem. Olhei para o chão, e de novo para ela - por favor, não me abandones. - perdi as forças e deixei a minha cabeça cair na cama a chorar.

Senti alguém tocar-me no ombro e levantei-me encarando o rapaz que me olhava preocupado, e por momentos pareceu-me ver algumas lágrimas nos seus olhos. Tenho pena dele, deve estar super ocupado e está aqui a perder o seu tempo comigo.

Levantei-me olhando-o.

Kat: vai para casa, não precisas de estar aqui, já fizeste muito - sorri leve.

Hugo: nem pensar, não te vou deixar aqui sozinha.

Kat: não estou sozinha, tenho a Dona Ilda.

Hugo: a Dona Ilda foi embora. Ela estava super cansada e eu disse para ela ir descansar que eu ficava aqui contigo e com a Caroline.

Oh meu deus, que querido. Ele está mesmo preocupado comigo depois do que eu lhe fiz, sou uma idiota mesmo. Ainda vou ter de lhe pedir desculpa, mas não agora, não me sinto com forças para isso.

Apenas sussurrei um 'obrigado' e sorri.

Hugo: posso-te fazer uma pergunta? - olhou-me sério.

Kat: claro- olhei desconfiada, até estou com medo do que possa ser.

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