Cap.37 - Love

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Passou uma semana desde que o Matt foi para o hospital. A operação correu bem, mas mesmo assim ele não acordou do coma, o tiro tinha acertado uma parte critica.

Todos os dias, eu e os restantes do grupo vamos lá ver como ele está, e Jess passa lá os dias. Já a avisei que são faltas demais na escola, mas ela diz que as faltas não são nada comparadas ao Matt, que está deitado numa cama de hospital por causa dela.

Quando ao Tomás, nunca mais passou tempo connosco, agora anda sempre com uns tipos estranhos. Acho mesmo que ele se está a meter em cenas que depois não vai conseguir sair. Também já o vi uma ou outra vez com a Megan, mas isso já nem digo nada, porque ela é rodada por todos. Alguma vez tinha de chegar o turno do Tomás. Só espero que nunca chegue o turno do Hugo. E por falar em Hugo, ele também tem estado sempre comigo, ele apoia-me muito e posso dizer que sinto que ele está preocupado com Matt, é estranho pensar isso, mas é o que sinto.

‘Kat, avança’ ouvi Nicole dizer pelo auscultador. Neste momento, estou no corredor 212 do Banco de Investimentos de Liverpool, pronta a fazer uma pipa de massa com o roubo. Acho que os negócios não podem parar, mesmo o Matt estando em coma, sinto que ele queria que nós continuessemos.

Kat: ok – respondi

Hugo: vai correr tudo bem, boa sorte – Hugo, que estava á minha beira sorriu encorajando-me e deu-me um beijo no topo da cabeça.

Kat: Por favor Hugo, lá por andar mais sensível, não quer dizer que tenha perdido o jeito. Sorte é para os amadores, os profissionais não precisam disso. – lancei um sorriso vitorioso, deixando-o com uma cara de tacho, mas ao mesmo tempo sei que ele ficou orgulhoso com as minhas palavras, ele é um babado.

Andei em passo lento pelo corredor, estava a poucos metros da sala do cofre. Ao meu sinal, Hugo vinha ter comigo, e armazenamos o máximo de dinheiro possível. Brian desligou as camaras, na sala de controlo do banco, Raquel tratou de conseguir as informações assediando o guarda, Nicole estava perto de Brian para poder me passar as informações, Tess e Filipe ficaram nos carros prontos para fugir, que se encontravam nas traseiras, e Ramos ficou sentado num dos bancos disfarçado a ler o jornal caso houvesse algum imprevisto. Apenas Jess não participou pois ainda estava com Matt no hospital. O plano era simples para mim, e estava a correr na perfeição até agora. Com os anos de prática que tenho, assaltar torna-se uma coisa básica.

Cheguei ao fundo do corredor, fazendo sinal para Hugo, que rapidamente me alcançou. Ele também é um mestre neste tipo de negócios. O meu orgulho.

Hugo: pega na chave que a Raquel roubou ao guarda e vê se dá na porta.

Levei a mão ao bolso, fazendo o que o mesmo disse, mas a chave não cabia na porta. Era grossa demais.

Kat: merda! – disse irritada, enquanto tentava a todo o custo que a chave abrisse a porta – a chave não dá!

Hugo: fodasse, e agora? – ele tentou ajudar-me mas em vão.

Kat: já sei. – uma coisa ocorreu-me, dando assim uma pontada de esperança.

Nicole: o que se passa? – ouvi através do auscultador.

Kat: a chave não dá, mas eu tive uma ideia. – tirei o saco das minhas costas, e comecei a procurar no mesmo o objeto que pretendia encontrar. – está aqui! – disse erguendo um pé de cabra no ar.

Um sorriso apareceu no rosto de Hugo, um sorriso vitorioso. Bem como no meu. Até parecia que já cheirava a dinheiro.

Hugo: eu ajudo-te. – ele tentou tirar-me o objeto da mão, mas eu afastei-me

Kat: poupa-me Hugo, á muito tempo que as raparigas deixaram de precisar de ajuda dos homens para os trabalhos duros.

Encaixei onde pretendia, e com um pequeno esforço a porta estava arrombada.

Dangerous Game (Completo)Onde histórias criam vida. Descubra agora