Capítulo 55

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        Quando Aurora entrara em casa sua mãe não lhe dissera nada e as duas jantaram em completo silêncio. Ela sabia que não seria fácil mas lutaria para vencer esses gigantes. Todos eles.

      Depois do jantar Aurora foi ao seu quarto e lembrou - se de ligar mais uma vez para Aisha mas novamente não foi atendida.

Ela estava tentando falar com a amiga mas Aisha não atendia suas ligações e então Aurora decidiu escrever em seu velho diário cor de rosa.

     O dia amanheceu lindo e Aurora sorriu ao lembrar que hoje já não eram mais 18 mas sim 19 anos, como o tempo passava rápido.

Aurora olhou para a janela de seu quarto e viu o jardim de sua vizinha que denunciava claramente a primavera, o jardim estava lindo apesar das flores que Benjamim arrancara.

    Eram 6 horas, logo após seu banho Aurora colocou uns de seus vestidos favoritos o que usara no primeiro dia em que vira Benjamim, não sei dizer se era um vestido de sorte ou de maldição.

Foi para a cozinha e começou a preparar o pequeno almoço cantarolando uma canção.

— Bom dia mamãe — ela disse sorrindo assim que viu a mãe entrando na cozinha — Fiz suas panquecas favoritas, estão uma delícia. Senta - te. — ela disse e Carolina a ignorou completamente, foi até a geladeira e tirou a jarra de suco e só depois sentou — Também fiz café. — Aurora sorriu

— Não. Não preciso do que você faça. — disse fria e Aurora lentamente sentou - se e começou a se servir

— Sabe que dia é hoje mamãe? — ela começou alguns minutos depois e Carolina simplesmente revirou os olhos — Mamãe, hoje eu faço anos. — ela sorriu e Carolina como se ela não tivesse dito nada se levantou e saiu da cozinha.

— Calma Aurora... Eu não vou chorar. — ela disse pra sí mesma e segundos depois ouviu o som do seu celular que anunciava a entrada de mensagem.

Haviam 5 mensagens de suas irmãs do convento e dentre elas estava as mensagens de Luzia e Delfina. Não havia de Aisha.

Algumas das mensagens foram enviadas no momento em que ela estava no banheiro sendo a última mensagem enviada a da irmã Luzia.

   Aurora sorriu feliz pelas mensagens de fé e coragem e principalmente por elas terem se lembrado do seu dia especial.

Pouco tempo depois a campainha foi tocada, Aurora foi até a porta e seus olhos brilharam quando encontraram Aisha.

— A... Aisha. — ela disse em um sussurro

— Oi — Aisha quebrou o gelo abraçando - a com vontade — feliz aniversário. — ela disse após partir o abraço e estendeu um presente

— Obrigada amiga.— Aurora disse recebendo

— É uma lembrança de todas as irmãs inclusive a madre Celeste. — Aisha disse e aurora sorriu .

— Entra.

— OK. — Aisha disse e logo após as duas sentaram - se

— Posso abrir agora?

— Deve. — Aisha disse e Aurora imediatamente começou a desfazer o embrulho e seus olhos brilharam ao se deparar com um quadro no qual a fotografia tinha a imagem de suas ex companheiras e ela junto delas.
— lembra desse dia?

— Como não? Foi na festa de comemoração de mais um ano do convento.

— Certo.

Por uns segundos nada foi dito

— Aisha eu...

— Não Aurora, você não precisa dizer nada. Eu é que devo me desculpar eu errei por não aceitar suas escolhas, eu te julguei e um bom cristão não faz isso. A religião não nos ensina a julgar mais sim a abraçar. — Aurora já estava sorrindo — Sabe você fez uma escolha que acho que nenhuma de nós faria, você foi corajosa e desejo de todo o meu coração que você seja feliz e que realmente valha a pena e principalmente tomara que Benjamim te mereça.

— Amém amiga. — Aurora falou abraçando a amiga

— Como vai Aisha? — Carolina perguntou entrando na sala com uma bolsa em mãos

— Muito bem senhora.

— ótimo. Estou saindo — Carolina disse e em nenhum momento olhou para a Aurora

    
          — Amiga tem acontecido tanta coisa. — Aurora disse voltando a abraçar a amiga

— Estou aqui pra te ouvir.

       Elas ficaram quase a tarde toda conversando e Carolina não havia voltado para a casa.

— Acho que minha mãe está com o namorado dela. — Aurora disse  e Aisha a fita — Eu gostaria que ela tivesse coragem e me contasse sobre ele.

— As mães são complicadas as vezes. — Aisha diz — vamos a casa da minha mãe?

— A casa da tua mãe? — Aurora se admirou com o convite repentino

— É, quero muito ver meus pais e claro minha avó.

— Pensando bem também estou cheia de saudades da dona Márcia. Vamos sim. — Aurora disse se levantando.

      Pegaram um taxi e foram rumo a casa as coisas pareciam estar indo bem.

Assim que chegaram Aisha abriu a porta com sua chave e Aurora quase  teve um ataque quando viu a casa cheia de pessoas conhecidas gritando "surpresa", Benjamim suas irmãs os pais de Aisha dona Márcia e Benjamim. Sirúh, Benjamim até Karl, Benjamim. Eu disse Benjamim? Se não, Benjamim.

— Você sabia não é — Aurora cutucou a amiga enquanto abraçava algumas irmãs

— É, mas foi tudo plano de Benjamim.— Aisha disse

    Aurora estava feliz com tudo aquilo mas sentiu falta de algumas pessoas como dona Amanda, madre Celeste e claro sua mãe. Mas ainda assim a festa foi divertidíssima demais.

    — Então como você está? — Sirúh perguntou para Aisha que estava junto de Aurora e Benjamim

— Bem Sirúh e você?

— Eu também estou bem.

— Que bom. — Aquela conversa a principio estava sendo embaraçosa mas no fim tudo começou a ficar bem mais suave.

     As primeiras pessoas deixando a casa foram Aisha e as outras irmãs e em seguida Sirúh e logo depois Benjamim e Aurora.

— Obrigada pela festa. Deve ter dado muito trabalho. — Aurora disse enquanto Benjamim dirigia o carro

— Não, eu conversei com a minha tia e ela disponibilizou a casa e deu uma ajuda com os doces, o Sirúh também ajudou com algumas compras. — Aurora sorriu — E você não precisa agradecer minha princesa.

— Por que você é tão perfeito Benjamim?

— Não meu amor, eu não sou, devem ser teus olhos — ele disse desviando rapidamente os olhos da estrada e voltando a olhar novamente

        — Faltam uns 7 dias para a viagem em Miami e Sirúh não para de me falar que quer comprar já as passagens... Você quer que a gente compre uma pra você? — Benjamim disse  estacionando o carro na frente da casa

— Sim.

— Sim?

— Sim. — Aurora ri — eu acho que será bom tanto pra mim como pra mamãe.

— OK, que bom que vai. — Benjamim diz acariciando seu rosto

— Agora preciso ir, não gosto de deixar a mamãe sozinha — Aurora beija rapidamente os lábios de Benjamim e sai do carro

— Eu te amo. — Benjamim grita olhando através da janela

— Eu amo você. — Aurora disse  inclinando um pouco a cabeça.

   
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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora