Capítulo 48

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       Ela já estava no convento mas ainda não tinha ganhado coragem de falar com a madre superiora talvez se a madre Deolinda ainda estivesse ali seria um pouco mais fácil. A irmã Celeste não era fácil e nunca gostou de Aurora

     — Aurora você está inquieta. — irmã Delfina diz enquanto cortava os legumes para o almoço.

— Bom eu preciso conversar com a irmã Celeste. — ela diz colocando os pratos ma mesa.

— Sobre o que amor?

— Depois eu converso com você. — disse beijando sua bochecha — eu agora preciso ir falar com ela antes que desista. — ela disse já saindo da cozinha

        Aurora caminha a passos largos até ao escritório e antes de bater a porta faz o sinal na cruz.

    — Entre. — ela ouvi a madre superiora Celeste murmurar

— Oi... Digo bom dia irmã.

— Já nos vimos essa manhã. — ela afirma fechando o computador

— Sei. Podemos conversar.

— Fale rápido tenho muito que fazer.— diz impaciente

— Sim. — Aurora diz um pouco desconfortável. — Posso me sentar? — Celeste faz que sim — Bom... Eu...— Aurora se perde nas palavras

— Menina seja rápida, eu não tenho seu tempo. — Celeste diz irritada

— Será que a senhora pode se importar comigo uma vez na vida? Será que pode ao menos fingir que esta interessada em me ouvir... Será assim difícil ter paciência? Nem que for por 1 minuto? Eu estou mal. — Aurora diz já chorando e Celeste parecia estar em choque — Eu estou mal e o que a senhora faz é só me despachar. Olha nos meus olhos irmã,pelo menos uma vez. Pelo menos hoje e tenha compaixão de mim. — Naquele momento Celeste já estava olhando bem nos olhos dela apesar da confusão em seus olhos.

— Irmã. Eu estou deixando tudo. Estou renunciando tudo. — Aurora diz tirando o vel

— está abandonando o hábito? — disse incrédula

  — Eu sei que não vai me entender porque nunca se apaixonou. Porque nunca sentiu o que é morrer aos poucos por não estar com a pessoa amada.

— Não fale o que não sabe menina, eu já me apaixonei sim. — Aurora não estava acreditando no que ouvia. A irmã Celeste abrindo seu coração. Aquilo era inédito — Nós íamos nos casar, eu já estava vestida de noiva. — ela diz impedindo as lágrimas de cair, Aurora queria pedir para que ela continuasse mais decidiu deixar Celeste escolher entre continuar ou parar.

E ela continuou — Eu estava no carro vestida de noiva e meu pai estava do meu lado, a gente estava indo rumo a igreja. Eu estava feliz mas antes de chegarmos a igreja, meu pai recebeu uma ligação — ela faz uma pausa engolindo mais uma vez o choro — era os pais dele avisando que ele havia sofrido um acidente a caminho da igreja... Aquele acidente o levou de mim e então decidi. Jurei nunca mais amar nenhum homem, por isso estou aqui hoje.

Aurora ainda estava chocada com a história triste que acabara de ouvir

— Viu. Eu te entendo. Pela primeira vez na vida eu te entendo. E se é isso que você quer, vá menina. Pega suas coisas e vai ser feliz, porque a felicidade não bate na nossa porta muitas vezes por vezes ela só bate uma vez e cabe a nós não deixa - lá escapar.

Aurora olhava com descrença para Celeste. Parecia difícil acreditar que a mesma Celeste que todo mundo conhecia era aquela que estava se revelando aqui, para Aurora.

— O... O...Obrigada. — ela diz se levantando para sair. Celeste simplesmente fez que sim e Aurora sai.

          Aurora havia criado muitos laços com as irmãs mas com toda a certeza Lúzia, Delfina e Aisha foram as mais próximas a ela. E para elas Aurora queria contar o que se passava com ela pessoalmente. Elas mereciam.

     Luzia já estava impaciente com o silêncio de Aurora. Elas estavam no quarto dela e Aurora não queria dizer nada antes que Aisha viesse

— Prontos aqui estou. — Aisha diz assim que entra no quarto, ela estava falando com a mãe ao telefone.

— Senta amiga. — Aurora diz e ela foi sentar - se na cama de Aurora no meio de Lúzia e Delfina. Aurora estava na cama de Aisha olhando para elas. — Como começar...

— Do princípio. — Aisha diz arrancando sorrisos delas

— bom... Nos últimos dias eu tenho me sentido diferente. Eu pensei que era só coisa da minha cabeça mas não... Só que não — ela ri consigo mesma — Eu comecei a sentir meu coração batendo mais do que o normal quando se tratava dele.

No momento que Aurora disse ele os olhos de Lúzia se tornaram maiores e Delfina simplesmente olhava atenta para ela e Aisha por sua vez estava com a cabeça pra baixo.

— Me apaixonei perdidamente e o que eu sei é que eu não posso mais viver sem ele. Eu me vi trocar o vel com o véu de noiva.

— Você se corrompeu. — Aisha diz em um tom amargurado

— Você vai embora Aurora? — Luzia pergunta com a voz chorosa

— Meninas por favor.— Delfina diz ajeitando seus óculos — Deixem a Aurora terminar. — naquele momento os olhos de Aurora já estavam brilhando com as lágrimas

— Eu entendo que estejam decepcionadas. Eu sei que se calhar não esperaram isso de mim mas eu não sei mandar no meu coração. Eu não me apaixonei por querer e sim. Eu vós devo uma desculpa, mas não foi minha intenção me apaixonar.

— Eu disse para você se afastar Aurora — Aisha diz se levantando. Aurora nunca pensou que Aisha reagiria desta forma

— Aisha já era tarde de mais quando você me disse, eu já estava perdida e sem caminho de volta. — Aisha bufa

— Boa sorte com sua nova vida. Porque vai precisar. —  ela disse saindo do quarto

— Querida. — Delfina senta - se ao lado de Aurora e seca suas lágrimas — De tempo a ela, mudanças sempre deixam marcas tanto boas como más e mais ninguém aqui vai te julgar nós só queremos que você seja feliz, seja aonde for. — Lúzia que as fitava faz que sim

— Obrigada. — Aurora diz.

— Eu posso ficar com a tua cama coração? — Luzia disse fazendo as duas rir — O que foi? Falei algo de errado?

— Não coração. — Aurora diz — Eu vou sentir sua falta.

Luzia sorri que nem boba e vai abraçar aurora — Eu também Aurora coração. Agora vou ter com Aisha, pode estar precisando — ela disse saindo.

— Sabe querida. — Delfina começou — a madre Teresa de Calcutá  escreveu o seguinte: O princípio do amor é deixar que aqueles
que conhecemos sejam eles mesmos, e não
tentar mudá-los segundo nossa própria
imagem, porque então só amaremos o reflexo
de nós mesmos.— quando ela terminou Aurora a abraçou forte.

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A Freira E A Fera [ Livro Completo ]Onde histórias criam vida. Descubra agora