Capítulo 29

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        Já era segunda feira, Aurora estava de volta a mansão dos Williams e assim que ela estava prestes a tocar a campainha ouviu a voz dele  a sua trás.

— Bom dia, princesa!— ele disse com uma voz que parecia estar animada. Aurora se vira para fita - lo.

— Bom dia Benjamim. — ela diz dando um sorriso fraco pra ele ajeitando seu hábito.

— Você ontem não respondeu a minha mensagem. Fiquei esperando sua resposta. — ele diz cruzando os braços na frente do peito

— Ah. Acabei me esquecendo, você sabe, freiras, muito trabalho. — ela disse  simplesmente e Benjamim arregala os olhos

— Quem é você e o que fez com a garota legal com a qual eu sai no sábado?

— Sou eu mesma Benjamim.

— Agora vamos falar serio. — Benjamim caminha para mais perto de Aurora para olhar seus olhos — O que quê se passa?

— Nada não Benjamim. Aliás, eu só percebi que nós não devemos mais ser amigos, sempre que precisar conversar eu estarei  aqui pra você como uma boa cristã.

— O que? Mais por que?— Benjamim diz um tanto agitado

— É isso Benjamim. Eu sou freira e não fica muito legal ter um amigo, as pessoas falam, criticam o tempo todo e eu não quero ser alvo de uma mentira ou de pensamentos que não são verdadeiros.

Benjamim ri sem vontade — Por acaso existe uma lei que diz " freiras não podem ter amigos"?

— Eu não disse isso.

— Eu sei que não. Mas então que droga é essa que não podemos mais ser amigos? Quem está envenenando sua mente princesa?

— Para Benjamim. — Aurora aumenta o tom de voz mais logo em seguida se recompõem — Em primeiro lugar: eu não sou sua princesa e em segundo lugar: ninguém está me envenenando contra você mas minha mente não permite tal aproximação. Meus princípios não me deixam seguir a diante com essa amizade. Por amor de Deus entenda.

— Pegue seus princípios e joga pra o lixo. Porque eu não estou desposto a viver sem você digo a viver sem minha melhor amiga.

Aurora olha pra ele e se vira e então aperta no botão para tocar

— Eu ainda não terminei Aurora — Benjamim diz

— Eu já — e naquele mesmo momento a porta foi aberta — Bom dia Filipa.

— Bom dia Aurora. — ela diz e Aurora entra sem dizer mais nada.

      Quando ela chega ao quarto de dona Márcia a encontra penteando os cabelos. Virada ao espelho.

— Bom dia dona Márcia. — ela diz sorrindo

— Aurora. — ela diz se levantando para olha - lá

— Aurora? — a própria Aurora se surpreende

— Sim, não é o seu nome, querida? — ela diz sorrindo

— É.

— Anda, me ajuda a prender meu cabelo. — diz sentado - se novamente — meu falecido marido gostava dele preso.

Aurora sorri enquanto tenta prender os fios brancos da mulher.

— Eu também acho que fica lindo preso. — Aurora diz

— Você parece triste. — ela comenta

— Nada não senhora.

— Eu sei que a gente se conhece a pouco tempo mas a minha experiência não me deixa dúvidas que você não está bem. E deve ser coisa do coração.

Ela diz se levantando, após segurar a mão de Aurora a leva para próximo da cama e se sentam.

— Quer conversar? Eu não julgo. — ela diz sorrindo

— Bom... Por onde começar?

— Comece por onde quiser, eu sei que as vezes me esqueço das coisas e uns dizem que sou maluca mas eu ainda tenho noção das coisas. É o meu neto não é?

Aurora abri a boca mas nenhuma palavra sai, tenta abrir de novo mas, mais uma vez vacila.

— Não precisa ter vergonha. Essas coisas acontecem. O coração é bastante trapaceiro as vezes. Ninguém está imune a se apaixonar. Todos temos um coração.

— Mas não podia ser assim comigo. — ela diz engolindo a vontade de chorar — por que comigo?

— Eu não sei. Mas nada é por acaso querida.

— Dona Márcia eu sou freira... Freira e estou completamente apaixonada e eu sinto que vou morrer se não falar, eu sinto que não vou sobreviver sem esse amor, hoje eu fui grossa com o Ben mas agora está doendo muito aqui. — ela diz apontando para o peito se levantando — eu quero afasta - lo de mim, só que meu coração não deixa. Minha mente grita o tempo todo que isso é uma loucura total mas meu coração chora. Ele é teimoso e quando o cérebro o repreende dizendo que está errado ele chora... Chora porque não quer ficar longe dele. Chora porque meus pensamentos todos agora se resumem em um único nome. Benjamim. O que fazer?

— Faça o que o seu coração mandar.

— Não... Essa opção não. — ela diz sem controlar as lágrimas que já começaram a brotar fazia tempo — essa opção me condena e me faz negar as escolhas que já foram feitas. A opção de seguir o coração é fatal... É impossível.

— Então vai se condenar a viver com esse sentimento ali dentro? Sem o deixar crescer e dar frutos?

— Eu sei que eu não consigo esquece- lo mas é só questão de tempo. Eu vou conseguir tira - lo de mim. Eu vou esquecer seu neto dona Márcia.

Márcia simplesmente olha para a jovem derramada em lágrimas com pena, pois passar pela opção esquecimento é difícil. Passar pela opção esquecer alguém é terrível e muitos que tentavam tal opção não saíam bem dessa.

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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora