Capítulo 37

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       — Porque não me atendeu?— Ben diz sem desfazer o abraço

— Ah, não percebi que ligou — Ela diz — fiquei tão empolgada vendo o fogo de artifício que não lembrei de tirar do silêncio.

       — OK, então o que aconteceu? — Benjamim pergunta para Aurora após o abraço ter sido desfeito

— Muita coisa. — Aurora diz encolhendo os ombros — Eu nunca pensei que minha mãe fosse me decepcionar tanto. — Aurora diz e Benjamim simplesmente a fita

— Sabe Benjamim, ela disse que nunca me esconderia nada e eu vi ela com um homem. Ela tem um amante. — Aurora diz amargurada

— Bom princesa. Mas a tua mãe não é viúva? — Ben pergunta

— É mas não é bem assim ela disse pra mim que nunca mais ficaria com um outro homem porque só tivera amado meu pai e mais a alguns dias atrás ela ficou muito furiosa quando Aisha insinuou que talvez ela estivesse com alguém.

Ben não diz nada

— Ela pra mim era a mulher mais pura do mundo... Mais perfeita e justa... Mas ela me enganou Ben. — Aurora diz chorando  e Benjamim leva seu dedo polegar até sua bochecha e limpa as lágrimas

— Esse mundo é assim minha princesa. A vida é imperfeita alguns dias são bons e outros nem por isso. As pessoas cometem erros porque são humanas... Sabe as vezes a gente confia tanto nas pessoas que acabamos pensando que são perfeitas e esquecemos que são humanas. — Ben diz colocando as mãos nos bolsos e então olha para frente para um ponto qualquer

— Você tem razão... Mas só que eu esperava ser machucada por qualquer pessoa menos por ela. — Aurora diz olhando também pra frente — Eu sei ela muitas vezes é fria comigo mas eu sei... Sei que bem no fundo ela me ama muito.

— Um dia... Quando eu tinha 7 anos... Encontrei meu pai no carro com uma mulher, eles estavam se beijando. Minha mãe tinha viajado e meu pai simplesmente a traiu.

Aurora olha por um tempo para Benjamim mas ele não se vira  e ela   volta a olhar pra frente

— Eu tinha 7 anos e então pensei. Como meu pai diz amar minha mãe e a trai na frente da nossa própria casa? Que amor seria esse? Desde aí eu nunca mais tive confiança para com o meu pai. Ele nunca soube que eu tinha visto, nem minha mãe, eu perdoei ele mas desde o dia em que o vi trair minha mãe meu herói havia morrido.

— Nossa. — Aurora diz simplesmente

— É, meu herói havia morrido e quando eu cresci simplesmente não conseguia dar ouvidos a ele. Eu não conseguia respeita - lo e graças ao meu pai eu passei a não acreditar no amor. Até porque minha avó me dizia que o amor era paciente que não buscava seus interesses o amor não fazia coisas que pudessem machucar outras pessoas e meu pai simplesmente fez o contrário e eu pensei. O amor é uma fraude o amor não existe.

— E você ainda pensa assim? — Aurora pergunta

— Hum. — Ben da de ombros — Terminei com a Ludmila ou melhor ela terminou comigo — ele diz mudando repentinamente de assunto

— Porque? O que aconteceu?

— Ela tem ciúmes de você. — Aurora arregala os olhos sem saber o que dizer

— Que bobagem. — ela diz por fim e Ben da uma risada nasal.

—  Anda vamos pra casa. Está frio aqui.— diz trocando mais uma vez de assunto

— É, vamos. — Aurora acabou concordando porque não fazia muito sentido ir para outro lugar visto que de manhã estaria de volta. E além disso ela não queria ter que ir para a casa da mãe ou para o convento que com certeza teria que dar um monte de explicação e dar explicações era algo que Aurora não estava muito afim, neste momento.

       Quando chegaram a residência dos Williams eram 19h38

     Eles estavam caminhando a passos curtos até a porta.

— Eu lamento pelo que você viu aos 7 anos — Aurora disse olhando para Benjamim que sorriu para ela

— valeu.

— Ahm! Mas você não pode continuar pensando que o amor não existe por causa do comportamento de outras pessoas. — Aurora diz e Benjamim para de andar e ela automaticamente faz o mesmo

— Eu já não penso assim.— ele diz olhando intensamente no fundo dos olhos dela e naquele momento o coração de Aurora começou a gritar  está-quebrando-as-regras

— Que bom Benjamim.

— Graças a você. — ele diz segurando na mão dela — Quer saber Aurora eu não posso mais me calar.

— Quanto ao que? — Aurora arregala os olhos e Ben solta sua mão

— Quanto a nós. Quando aos efeitos que você causa em mim, eu estou perdido e pateticamente apaixonado  por você. — naquele momento Aurora sentiu seu coração parar de bater e regressar com batidas mais rápidas que o normal — Eu sei. Não era pra ser assim, desde o princípio combinamos ser amigos mas me desculpa eu gostaria de ter conseguido controlar meus sentimentos mais não deu. — Ben diz respirando com dificuldades

— Benjamim por favor para, não vamos a esses níveis. — Aurora diz controlando sua respiração

— Não. Eu não quero parar. Eu não sei como fui me apaixonar assim, eu sei... Sempre soube que você não era para mim mais não deu. Eu não consegui controlar meus sentimentos... E a Ludmila tinha razão. Ela tem razão, sempre teve razão,  por sentir ciúmes, por que ela nunca foi pra mim o que você é, eu te pertenço Aurora eu sou seu mesmo você não sendo minha. Esse amor todo esta me consumindo e sinto que se eu não falar eu vou explodir. Aurora eu estou morrendo por você. Estou morrendo sem você. Agora entendo a loucura que consumiu Romeu e Julieta.

— Benjamim para de falar bobagens. Para. — aurora diz chorando. — Não quero ouvir mais você.

— Por favor, aceita o meu coração. — Ben diz deixando escapar as lágrimas que segurava faz tempo.

— Eu não posso.

— Você não me ama?

— Benjamim entende. Eu Não Posso. — ela aumenta o tom de voz — é pecado é errado.

— Vai te ferrar. — Benjamim diz com raiva  se virando para sair dos arredores da propriedade, ele sai e não leva a moto consigo.

   Então Aurora senta no chão e começa a chorar. Ela também o amava e queria ter dito. Mas não podia ter dito.

E naquele momento os pensamentos de que Benjamim talvez tivesse feito alguma  loucura a deixava assusta e se culpando por não ter conseguido dizer em voz alta que também o amava.

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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora